sábado, setembro 26, 2009

THELEMA

Deus é como o fogo da existência e nós somos centelhas divinas. A nossa VONTADE (Wilt-Will, Wille) é, através da matéria, nos elevar até lá, fazer o caminho de volta, cada um do seu próprio jeito. "Todo homem e toda mulher é uma estrela" e, por isso, possui uma própria órbita de atuação, um próprio campo energético. Não há quem se coloque no caminho, mas existem vários obstáculos, a começar por nós mesmos, pois esse retorno ao uno-primordial não é automático. Não é apenas "nascer, existir e pronto, estamos cumprindo o nosso papel". É preciso fazer essa escolha. "Amor é a Lei, amor sob Vontade". Tudo está subordinado a essa vontade. Nada é mais importante do que a realização do que viemos concretizar. Nada é mais importante do que nos voltar a Deus. A alquimia interna é alcançada quando vencemos os nossos próprios obstáculos e abrimos os nossos próprios caminhos. E não há obstáculo maior do que a nossa força. No entanto, há preguiça maior do que o nosso ímpeto de ação, pois o ego e a consciência conseguem justificar as nossas falhas de todas as formas. Os orientais chamam de "bruxa da ilusão" (Baba Yaga); é ela quem nos pega no colo, nos alimenta com mais um chocolatinho e diz, "tudo bem, as coisas não estão dando certo para você, não é? Pobre coitadinho, deite aqui, fique mais um pouco no colinho da vovó". Ilusão - quebrar as próprias crenças sobre nós mesmos, ver atrás do véu de Maia. Derramar todas as gotas de sangue na taça de Babalon que é COMPROMETIMENTO consigo próprio em prol desse único objetivo: a unificação do seu próprio ser (dentro de si, em primeiro lugar obtendo, como consequência, a unificação com os mistérios da vida). "Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei".

sexta-feira, setembro 18, 2009

As sementes que morrem antes de nascer

Acho que posso dizer que um momento acabou de morrer. As sementes que não florescem me frustram. É contra a minha natureza SOLAR -- dar amor e ver as coisas morrerem! Antes de acontecer! Ao meu redor não tem nada crescendo! Isso significa que eu esteja mudando? Nada depende de mim; as pessoas não precisam de mim. O que eu aprendi não serve para elas... Frustração! O que é de um sol que não cria vida?! Mas o calor do sol não é MEU, ele apenas me atravessa... Eu sou uma lua! E um sol também. Não nascem as sementes porque o processo com Lilith ainda não está completado? É isso? Assusto com a minha espontaneidade, sendo Vênus, independente, saudável! Quanto medo as pessoas sentem! Frustração. Medo, como se eu fosse uma daquelas mulheres das histórias do Eric Stanton... Mas antes elas morram logo ao nascer... Melhor para elas! Que ANTES de se tornarem plantas adolescentes já voltaram logo para o seio do vazio. Melhor do que ser uma planta adolescente solitária! Como sementes que não vingam elas têm TANTAS companhias! São tantas, tantas! Mas isso tudo vai contra a minha natureza solar... Vai contra a lei da confiança, contra a lei da transparência, da clareza, dos motivos explícitos, do crescimento, vai contra a vida em si! O medo que mata, que faz com que as pessoas se fechem, que faz com que elas morram antes de sair do casulo. Bem fazem elas... Dói muito mais ter saído do casulo e olhar as sementinhas que recém brotaram e não chegaram a ver a vida por inteiro.

"KILL-KILLKILLKILL that weird thing"

Ai, não consegui copiar o link pra cá, mas a história era que um ser bem esquisito apareceu no Paraná (entre ET, uma pessoa mutante e um bicho preguiça sem pêlo) e um grupo de adolescentes, com medo de ser atacado, matou o ser.

E eu fiquei meio chocada, mas entendo o medo deles... Ainda mais depois do advento Hollywood.

Só fiquei chocada com a reação. "Mata, mata! Antes que ele ataque! Não sabemos o que é, mas é uma coisa estranha". Acho que me senti, em parte, assassinada também.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Água fria - a nova sensação


a) O meu chuveiro pifou. Há três dias, bem quando virou o tempo e esfriou, estou tomando banhos frios, lavando o cabelo e tudo. Mesmo às 7:30 da manhã;
b) Fiquei achando que o universo teve algum propósito maior que eu não entendi para me fazer tomar esses banhos frios, então cada banho agora está sendo um teste de força e de força de (boa!) vontade;
c) Sabe que meu cabelo e a minha pele estão adorando? O dedão do pé fica roxinho, por causa do frio... E se pensam que eu passei a tomar banhos rápidos, estão enganados, eu me demoro, esfolio a pele, passo por todos os estágios, com a maior calma que eu consigo (por conta do frio - é uma calma nervosa).
d) Acho que acostumar com banho quente deixa as pessoas moles; pode ser que todos sejam filhinhos da mamãe e molengões porque só tomam banhos quentes. Não tomam? Banho frio traz saúde, banho frio poupa luz, banho frio educa. Adoro quebrar mesmices. Por isso nem vou resolver essa questão que, a meu ver, já esta resolvida.

terça-feira, setembro 15, 2009

Flor-do-meio-dia que não se lembra onde é o próprio jardim

Não há saída para o meu espírito perturbado; viverei como nasci, como foi pré-determinado. Sou uma mulher reclusa, para sempre respirando à sombra do palácio, com meus vestidos e meus sapatos. Eu me sinto como aquela pomba que cisca na janela, como aquela nuvem que silencia, passageira. Sou qualquer impressão efêmera da vida, um piscar de olhos não percebido, o tilintar dos sinos de uma igreja de uma cidade fantasma: sou o som que se propaga em nada, que preciso ser sem a compreensão dos ouvidos. Sou uma mulher reclusa, presa em mim, sem nenhuma companhia, passo os dias a chorar o tempo dos dias que se passam e eu aqui, desperdiçada, sem dinheiro, sem amor, sem sorte; embaixo de um cobertor quente, mas sem frio e sem norte! Morte parecia bom quando apago a luz até finjo mergulhar em um nada escuro e sem conflitos. Parecia bom... Parecia bom não acordar jamais; me entregar ao fracasso, sentir os ovos não fecundados serem desperdiçados, sangrados. Ver como os dias vêm e vão e nada muda... Eu não mudei. Você mudou? Acho que não, e pouco importa a solidão pois amanhã o dia vai amanhecer de qualquer jeito e eu vou ser obrigada a acordar -- de novo... Chora as pernas musculosas que não tem, a casa perfeita no meio do mato com piscina e amigos que não tem, CHORa os buquês de flores que nunca ganhou, o verdadeiro elogio que nunca foi pronunciado através das pequenas ações dos namorados, chora os 'eu te amo' engolidos, chora a dor da não reciprocidade, flor-do- meio-dia... Flor, meu bem, você murchou sob o sol, também pudera... Arrancaram você do chão, e sem as raízes, quem é? Uma aparência vazia
de quem não se lembra de onde é o pró-prio-jar-dim. (respira) É o cantar de um pássaro que ao invés de despertar para a vida vira uma televisão ligada com um vizinho de voz alta ao telefone que incomoda... Vira um metrô lotado, vira as mil possibilidades de amantes desinteressantes e desinteressados... Vira uma vida de 29 anos mal aproveitada, vira o pessimismo do meu pai e as consequências da ingenuidade da minha mãe; vira o estômago do avesso... De quem é essa vida que eu vivo nos meus sonhos? Onde ela está, essa pessoa desalmada, pois a alma dela está aqui, corpo sem alma ou o contrário. que nunca se unem pois está um cá e outro lÀ, tão longe
cansaço sem nem começar

Furacão-serpente

Luneta penetrada do céu em movimento reto, ângulo de cento e oitenta graus do alto para mim, o olho do furacão: não sinto nada. Mas o peso pungente dessa reta que eu tento equilibrar em uma das mãos às vezes corta como se fosse o dente de uma serpente. E a loucura que sinto é como se o veneno estivesse se espalhando pelo corpo. Tiro tudo da vida dos sonhos e eu realmente preferia continuar dormindo... Por mais pesado e intenso que fosse o sonho, acordar com hora marcada é um processo muito mais cruel. Estava sonhando com beijos e abraços, e serpentes venenosas. A serpente rastejava atrás de mim; ela era um verde intenso e tinha olhos amarelos. Em um determinado momento eu parei de correr, e pensei: "Está bem. Vou deixar você me morder só um pouquinho". E então ela rasgou a minha canela com as suas presas, mas eu a peguei pela cabeça, e disse: "Está bem. Agora já chega". E saí cambaleando, e a visão foi ficando turva. E eu fui cuidada por um xamã, que era alguém que já conheci e que também usava veneno de serpente para viver e ter visões. Mas os beijos e abraços eram em outro; alguém proibido, alguém secreto. A serpente percorreu o sonho inteiro e eu não fui a única com mordida de cobra, mas não lembro dos outros. Nos sonhos somos nós o centro sempre; na vida, às vezes deixamos as pessoas que nos cercam tomarem de nós o papel principal. Então hoje acordei com a cabeça rodando. Não estou mais no olho do furacão e, no entanto, continuo sem sentir nada. Vejo as coisas girando a minha volta ou seria eu que estou girando? Vou deixar que os ventos me levam e me depositem em algum lugar. . . Pois hoje não consigo pensar; respirar já é suficiente.

sexta-feira, setembro 11, 2009

Transfiguração

Queira que a minha boca lhe deseje sorte, pois sorte virá. Eu desejo de coração, e não por decoro.
Se eu acreditar que o meu tamanho ínfimo signifique "pouca importância", estarei reduzindo o meu sagrado à poeira. E, apesar de a poeira também fazer parte da vida e do sagrado, há muito além dela. Que você não veja o meu sagrado é justo; são apenas os seus olhos. Isso não significa que ele não esteja lá.
A Bíblia funcionou para mim como um livro de "o que não fazer". Os ensinamentos de Jesus não foram escritos por Jesus e, para ter acesso aos ensinamentos de Jesus não é preciso ler a Bíblia; os passos estão dispostos no infinito, é só segui-los até a divindade. Claro que essa ideia é ofensiva à igreja e às pessoas de coração fechado; apesar de a instituição não admitir a adoração de ídolos, o que se tornou Jesus? A ideia de que ele é mais do que nós, mesmo sendo HOMEM me enoja porque esconde dos homens a verdade: somos todos deuses, filhos de deus (e também os isenta do trabalho de aperfeiçoamento de si próprios, já que não poderão jamais se comparar a Deus). E em todos os nossos aspectos, positivos e negativos, esse sagrado se manifesta. Eles também existiam em Jesus. Jesus não é meu pai, é meu irmão. É nosso irmão, o que nos torna todos irmãos entre nós. Claro...
Todas as pessoas são cabreiras ao se relacionar, isso não é nenhuma novidade. Amar de coração aberto é que é o grande sinistro monstro das trevas e as boas novas. Mas... Como amar sem confiança? Só não possui confiança no outro aquele que não confia em si, pois aquele que tem consciência do seu sagrado acredita que faça sempre o melhor que pode, sabe de onde parte e para onde vai (independente se chega ou não). Auto-confiança é: se alguém duvida do sagrado em você é apenas porque não o vê em si mesmo. Isso não quer dizer que você não o tenha ou que não o seja. Não duvide de si por causa dos olhos alheios! Assim igualmente se dá com todas as outras características. Você precisa acreditar em si mesmo. Parece tão básico, não é? O básico é o mais menosprezado, é o que ninguém ensina. Se você não acreditar em si mesmo, nada acontece, nenhum amor de mãe vai suprir as suas faltas, nem o amor de nenhum homem e/ou de nenhuma mulher; nenhuma droga vai preencher o seu vazio, nem nenhum dever, função ou cargo.
Mas o convite é feito a todos. "Abra-se! AME! Conheça a si mesmo"! Faz quem quer, e esse querer dói. Não sei se há outra saída além de se aceitar a dor de ser e de estar. A liberdade passa pela dor do parto. O amor não é eufórico, mas também não é dor sob vontade. É amor sob vontade. Aceita-se que a dor faça parte disso, pois é a verdade. Fato é que poucos estão prontos. Não é o papel de todos e nem é uma obrigação. Existem outras formas de vida. Ainda não é uma ideia completa, algum dia venho com mais.
Creio no que creio e eu sei de mim, independente da experiência que os outros têm comigo.
Isso vem de muitos anos recorrendo no mesmo erro de tentar me enxergar através dos olhos das outras pessoas. Isso mudou há poucos meses, mas vem sendo um trabalho de anos a fio (e espero que tenha mudado mesmo!). Verei dentro de mais alguns anos. ho ho ho "No soup for you!"
Especial para os escorpianos:
"God of all my GOD'am" (Alice in Chains)
Já postei aqui o gostinho delícia de uma vingança bem aplicada e daquela reação perfeita no momento perfeito, e do gostinho de destruição quando você percebe que realmente abalou a estrutura interna de alguém. Chifrinhos à parte, esse não é o trabalho de escorpião. O trabalho nosso é TRANSFORMAR. O escorpiano só transforma após muito refletir. Refletir é diferente de pensar. O ego não tem parte nisso. O trabalho é aprender, não reagir. No refletir, separa-se o joio do trigo, descarta-se o que não é sentido pelo corpo como verdade (e é assim que percebemos a nossa verdade, é com o corpo todo, ressoa, estremece! Por favor, partindo de um lugar de saúde, ok? Lógico. Não vá justificar a sua expressão de raiva por tê-la sentido como a verdade ressonante no seu corpo todo. Vá para a academia correr, que você faz melhor. A raiva esconde os sentimentos reais. Acho que não existe reflexão com raiva; existe apenas raiva!) A reflexão posterior aos fatos tira a possibilidade do ego de se vangloriar com uma bela resposta ou reação. Sem conseguir reagir na hora, somos obrigados a refletir e, refletindo, aprendemos. Aprendendo, transformamos.
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Jamais aceitarei a vida do homem medíocre; seria uma ofensa ao meu sagrado e aos meus ideais.

domingo, setembro 06, 2009

"A"

É engraçado pensar que Amor comece com a mesma letra do meu nome; pensar que o desconheço tanto quanto a mim mesma. "A"gradeço às suas mãos, uma espelhada e outra trazendo um Ás de copas, virem me mostrar os olhos de medusa, de medo, de descrença que eu tenho. E se antes transformei em bonitas esculturas as pessoas, objetos para ficarem lá parados nos confins do meu consciente, beirando o inconsciente, agora quem virou pedra fui eu, através dos meus próprios olhos espelhados; apenas trabalhamos com materiais afins. Embora acreditando que um grão ínfimo de areia possa virar infinito continuo trabalhando, pois que nasça do caos uma estrela. E você, meu amor, meu amor mais profundo, você é como se fosse eu, e nos devo as mais entristecidas desculpas. É a primeira vez que me comprometo comigo mesma, por isso todos esses enganos e a falta de respostas. Até ontem eu me comportava exatamente como você, descompromissadamente. E como é injusto exigir das pessoas um comportamento que nós mesmos nunca tivemos... Como é injusto esperar que as pessoas não nos reflitam, não nos levem a enxergar a nós mesmos. Como é injusto com o nosso ser mais íntimo criticar o outro, pois, na crítica do outro, existem milhões de críticas a nós mesmos. Como é fácil o desamor! E como é rápido também. Tenho uma galeria de imagens, das pessoas esculturas; todas foram desprovidas de vida. Sonhei que você se matava; mas por favor, não morra dentro de mim. Preciso que você fique vivo, me ensinando. Por favor, não se mate dentro de si mesmo, deixe o coração bater! E, por favor, me perdoe por todos os enganos. É a primeira vez que me comprometo comigo mesma. Eu nunca soube o que é amor, não tenho a pretensão de ensinar.

sábado, setembro 05, 2009

A sua Valentina negra

Vou tatuar corações negros sobre a pele, como se fossem sinais de nascença, um para cada amor encontrado e perdido. O meu vício, detenha-se um pouco nisso, não é amar: é sofrer. Então que o meu júbilo encontra o limite máximo quando a dor perfura a pele, trazendo o sangue à tona, deixando marcas. "Amar é morrer", as pessoas se chocam com essa verdade quando procuram ler o que há escrito no meu pé. "Ai! Não, amar é viver"... Elas dizem. Mas parece que dói nelas também. Como adoramos dar voltas no circuito do amor! Viver, morrer, morrer, viver! Como dói, como odiamos essa dor, como ela nos alimenta, como procuramos fugir dela quando a temos e como a procuramos mais que tudo quando está longe. Verdade. Esse é o destino que os nossos deuses deram para nós. A nossa unidade complexa que distingue-se circulando pelo corpo e alma, pelo claro e escuro, pelo sim e pelo não, pela vida e pela morte. Temos um pé de cada lado, não é?! Quem entende as minhas palavras está vivo. Muito vivo, mesmo que dolorido, mesmo que próximo da morte. Aliás, quem está próximo da morte está muito vivo. Muito vivo. E eu estou quase! (...) Posso ser a sua Valentina negra, aquela que se encontra perto de você, embaixo da sua cama, mas que logo surge, face junto a face, quando você se deita, quando está quase adormecendo? Aquela que lhe vê quando você está saindo do corpo para ir visitar o reino dos sonhos? Posso ser a sua Valentina negra? Aquela que vive na profundidade do seu coração que bate, surdo, no seu peito, e que não lhe deixa pregar os olhos? Eu o acalmarei, mesmo sabendo que, ao mesmo tempo, eu sou a causa de toda insônia, alisarei os seus cabelos, farei carinhos até que se acalme, até que se entregue, até que me ame, gastarei as palmas da mão lhe alisando, lhe darei amor até que sangre. Deixa? E foi quando, de repente, quando a mamãe doutora passarinho estava me dando de comer Nietzsche mastigado, que descia como se fosse o alimento mais puro do universo, com todo aquele amor e cuidados, que recebi um cartãozinho com a resposta mais singela. "... e morrer é necessário"! De uma amiga; "para o seu pé, para a tatuagem do seu pé"! E então, ela me calou em sorrisos e eu morri de amor e de alegria. Por todos os segundos infinitos contidos naquele breve momento, amém. Pois, se amar é morrer e morrer é necessário, amar também o é.