domingo, dezembro 02, 2007

D maior

RÉ, aqui o maior. Está sendo tocado na sua forma básica, sem pestanas; acorde com cordas soltas. É que eu acho tão bonito quando os acordes têm cordas soltas; eles ganham outra vida. Acho que os dedos ou são muito apressados em passar de um som ao outro ou fazem muita força para prender todas as cordas que são, como nós, mais felizes soltas.
Sei que ainda não tenho a velocidade nos dedos necessária para dizer que "não faço porque não quero" (ao invés de "não faço porque não consigo"), mas me falta a vontade de passar de um acorde a outro assim, tão rápido; não vejo por que uma música não possa ser perfeitamente linda e tocante tendo apenas um acorde. Sinto a necessidade de reduzir ao mínimo, encantar o ouvido com o mero poder de vibração de um mesmo acorde que vai indo, assim como um pré-orgasmo que necessita de uma mesma posição prolongada ali, num mesmo pontinho, para acontecer.
Isso tem feito com que minhas músicas mais recentes sejam bem pequenas e humildes, mas longas e expansivas. Não requerem paciência de quem as ouve, mas sim almas receptivas à sensação. Eu quero um som simples e profundo, algo de que perdemos o costume. Quero desacelerar os corações e mentes nesse gesto simples. E em um toque desarmar. Chega de desamor. Precisamos de tempo para entender e digerir a vibração; quanto menos variações, melhor. Podemos fluir numa mesma onda de frequência? Talvez através de uma música possamos.

Um comentário:

Kath disse...

Ah, isso só porque você está apaixonada! ;-)
Feliz por você, amiga...