sexta-feira, fevereiro 23, 2007

A roupa é o saco plástico do corpo

A roupa é a fantasia de todos os dias. A roupa é a cara que eu visto para enfrentar as situações. Se eu estiver certa, mas a roupa estiver errada, nada bom acontece. A roupa precisa estar de acordo. Olha que infeliz: eu não tenho senso se valor próprio. As pessoas de Saturno na casa quatro vêm tentar me ensinar como desenvolver senso de valor sobre si próprio: estou atenta. Meu Saturno de casa 10 diz: sua imagem é tudo o que você é, portanto, tome cuidado!
Meu valor se baseia nos olhos externos, então eu preciso enganá-los, pois já que eu não vejo o meu valor, os outros também não verão, só verão a roupagem.
Há uma roupa para cada estação do humor. Dando ênfase às indecisões internas, os períodos entre uma e outra estação, aqueles de total indefinição, quando a roupa parece nunca se adequar. A escolha da roupa então parece refletir o desconforto entre ter que escolher sobre o que não se pode escolher. Quando a roupa reflete uma decisão insegura, assim eu saio às ruas. Sem saber como vão me olhar. Mas quando a roupa é escolhida de acordo comigo, então nem me importam as pessoas! Assim sigo. Há as que uso para aparecer em festas, as que uso para me esconder, as que escolho em ocasiões de viagem, as que uso na praia, as que uso para a casa dos outros, as que uso para ir jantar e ir ao cinema, as que uso para o trabalho, as que uso para o palco. Etc. A cada nova situação, a roupa precisa estar de acordo comigo & o ambiente precisa estar de acordo comigo. Se o ambiente e a roupa estiverem de acordo comigo, então eu sou feliz. Olha que infeliz: para ser feliz, preciso que aquilo que está fora seja confortável para o que está dentro. O que está dentro não é suficiente. Eu não sou o ambiente aconchegante, eu não sou a roupa bonita. O que eu sou está entre uma coisa e outra. O que eu sou não é.

Try to figure out that one.
Eu vou ao motel com você, mas preciso me vestir de 'super heroína sexy', aí tudo funciona. Eu posso cantar no palco, mas preciso me vestir de 'cantora auto-expressiva'. Eu posso ir à praia, se estiver vestida de 'senhorita natureza'. Eu posso ficar nua, pois estarei vestida de corpo. Eu saio à noite, e vou me divertir muito, se estiver vestida de 'party girl'. E assim visto, todos os dias, as minhas fantasias.. É assim que vou começar a olhar sinceramente para minhas roupas: fantasias do meu ser.

(Refluxo de carnaval)

Tantas são as coisas necessárias que precisam estar concatenadas para eu estar bem que às vezes eu simplesmente canso e preciso não estar nos lugares. Seria mais fácil que eu estivesse bem e relaxada para que nada fosse necessário nunca. :D Tenho sido mais ninguém, e quanto mais ninguém eu sou, mais me sinto eu. :D

Algumas pessoas vão saber ler o período acima. Vão identificar o caos pisciano de seguir o fluxo da vida como surge e a necessidade absurda de controle por organização do virgem. Novamente, onde eu estou? Entre uma calça boca de sino e um top gótico. Entre uma sinfonia e um pagode. Lua cheia ou minguante? Go figure.

Olhos virados para fora, virem para dentro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, que bela, como é bela a mulher e toda sua feminilidade questionadora.

Quanto mais conheço a mulher, mais torço o nariz para os homens.

=D

Se bem que existem umas mulherezinhas por aí que são piores que uns machos que conheço. Blé!