sábado, setembro 30, 2006

-O dia em que meu cabelo foi rosa-


O dia em que meu cabelo foi rosa
Foi o mesmo dia em que meu coração foi fechado
em que me recusei a me atirar de uma vez e por inteiro em qualquer situação de amor
O dia em que meu cabelo foi rosa
Foi a primeira e última vez
Que eu disse a mim mesma que jamais me machucaria
E jamais viveria novamente.
O dia em que meu cabelo foi rosa
Foi o dia em que joguei fora tudo o que era imundo e tudo o que era fruto novo tomou o mundo imaturo e interno de mim
O dia
Em que
Meu cabelo era rosa
Eu era um jasmim, pendurado no alto da árvore
Exalando o perfume para o inseto que quisesse
Meu perfume doce
O dia
Em que
Meu ca
belo
foi rosa
Foi o dia em que meu sorriso não mais seria belo, mas amarelo,
Pela vida externa que eu deixei entrar.
Para acabar com tudo isso e com toda a dor, tingi de novo o cabelo para o passo anterior.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Quem pode amar Perséfone?

Ártemis vê o homem como caça,
Afrodite vê o homem como objeto,
Perséfone vê o homem como protetor-traidor.
Os homens me vêem como "perigo".

Ártemis caça e devora,
Afrodite conquista e seduz,
Perséfone encanta e absove os homens.
Os homens têm medo de mim.

Existe uma atração inexplicável, uma rede que envolve a presa através do que ele mais gosta e mais quer, e ele cai por vontade própria. Mas a cada homem preso e devorado, mais uma alma chega ao reino de Perséfone e mais um lamento também.
As deusas sangüinárias traçam um destino de solidão eterna para mim. A morte e a dor são intrínsecas ao meu amor, e quem quer me amar precisa estar pronto para morrer. Até hoje, todos foram seduzidos, e morreram sem querer. Mas novamente... Solidão. Será que alguém pode morrer voluntariamente? Ou será que só mesmo o senhor dos reinos infernais poderá me ter?
Não existe amor sem morte.
E não existe parte de mim que não seja dos deuses.

terça-feira, setembro 26, 2006

Destino irônico


"Por trás de uma mulher segura existe, antes de tudo, uma mulher insegura."

Mas olha como estou bonita!
rs rs rs

Primeiro show do Bugaohm. Banda libriana. Destino irônico.
rs rs rs

sábado, setembro 23, 2006

Antes de fazer "a dream come true"


Eu acredito nos sonhos. E sei que eles podem ser concretizados.
Mas antes de eu dizer pra você ir correr atrás dos seus, primeiro digo que é preciso saber bem o porquê desse sonho. Qual o motivo de você querer que ele se realize. E depois, analisar bem esse motivo. Para saber bem onde se mete. Em que buraco está entrando. Porque se esse sonho estiver repousado sobre uma base que não é firme ou estável, grandes chances de ele se tornar um pesadelo.
É preciso que ele venha de uma verdadeira vontade, uma espécie de intuição sobre uma missão em vida e que essa vontade seja constante, e periodicamente plasmada ao universo, através da imaginação conectada ao coração. (Não é só a mente que plasma sozinha, é preciso que seja de verdade, que o coração emita junto a energia da mensagem, da mensagem da vontade. Porque a unidade entre a mente e o coração trazem para a terra o que se almeja.)

Sonhar com algum tipo de destaque social, como a fama por exemplo, é estar entrando em solo minado. Porque se a pessoa não sabe bem quem ela é e no quê acredita, estará se destacando pelos motivos errados. E não terá uma posição de responsabilidade pelo destaque que ocupa. E sofrerá mais. Se ela não registrou uma infância feliz, pais afetivos e boas relações com pessoas em geral, pode estar sonhando apenas para suprir suas carências, e não conseguirá ser feliz.
Depois que ficamos adultos o amor não mais vem de fora. Ele precisa vir de dentro. Precisamos ser capazes de emanar amor para receber amor, mas acima de tudo, precisamos amar a nós mesmos. Por isso é muito importante que as pessoas tenham bastante zelo pelos seus sonhos, mas tenham igual cuidado consigo mesmas, antes de concretizarem aquilo que não realmente querem.


Espero que estejam gostando do blog.
Alexandra.

sábado, setembro 16, 2006

Eva depois da ma�

Na minha língua não se conjuga o verbo que sou eu
Em qualquer tempo, em qualquer momento,
De qualquer modo.

Na minha língua, não completa o meu espaço de sujeito
Qualquer que seja o elemento
que se enquadre naquele espaço.

Na minha língua os elementos devem passar pela aprovação
de um signo, que designe a sua capacidade de expressão.
Depois sim, vamos determinar que tipo de relação será travada
com os signos que há em mim.

É da classificação que surge o encaixe,
no espaço devido da minha sentença.
Relação paradigmática com o outro,
que se dá em ausência.

Eu enquanto sujeito ou verbo?

Na minha língua, forma não se define sem substância,
E é uma dicotomia constante não poder separar os dois...
A visão tem que ser completa
conceito e som, mas sem norma.
Primeiro paradigma, depois sintagma
depois o magma que eu espero e desejo de uma sentença bem conjugada e possível de ser falada em mais alto e bom português.

Eu enquanto objeto, só participaria do predicado
E eu não aceito orações subordinadas nas minhas relações.
Apenas somas, coordenações de mundos, conjunções adversativas
Não se encontram nesta gramática. Então, um dia, existirá uma relação sintagmática.

Mas há um mistério ainda não desvendado por essa Lingüística...
Será que a minha língua pode ser falada?
Ou ainda... será que é passível de ser traduzida?

quarta-feira, setembro 13, 2006


- Recuperei minha capacidade de sonhos!

Estou plasmando minhas vontades para o universo. Vocês podem rir de mim, me achar demasiadamente fantasiosa... Mas no final, quem vai chegar mais perto de alcaçar o sonho serei *eu*.

Sem a capacidade de sonhar não temos a capacidade de concretizar nada.

Como os sonhos estão em outro plano, mesmo que não sejam concretizados à risca, podem chegar bem perto.

O lance todo é sonhar com coisas possíveis. Possíveis, embora fantásticas.

sábado, setembro 09, 2006

Tranquei meu romantismo junto com a minha princesa lá no alto da torre do castelo.
TIVE QUE porque meu condado esteve sempre em guerra, e eu queria protegê-la. Acontece que ao pegar meu cavalo, saindo a cavalgar, fiquei a escutar os gritos agudos de uma princesa trancafiada... Como são agudos! Quase dói ouvir, essa voz, doença-aguda e esganiçada de amor. Mas a guerra passou, tratados de paz foram travados e eu resolvi retornar. Meu cavalo parou para beber água e eu olhei meu reflexo no riacho... A água passa correndo, quase nem podemos nos ver... Mas não sou a mesma coisa sem ela. Então, voltei correndo para resgatá-la. Princesa e cavaleiro, vivendo juntos, dentro de mim. Fogo do fogo e terra da água...
Quase-quase alquimia interna.

Agora falta fechar o livro e perceber a vida de verdade. Por mais que eu olhe em volta, espero sempre o cavaleiro que sou eu vir me resgatar!
Relação Paradigmática

Relação paradigmática essa, a nossa,
que se dá em ausência.
Tantas opções que não foram escolhidas, tantas possibilidades que poderiam ter sido...
Fica aqui, na minha sentença, o seu espaço a ser completado, pela palavra que você escolher.
A lacuna a você destinada faz dessa oração incompleta, oração com sujeito, mas sujeito "abandonado".
Simplicidade de caráter e transparência de alma: acho que são minhas qualidades mais simples!

Porque além disso, não tem como prever a surpresa que será abrir diariamente a caixinha da Alex! Uma aventura constante.

Nem eu sei como prever... Porque ao mesmo tempo em que sou instável e imprevisível, sou repetitiva... Mas essas repetições são a esmo, já que no caldo das emoções, quem pesca nunca sabe o que vai fisgar o anzol. E enquanto mar, eu também não posso saber que parte minha vai se interessar em morder a isca.

Então vou assim, as músicas que tocam em mim e tocam os outros são escolhidas "randomly".
E o que me mata é que a observação é falha. rs
Quem tentar prever observando como eu me-mexo vai entrar numa furada. Porque nada é óbvio!
Eu sou inesgotável, mas também sou cansativa. É como passear pelo Louvre. Eu não sou as obras de arte, mas contenho todas elas. Sou as tábuas corridas, as escadas rolantes, a mistura de mordernidade e atualidade com o passado mais negro e profundo, tanto da história contida nas telas, quanto nas histórias pessoais e emocionais de cada artista.

O que eu sou? Como me colocar no mundo? O mundo não vai me dizer. O que dita então?
Minha espontaneidade é exacerbada para contornar a travação. Eu sou uma pessoa impedida!

Se eu fosse livre e verdadeira, assim, natural é mais a palavra... Jamais me perguntaria sobre essas questões...
Então, além da transparência de alma e honestidade de sentimentos, também há um tanto de mentira!
Mentira sobre o que eu falo, mentira sobre o que sinto, mentira na forma como me coloco, mentira em tudo o que faço e tudo o que sou.

Mas eu sou de verdade.
Me disseram que eu sou inventada. Eu sou a verdade nos olhos de quem me inventa e a mentira quando olho no espelho. Mas quando olho no espelho, eu fecho os olhos, eu sou como eu sou dentro. Uma bagunça organizada. Uma organização bagunçada. Um eixo completo de opostos e complementos em movimento.

Mas não acredite em mim porque é tudo mentira.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Recalques

Todo mundo recalca várias coisas durante um dia inteiro... A vontade de gritar sem poder, porque você está no trabalho ou em aula...
A vontade de ser totalmente espontâneo é recalcada desde que somos crianças. Não é bonito falar o que se pensa, nem agir conforme o que se sente.

Recalcamos um pisão no pé aqui, uma discussão com uma pessoa idiota ali, uma relação que terminou mal, algo que gostaríamos de ter dito, mas entalamos na garganta, etc. Assim, nosso saco de recalques interno vai acumulando muita sujeira, numa sociedade onde a auto-expressão é quase proibida. I mean, você precisa se rotular de artista para poder se expressar sem o rótulo de "maluco" nem sofrer as consequências por isso.E aí, as pessoas a favor da auto-expressão não têm outra opção a não ser abraçar esse nome bonito que dão pra nós.

Enfim... O sentimento mais comum que é gerado a partir desses recalques é a raiva, que por sua vez também é recalcada, por ser "um sentimento muito, muito feio". Dizem que a raiva é uma emoção inferior, diminuem as pessoas que sentem raiva (e as pessoas são sempre diminuídas pelas suas porções mais humanas, já repararam?), e isso gera mais raiva.

Raiva de estarmos num mundo cheio de gente e não termos vez, raiva por não termos voz, raiva por não termos meios de *SER*, no total da expressão. Existem fórmulas pré-estabelecidas, e por isso aceitas, para você se tornar uma pessoa desenvolvida e evoluída e a resposta é ser uma cópia. Alguém calmo, inabalável, inatingível, como Dalai Lama. O que quero dizer é que a raiva não tem vez. Se você é uma pessoa evoluída, não devia sentí-la, certo?

Errado. Se você *É*, você é um pacote e a raiva está inserida aí. O problema é o que se faz com esses sentimentos. Pois bem, a sociedade trabalha duro para nos ensinar a negar nossos sentimentos, e mais do que isso, ela nos faz sentir menores ou envergonhados de não estarmos cintilantes, flutuando no mais alto azul do céu.

Então... Eu quero sentir raiva e poder mostrar. Eu quero sentir tristeza e poder mostrar. Eu quero poder chorar em público à vontade, dentro do ônibus, na fila do banco. Eu quero poder demonstrar às pessoas que eu amo o quanto eu as amo e também poder falar sinceramente o que eu sinto quando alguém faz uma coisa que eu detesto.
Eu quero recalcar o menos possível, porque eu quero ser uma coisa que pouquíssimas pessoas neste mundo têm condições de ser: saudável.

Essa frase que eu escrevi um dia me é muito querida: "Tudo que há dentro de nós, deve ter poder de voz." Avante, pessoas de vontade forte! E expressem-se à vontade.
Beijos e bom final de semana.

quinta-feira, setembro 07, 2006


A verdade é que nada foi o mesmo para Eva depois desta bendita maçã... E toda mulher tem a sua maçãzinha... Sabemos que é o fruto proibido, sabemos que não podemos cair em tentação, mas parece ser tão doce que é impossível evitar a primeira mordida... E depois, que os deuses nos livrem do mal, amém. Depois da primeira, seguem todas as outras mordidas. Nunca vi fruta mais atraente, embora pessoalmente eu não me adapte ao seu gosto poroso... Confesso que à primeira vista, as maçãs são bem mais atraentes que a prática de comê-las. Assim como as serpentes de todos os 'Adões' por aí... Eles devem também ser atormentados... Enquanto amaldiçoamos as macieiras e suas serpentes, eles devem se condoer: "Malditas incômdas costelas!"

;)

Welcome home mulheres. Este lar é de vocês.