terça-feira, julho 24, 2007

Caos planejado

A proposta do universo para quando eu nasci foi exatamente essa: um caos organizado, planejado. Ser moderada em todas as coisas, inclusive na moderação. Ser o preto, o branco, o cinza e todas as cores de todas as escalas no intermédio. Ser a mulher que seduz o homem casado e a que é traída. Ser o macho e a fêmea, ser o homem de família e o general, ser os enamorados. Ser os dois pilares do templo, as duas crianças gêmeas que vigiam e protegem a constante cópula que se dá dentro de mim para que o meu seja um universo criativo, ser o fogo e a água, ser prazer e dor, ser criação e castração.

Queria não sofrer algumas interferências, como por exemplo, fazer uma guerra para conquistar a paz. Matar para poder viver. Mas acontece. I need to learn to let it go. E preciso aprender a perdoar os derrapes.

Não ser extremista, sabe? Não comer vaca todos os dias, mas também não virar vegan. Não beber coca-cola sempre, mas também não parar de beber coca, café. Bebe-se coca e café de um lado e fuma-se maconha e come-se chocolate do outro. O que quero dizer... Acelera-se o organismo e pisamos no freio, caminhamos por trombadas. As pessoas trepam para sair da depressão, mas isso não funciona para mim. O prazer do sexo me confunde nos planos de interações afetivas e esvazia minha alma, pois na relação não há troca, só há um dar e receber separadamente. O que resta depois do gozo é que me dá prazer como resultado do sexo e, quase sempre, o resultado é zero.

Para fora de mim é o caos. Dentro de mim existe um compartimento onde coloco cada detalhezinho interpretado e sentido. Por isso a exposição de mim é algo completamente diferente do que eu sinto dentro, que é essa completa resposabilidade sobre mim mesma e sobre os meus. O entendimento sobre causas e consequências e a constante pesquisa em observação sobre os mesmos.

Meu sono não acontece, eu não durmo. São todas as coisas ao mesmo tempo querendo acontecer. Mesmo dormindo, eu quero continuar em movimento. Preciso lembrar que é uma coisa de cada vez. Eu só poderia caminhar com os dois pés juntos se fosse coelho ou sapo.

sábado, julho 21, 2007

Trabalhos para Hércules

Algumas pessoas não têm o menor problema com quem são nem de ir atrás do que querem, mal sabem que para outras isso pode ser o maior tormento. Quando se é sensível ao psicológico alheio, todos os processos internos são complexos e deveriam ser tratados com uma delicadeza que eu não tenho ao mostrar às pessoas os seus avessos; seria como pedir que elas olhassem a si mesmas com apenas um dos olhos, enfim...

(- Ih, lá vem ela com aqueles ensinamentos loucos, entoados naquele tom professoral, querendo ensinar a todo mundo sobre as coisas que ela mesma não sabe... Sabe, cara, você sabe sobre o que está falando??

- Não, às vezes não sei sobre o que falo, mas cara... Quem é que tem o absoluto domínio sobre as situações? Me dá um tempo hoje, então, que não quero escutar o que você tem a dizer sobre a minha forma de compreender o mundo.)

*Fela Kuti berrando, tambores fazendo mexer o chacra básico.*

(- Me diz, professora, por que me sinto tão mal se não fiz nada de errado??)

Não é fácil para mim sair por aí borboleta nem gata, expondo esses meus lados animais. Ontem eu era as duas.

Parada junto à piscina, escutando a conversa dos outros, percebi a pilastra na qual apoiava meu corpo e senti um enorme prazer gelado, daí movimentei minha cabeça, de forma a acariciar o lado do rosto até o pescoço e braço e percebi, logo em seguida, não ser aquele um movimento de gente. Era movimento de gato. Rapidamente me recompus para que ninguém percebesse a transformação, mas sempre existem olhos e ouvidos por perto, alguém deve ter percebido a estranheza insólita. Foi uma noite muito estranha, fora de encaixe.
Encenei o corte do meu cordão umbilical e tenho fotos! Meu cordão umbilical feito de cachecol de lã violeta. Doeu. Estava contorcida no chão. Aí me transformei em borboleta.
* * *
Neste momento, o pouco de vida que me resta enquanto borboleta está sendo gasto por observadores que prenderam minhas asas a uma moldura e penduraram na sala deles, tentando digerir as minhas cores. Enquanto isso, estou observando seus enormes olhos, me observando. Também dói uma dor vazia. Acho que estou me esvaziando de vida.
Não é alegre nem divertido ser uma borboleta quanto parece ser bonito. Vivemos pouco, somos cobiçadas, mas não nos querem vivas. Somos emolduradas ou morremos, mas sempre anônimas. Existe um ciclo de vida que se perpetua, a borboleta sofre uma metamorfose. Não é só a perda da pele como acontece com as cobras. É um processo muito maior no qual o organismo muda e, de um ser que se arrasta, passamos a ser voadores, polinizadores.
* * *
Já que não é legal ser borboleta, não quero mais sê-la. Terei poder de alterar esta natureza?
* * *
Me sinto mal, professora, porque ontem, enquanto voava linda pelas notas das músicas na sala, embriagada pelo néctar das plantas e ervas, olhos de caçadores me cobiçavam. E senti o peso do desejo de homens confusos e covardes querendo prender minhas asas às suas molduras! Sinto-me mal por não poder voar livre, longe de olhos e ouvidos. Hoje acho que não posso ser, livremente, fora de julgamentos e enquadramentos sem que isso me traga prejuízos. Não quero me tornar a donzela perdida de ninguém, menos ainda o quadro de borboleta morta, pendurada na parede. Mas sinto que me expondo dessa forma, é exatamente isso o que acontece, quando sou borboleta vestida no corpo de gente. Não me comportei como gente, as consequências também serão desumanas.
* * *
Como posso me perdoar por ter sido tão livre onde não podia?
Não sou a louquinha das pessoas. Desfazer a imagem que emolduraram, também não posso. Eu estava apenas borboleta.

É um trabalho para Hércules não se desrespeitar, conseguir o perdão de mim mesma. Era borboleta, devia ter escondido minhas asas para ninguém suspeitar a respeito. Ainda estaria livre.

sexta-feira, julho 20, 2007

FORTUNA NO MERCADO NEGRO

PROCURO PAIS QUE NÃO DÃO TRABALHO. PAGO BEM.
SE ALGUÉM TIVER OU CONHECER QUEM ESTEJA PASSANDO ADIANTE, FAVOR AVISAR. CASO PARA ESTUDO.

quinta-feira, julho 19, 2007

De pijamas

à vontade, confortável de pantufas, esquentando meus pés sobre o gelo frio penso no esgoto brasileiro. não são apenas milhões de células e secreções de mais de cento e oitenta milhões de brasileiros, são também seu sangues, gozos, cabelos e pêlos, dos mais diversos. tudo isso misturado em papel e milhões de secreções e excrementos. além disso, se já pensamos ser nojento o esgoto de pessoas saudáveis, imagina que a este soma-se também o esgoto das pessoas doentes, com sangue contaminado, verminoses, torturas estomacais, pedaços de membros sim, por que não, além de milhões de outras coisas que, pensando bem, melhor não pensar.

as botas que usam para trabalhar no esgoto devem ser descartáveis, né? usou, queimou. porque quem ousaria vesti-las mais de uma vez? aliás, quem trabalha com lixo e esgoto precisa de uma parcela de prestígio na sociedade. It's a must. É você quem limpa nossas merdas? Nosso mais sincero muitíssimo obrigado.

Tem gente que leva pra casa o almoço da semana dos caminhões de lixo do que sobra no mercado. Existem pessoas recicladoras das coisas de todos os tipos. Pessoas que transmutam o que não é tão bom em coisas apropriadamente boas. Para essas pessoas, abaixo minha cabeça e tiro meu chapéu, pois não sei como faria o mesmo. mas é porque não é minha função e é a delas.
respeito. espero que me respeitem também.

minha função tem mais a ver com um certo pioneirismo em algumas coisas... eu sou mesmo boa em trazer o novo às pessoas, mesmo que esse novo seja muito, muito velho. talvez eu seja recicladora de filosofias também. talvez seja eu a brisa do novo século que vem sacudir de forma agradável a uns os cabelos do corpo, mas desagradável a outros, pois já num final de tarde de meia estação, posso ser muito fria. mas sensibilizo, para o bem ou para o mal, o estar das pessoas.
cada um tem sua função. acho isso tão bonito.

quarta-feira, julho 18, 2007

Also can a good long wet and tender kiss

My father's convictions about education are amazing. His ways of doing things are something else. He always told me I couldn't do it so I'd feel compelled to go fight for what I wanted and would come back a winner instead of telling me that I could do it, because in his head that would make me get comfy and I would have given up things. He also made me believe that nothing comes free in life and that prices are expensive; all the things I decided to get were my problem, not his.
For a long time I felt like he was the one to understand me and my needs for freedom, that he respected my decisions for telling me it was my responsibility over my own choices, giving me the freedom of picking what's right for me. Now I just see it as him pulling himself over to the side of the court, leaving me alone in the battle field. I don't see it anymore as a proof of love and understanding.
Of course he had a strong impact within me when I was growing and he still does, he doesn't know how deep his words echoes, otherwise he would just shup up about it, when he doesn't. He never believed he could give us anything good enough, so he made us braves enough to go out in the search for what we wanted ourselves, which is an amazing thing, actually, I agree... To learn to walk with your own legs. But now that I can walk and I aim to fly, his teachings are done for me. Life is harder through his eyes when it could be easier and heavier when it could be lighter, because he can't change that internal mind control he had over himself for so many years, all of that pressure not to allow yourself to make any mistakes... And that's just a sad living.
All strong women in history and in mithology had crappy parents, crappy male authority figures in their homes and I'm no different. I grew up believing my father was one of my heroes, but my father was a dream. The father I grew up by believing doesn't exist. He is not someone I can count on, he is not someone who's there for me. He is not the one to give me the strengh to keep going, because he keeps telling everything I want is impossible and that I just won't get it.
He does not believe in Fortune, one of my Gods, he does not believe in happiness or in making dreams come true, again that made me sad for too long.
I say this is a post made in anger and with pain... Because despite of it all he is my dad and I love him. You know? I wish he knew this, but he doens't. He is so closed for love because of all these walls he built around him that I just can't get through, to him.
Luckly, against all odds, I'm an optimistic and I believe I am gonna make it. Everything inside of me tells me that I am already a winner, so I don't need to conquer anything on the outside just to prove it, which I will just because I want to, because my father didn't help me to build my self esteem but I'm doing this for myself now.
Thank you dad for giving me my scent and the person I became it's part of who you are, so be glad about it.
Personally my directions are others, 'cause I rather truly believe in love and in the exchange of it.
I aim for beauty, father. That's what I look at. Even a monster is beautiful and we are all beautiful with our virtues and flaws. I just wish you could see that.
I love you.

segunda-feira, julho 16, 2007

Guess what Goddess I am


I am too proud and always need special invitation. I won't go until you say so, unless I really want to, then the moves are mine... I have a few tricks to have it my way, it goes around my hips 'cause I'm a lowrider, both to pants and skirts, but also because it's faster to reach it by hands when I need those tricks. These days I've been feelin' a little abused because beauty is so overrated, distorted and too sexual for me, and I need some magic, some sensuality, some butterflies. You know? I enjoy flowers and perfums and all foaming soaps and drinks and everything that awakes my senses in a good way, to put me in the right mood for love. Music can really get me there. Also can a good long wet and tender kiss, caress my hair and I'm all yours.


What goddess am I? (Panteon greco-romano)

You have only one shot... Try not to miss it.

I won't say it again.

"Diga-me com quem andas e eu te direi quem és"

Raphael, Gabriel, Michael, Auriel.

Estrela.

My friends (less is more).

My family.

My Earth.

My shadow.

quinta-feira, julho 12, 2007

quarta-feira, julho 11, 2007

De férias da Culpa

Queria dar menos importância a ela e escrevê-la com letra minúscula. Mas essa dona possui parte de mim, embora eu esteja desfazendo os seus mecanismos de controle. Somos todos marionetes nas mãos da culpa, mas eu já consegui libertar vários fios que me tinham amarrada e tenho pedaços livres, que se movimentam espontânea e deliberadamente.
É claro que os membros ficam meio bobos pois já tinham perdido a noção de si mesmos, já que estavam acostumados a se mexer conforme a música e conforme as vontades contidas da Culpa. Agora ando trocando as pernas, com braços espalhafatosos e muito invasores do espaço alheio, querendo acariciar a tudo e a todos ao mesmo tempo, querendo tomar para si um espaço que lhe foi tomado há tempos atrás. Dedos ficam irrequietos, mãos querem apertar, dentes querem morder e pernas querem entrelaçar-se a outras, enquanto pés resolvem pular, dando saltos para frente ao invés de passos. Tudo muito divertido. Tropeços e soluços de alegria, embriagada pela diversão, que substitui toda minha necessidade por romance. Tudo subindo, indo para cima, meu corpo é um balão de ar quente indo atrás do vento.
Estou me acostumando a ser dona do meu corpo e dos meus movimentos, internos e externos.
Culpa faz doer quando se tem prazer. Culpa puxa o freio de mão quando sua velocidade aumenta um pouco. Culpa traz receios que minam os presentes futuros da vida por uma falta de crença no merecimento de que coisas boas e somente coisas boas podem nos acontecer. Culpa coloca peso extra quando o movimento natural é retirar o peso morto. Culpa nos traz questionamentos pesados quando o momento é deixar fluir. Culpa nos tira do eixo natural e nos faz ser estranhos, com movimentos fragmentados.
Mas as cordinhas estão sendo cortadas, aos poucos, para que meu pouso no solo seja gentil e aos poucos possa tocar com meus dedos no chão, sem ter que despencar das alturas do prazer. Revirando os olhos eu estou com o meu dia-a-dia. Mesmo errando estou me abraçando e desejando tudo de melhor para mim, em todos os momentos. Estou comigo e não abro, sabe? Essa sensação de que me tenho e de que estarei sempre aqui por mim mesma é um tesouro que descobri quando ousei vislumbrar além do que havia por trás da encenação proposta pela Culpa.

sábado, julho 07, 2007

Reprogramando meus setes




Hoje é 07/07/07, sol em câncer e lua em áries e são 18:21. Eu não consegui dormir na noite de ontem para hoje, com fluxo intenso de pensamentos criativos na cabeça.

1) Peguei um sketchbook de um amigo e pretendo colocar as fotos em http://www.bipede.com.br/. Engraçado que não tinha conseguido definir que tipo de arte fazer até chegar hoje de madrugada, nas primeiras horas do dia. Já estou quase terminando, está ficando legal, um pedacinho de mim vai para o mundo. Legal isso, até porque hoje é o dia sete do mês sete do ano de dois mil e sete, e justo EU tive o privilégio de trabalhar no caderno neste dia incrível. Somando isso com os meus sete setes da barriga, dá uma conta legal. Sete é Vênus e está rolando um trígono de Vênus transitante com minha Vênus natal, papo de maluco porque é uma espiral ajato que se enterra no umbigo. Mulherão mesmo. Dá pra ver nas minhas mãos. Um amigo meu ontem viu minhas mãos de mulher.

Estou para encontrar o que já é meu, minha alma complementar, estou sentindo o cheiro de todas as coisas que me pertencem.


Isso me lembra algo importante a ser colocado, importantíssimo por sinal.

2) Estou substituindo os meus "eu quero" por novos "eu tenho". Por exemplo, no texto anterior eu escrevo sobre falta porque o meu foco estava difuso, concentrado na ausência ao invés de em tudo que existe ao meu redor. Concentrar esforços no "eu quero" é estar sempre insatisfeita quanto ao que já se possui, justamente porque concentra energia em algo que não existe, ao ponto que se concentrarmos a energia em algo que já nos pertence e que, de repente, está perdido por aí, as respostas acontecem.

Tudo o que é meu já me pertence, só que as coisas estão espalhadas na linha do tempo. Não posso querer nada que não seja meu. E todas as minhas coisas já são minhas, só preciso que elas venham até mim ou que eu vá até elas. Tudo inclusive. Deu para entender a diferença? Toques da irmãzinha Van... A gente já sabe de tudo isso teoricamente, mas às vezes, na prática, esquece e faz besteira.

Concentrar no "eu quero" é concentrar no grande vazio existencial de cada um, porque é concentrar no que não existe. Concentremos então no que existe... Chega de querer. Agora é sentir-se dona, possuidora, completa.

A visão do texto anterior veio de emoções irreais de tempos deslocados, não é a faceta do meu presente e me incomodou passar essa imagem de desestruturação, já que meu trabalho é exaustivamente concentrado em organização interna e integração das partes dissonantes. É muito mais complicado viver de prazer do que se imagina! Para vivermos honestamente do prazer feito no presente precisamos estar zerados para escutar o que nosso corpo quer, o que ele pede... Dormir quando se tem sono, comer apenas quando se tem fome... Nisso, horários ficam loucos e o tempo pessoal é bem definido, mas como o tempo passa a ser pessoal, fica difícil se comprometer com qualquer coisa que não seja você mesmo. Em compensação, todas as respostas vêm imediatamente do universo. E a vida fica mágica, tudo brilha e a energia é intensa. O meu momento atual é assim, de brilho e calor. Estou amando viver cada segundo, mesmo os mais baixo-astrais. Acho que também pode ter acontecido um desequilíbrio hormonal, período menstrual é sempre muito foda. Toda mulher mesmo que só um pouquinho dona de si mesma é obrigada a enfrentar essa pequena morte mensalmente... Projetos não frutificados, abortados.


Mas o legal é ser inseminada com as sementes certas do que se pretende conseguir, vamos nos preenchendo de vida, deixando as sementes crescerem saudáveis.

quinta-feira, julho 05, 2007

Quanto de mim vou ter que perder para ganhar amor?

Fica a pergunta. Eu sou esférica, poliédrica. Teria que me planar, horizontalizar? De quanto é o tempo certo pras nossas órbitas se encontrarem? Quanto trabalho interno tenho que fazer, quantas perguntas responder, quantas decepções mais sofrer? Quantas flores do meu jardim precisam desabrochar e quantas estações vão passar? Será que o trabalho é para ser feito superficialmente e eu estou muito profunda, lenta e densa, quando teria que ficar achatadinha, quadrada, cheia de arestas e pontas? Com que forma uma esfera consegue se relacionar? Seria com buracos, a ausência da forma? Vou colocar um anúncio nas estrelas: "Procuro o buraco cilíndrio no qual minha esfera se encaixe." Uma estrela pode se encaixar noutra? Só podem se tocar pelas pontas? Existem formas de estrelas complementares? Duas órbitas podem conviver em comunhão de espaço? Não sei, me encontro cada vez mais, mas pareço estar tão longe de viver uma história com um outro eu que possa ser tão interessante quanto este! Existem vários universos que eu gosto de visitar... Mas nem sempre eles gostam de um organismo intruso. Só que às vezes eu não sou vírus, sou um embrião... Mas os organismos me expulsam de dentro. Como conseguem? No meu dna, na minha memória celular fica tudinho escrito... Minha caixa preta está acumulando muita história, solta no vácuo. A linha da continuidade está se desfazendo, não tenho controle. A florzinha morre, a lua mingua. Tudo começa, mas quase nada tem tempo para crescer antes de acabar. Sinto dor neste momento.

*sabe o que me deixa triste?*

saber que o prazer pode vir dos amigos, mas que o amor não consegue. a impossibilidade de demonstrar amor pelos irmãos e de trocar me deixa triste. porque existe uma coisa chamada corpo que emana hormônios e porque existe uma coisa que nos mantém vivos que se chama energia sexual, todo encontro é regado por esse tesão, que não é sexual, mas que é um tesão e é completamente mal interpretado pelas pessoas. Aí, as mulheres bonitas não tem amigas, porque viram concorrência para o namorado delas e não têm amigos, porque as namoradas deles são ciumentas. ficamos sós. A sós. S.O.S.

As minhas estrelinhas bonitas quero trocar com as estrelinhas mais bonitas das pessoas, em prol das estrelinhas mesmo e não rola, porque o povo desconfia. Menina com cara de mulher? Bonita? Falando em estrelinhas? Fora de ocasião. Mas a alma está no corpo, por isso não entendo.

Gosto mais de olhar o céu... Ficar com as estrelas... Elas nunca me desapontam. Olha, foi intenso ontem ver a estrela cadente. (O céu se conecta comigo sem nenhum problema. A Terra e a natureza se conectam comigo sem nenhum problema. Os bichos também gostam de mim. Já com as pessoas, não tenho tanta sorte.) Era uma puta senhora cadente! Não foi apenas um tracinho de risco fino que passou aos olhos não... Foi uma coisa gigantesca e linda, que quando meu cérebro deu resposta de reconhecimento, já tinha sumido... veio da esquerda para a direita, linda, forte.

relacionamento INTENSO comigo

não suporto calmarias

prefiro virar céu, uma nebulosa de poeira cósmica.

quarta-feira, julho 04, 2007

Shooting*-*-*-*-*Star*


redSTARexplosion
like the one in me.

I saw a shooting star today.

domingo, julho 01, 2007

Retorno ao vício e início da paixão
(When this girl 'sleeps with butterflies'.)

Ele ficou mais bonito. Tenho vontade de tocar seu rosto, sentir sua barba cerrada, sentir seu sorriso na minha boca, provar sua saliva, mas só distraio o olhar para que ninguém possa perceber minhas intenções. Ele, no entanto, percebe, mas não dá corda. Finge que entende o que estou fazendo, inventa coisas para a minha cabeça nas quais eu não havia nem pensado ainda... Mas não me dá a menor bola. Depois nos encontramos. Estávamos nos evitando a noite toda. Não chegando muito perto, quase não nos falando. Ele não quer me dar o controle. Eu só queria sentir seu corpo quente me abraçando, queria deitar no seu peito e descansar, para a eternidade. Eu não sei escrever sobre amor. Eu não sei o que é o amor e não acho que seja essa vontade de explodir a partir do peito, bem do meio, pelo simples mérito da explosão.
É um vício o que sinto.
Tenho vontade de lamber a vida das unhas dos pés até a parte alta da testa, antes parar nos mamilos para brincar... Com certeza! Fazer de tudo com os mamilos da vida, inclusive sugá-los porque do seu leite vem o mais puro deleite. Gosto de olhar nos seus olhos de ursinho carinhoso; olho para o lado e vejo a vida sorrindo para nós, e eu aceito. [I think I may be falling, it’s a dangerous territory but how I enjoy the adventure. One day I’ll find the lost temple in there ‘cause I visit this forest for one too many times. This one is magical and I get to get lost in myself. But I like it so much, I can barely evict it. I like to watch myself deliberately shake in despair while the brain tries to take care of my feelings, telling my hole body that I am going to suffer, but I just tell my brain to fuck off and then conversation between them (heart and mind) will never stop, and so I listen to my body, which later brings me regrets cause usually I feel really good and in the next second, guilty, when all I want is love and all I get is sex. At least this is a good one. I just want more and more, it never seems to be enough, that’s where my vice kicks in… And part of me laughs with the stupidity that takes control over me for so many times in a row.]

- Isso foi só um parágrafo interno. Pareceu-me extremamente necessário que eu expusesse algo que não pudesse ser pescado tão facilmente quanto esta peixana que vos fala. Era algo que eu queria contar, mas não inteiramente, não numa linguagem que pudesse ser inteiramente compreendida por todos que passassem os olhos pela tela. Mas só queria que uma pessoa compreendesse, pode não ser ele especificamente, contanto que essa pessoa exista.
Quando caio nesse ciclo, estou eu realmente amando e dando asas à minha paixão interna que sempre procura uma falha nas barras da gaiola para voar, ou dando ouvidos ao monstrinho que fala alto do ombro esquerdo e que não faz questão de se deixar entender, nas motivações, parecendo querer que eu faça as escolhas erradas?
No entanto algo está diferente. Na manhã, já não me preocupo com o amanhã. Não quero saber se lá na frente espera-me uma boa surpresa ou decepção. Não me importa, não quero olhar, não vou coordenar todas as informações que tenho no presente, a favor e contra, para encontrar uma fórmula que diga o final dessa história, como sempre faço e pareço acertar sempre na loteria da má sorte, na qual quem sorteia os números para a infelicidade da minha cartela premiada sou eu mesma.
A cada vez que começarmos e terminarmos será uma nova vez e cada nova vez pede uma nova postura diante dos fatos. A minha é controlar o controle, deixar-me fluir nas asas dos meus desejos, que são meus e ninguém tem direitos sobre eles a não ser eu mesma. Espalhei os meus desejos por aí... Vou deixando um rastro de pequenos desejos, pequenos cheiros e perfumes de caldas quentes para você seguir, mas se vai segui-los ou não, cabe apenas a você. Meus vapores estão fumegantes. Olhos me desejam. Eu desejo o mundo. O foco está em mim. Retorna o poder para as minhas mãos. Não importa que eu não tenha o controle, pois é meu o poder supremo da decisão. Usei desse poder ontem e estou usando dele agora.
Sou uma criança sob o céu estrelado, tomando minha fartura de amor das mãos doces e suaves da supremacia do universo, que me fez princesa do seu reino há muito tempo atrás.