terça-feira, julho 29, 2008

Yngwie Malmsteen

Achei uma fita com o "The Seventh Sign" gravado, com o encarte escrito na letra de mão de um ex-namoradinho, guitarrista (duh). Cabeludo (DUH!). Juro que pensei em jogar fora; mas antes eu coloquei no som. Estava bem na música "The Seventh Sign", ".... we are making Lucifer so proud..." Haha, muito bom! Vou contar um segredo: eu tenho esse cd, e gosto dele. Então, não faria diferença ficar ou não com a fita, a não ser pelo fato de que ela me levou de volta a essa época de aproximadamente 12 anos atrás. Quando eu era uma criança das trevas, e andava pelas ruas acreditando que era às 18h que meu corpo acordava, e esperava um vampiro vir bater na minha janela, me trazendo a vida eterna. Eu queria a imortalidade através do laço de sangue, sempre acreditei nisso quando era mais nova. E a fita me fez lembrar das noites em que a breguice dos acordes piegas do Malmsteen eram perfeitamente cabíveis dentro de um quarto escuro, no meio de uma pegação leve com o namoradinho, aos 14 anos. Aquele "rush" de estar apaixonadinha, e começando a descobrir as coisas da vida, aqueles solos de guitarra misturados com beijos molhados e quentes, nas noites de verão do Rio. E depois nas de inverno. Essa sensação não volta. Muitas esperanças estavam à frente. Pareciam estar. E as camisetas pretas, de banda, e o pessoal de banda que andava com a gente. E o cheiro das amendoeiras da Tijuca, e as lojas de cd, e as horas gastas andando de um lado para o outro. E os ensaios. Muito legal. Me deu saudades.

sexta-feira, julho 04, 2008

Os pensamentos e o corpo pesam

Antes que todos pensem que sou infeliz no amor, quero deixar uma coisa bem clara: não sou. Sofri um pouco com a morte do amor romântico, mas isso já tem tempo e foi um rito de passagem que levou à uma percepção bem legal; a única completude que posso procurar (e talvez, até encontrar) é comigo mesma. E essa fusão com esse "outro" que tanto procuramos, é uma fusão para curar a nossa fragmentação interna. Não sei se, de fato, essa junção dos pedaços é mesmo possível. Nossa sociedade reflete o oposto; somos fragmentados e múltiplos, e talvez that is the way it should be. You know? E então, a procura não seria por juntar os pedaços e nos tornarmos unificados, mas aceitar a multiplicidade e aprender a trabalhar com ela. Em todos os níveis.

Minha faxineira estava aqui dizendo que a bíblia prevê o resfriamento do amor, que é um dos sinais do fim dos tempos. Realmente, parece que o amor tem escapado mais vezes do nosso mundo para outros... Mas ele ainda está presente. Mesmo que, cada vez mais, existam casos de mães que matam seus bebês, e outros casos, igualmente horripilantes. O amor ainda está por aqui. Escasso? Não sei. Como escrevi há alguns posts abaixo, talvez seja a nossa percepção de amor que mudou; talvez ele use máscaras agora. Talvez ele seja múltiplo e fragmentado, de forma a podermos encontrar um pedacinho de amor a cada esquina, no cantinho da rua, jogado fora, abandonado, porque as pessoas não o reconheceram como tal.

Pensar enlouquece? Eu acho que pensar pesa. E cansa muito essa exigência de produção acadêmica e profissional. Apesar de internamente eu ser muitas, em corpo sou uma só e esse corpo se cansa de ter que se carregar para atividades múltiplas, que exigem que eu me entregue completamente, louca e apaixonada, a cada uma delas. Como de amor eu vim parar em produção acadêmica eu não sei. Mas é uma questão quente no momento. A da produção acadêmica. Estou em vias de fechar a pesquisa de iniciação científica; de férias das aulas, mas iniciando uma nova etapa a partir de segunda-feira. Que idéia minha pegar estágio nas férias. "Bem-vinda à vida adulta, Alexandra", escuto Saturno dizendo. Saturnão... Eu sei que é você por trás disso tudo.

quinta-feira, julho 03, 2008

Fora de área

Então... Pensei em várias coisas para escrever nesse post. O Fluminense perdeu ontem --quando eu, que nem gosto de futebol, tinha acabado de decidir que era tricolor (já que parece muito mais fácil responder "Fluminense!" ao invés de ficar explicando que não tenho time, porque não curto futebol, nheé-nhé-nhé etc). E "fora de área" até invoca esse assunto, mas eu quero falar mesmo sobre a minha conta de telefone celular. Cada mês vem mais alta. Eu AMO dizer os meus passos aos meus queridíssimos amigos, amo sentir o cheirinho de árvores da minha rua e ligar para minha vovozinha para compartilhar isso com ela; enviar mil beijos de bom dia quando acordo pensando em alguém e ligar pro namorado de 30 em 30 minutos minutos para conversar sobre algo importantíssimo, mesmo que passageiro...

Mas minha gente, não vou poder mais! O que é a CLARO me cobrando R$146, 02 para eu manter a minha vida social e o meu fluxo de comunicação com as pessoas que eu amo?!

Meus amigos valem muito mais, mas a Claro não vale um tostão. E mesmo que valesse, eu não tenho como pagar tanto. E ODEIO pagar por serviços tão mal prestados!

Gente... E tem outra coisa. Quem a revista Playboy acha que é, para ficar oferecendo cachês de um milhão de reais para as mulheres pousarem nuas? (É que sem querer eu vi a Luísa Tomé falando sobre isso hoje no programa daquela top model, Ana "Homem-soluço/chupão", enquanto eu esperava impaciente na sala da ultrassonografia que eu ia fazer do meu dedo machucado.) Eu juro que estava tentando ler "When is a translation NOT a translation", da Susan Bassnett, para a minha reunião de pesquisa, mas a tv estava em CIMA da minha cabeça. Quase que literalmente. E isso foi uma coisa que me indignou também. Por mais que uma mulher tenha princípios e morais muito bem estabelecidos, se ela for FODIDA de grana, como vai negar uma oportunidade assim? "Olha, minha filha... Você não precisa fazer muito, tá? Fica parada enquanto a gente penteia os seus pentelhos, passa um batonzinho e faz uns bicos bem sexy, enquanto a gente conserta seu corpo e deixa vocÊ linda!" - por um milhão de reais (?????????)!

1) É só um corpo nu. 2) Oferaçam esse dinheiro para o meu porteiro pousar nu! Ele precisa dessa grana, como muitas outras pessoas, precisam. E aposto que elas trabalhariam por isso! 3) Caralho, a mulher é mesmo reduzida a NADA em todas as sociedades. E isso me mata.