domingo, dezembro 30, 2007

Neuro-ótica

A qualidade atribuída a mim e a outros milhões se auto define pela própria construção da palavra: a ótica neurológica, a mente em comando. O ponto de vista racional que SEMPRE se lança a frente das outras respostas mais criativas e independentes que possamos querer ter. Mas a mente não deixa. Ela racionaliza e justifica cada detalhe analisado, ponderado, pesado, dividido e segmentado, depositando ruminações nos compartimentos dos nossos pré-conceitos. Isso quer dizer: a mente nos mantém presos a padrões já estabelecidos. Essa é a sua ótica.


Tudo o que possa se apresentar como diferente e novidade para as nossas vidas, a mente se antecipa e nos faz temer que a surpresa seja uma ameaça que vai tirar o nosso chão e nos pregar uma peça do tamanho de um bonde. Tudo que acontece sem ter sido planejado é prioritariamente ruim e então a mente fica tentando prever e antever cada circunstância sem, no entanto, conseguir ter sucesso.

Não sou eu. É a mente. Não é você. É a sua mente.

quinta-feira, dezembro 27, 2007

O mês das organizações finais

Dezembro...
Mês das quadradices, queremos aparar arestas para o ano seguinte entrar redondinho. Organizações finais, as que embalam 2007 e anos anteriores num só pacote. Destino: gaveta.
Todos os arquivos estão lá, para curiosidade ou inspeção do governo; está tudo certo, só não quero que fique à vista. Lugarzinho todo especial longe dos olhos.
Liberando espaço para os arquivos novos. Que os antigos sejam guardados apenas como lembranças, com organização e asseio. Por número de série e data, cada qual no seu lugar.
Várias pessoas me dizem que sou organizada. Sendo o caso, estou me profissionalizando nas organizações antes amadoras. Levar a vida bem certinha para render mais; tempo e qualidade de vida.
Contratos renovados, outros rescindidos; é assim mesmo. O que está satisfatório até bom, mantemos. De resto, o reembolso se faz necessário. Pelo menos a troca por algo mais útil, mais agradável.
Pelo menos do meu ano eu quero isso: que tudo seja eficiente e belo; além disso, quero que todas as coisas boas venham sem dor.

Fim de ano

DE OLHO NA BOCA.

msn 5

offline.

The Completion about Venus in Ares

I don't want anyone to have me;

I want to belong to myself.


msn 4

i am always busy

msn 3

you are always absent

msn 2

nobody talks to anybody

msn 1

you become a name on a list

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Meu nome

Eu quero um novo nome. Há anos procuro um nome para mim; é como se o meu não me bastasse. Com ele vim à Terra; foi o nome dado ao corpo e à individualidade. Mas que nome tem a minha alma?
(. . .)
É com esse nome que eu quero ir ao mundo; não com o que recebi. Quero manter privado o meu nome próprio e receber um outro, um mote . Coleto nomes. Recolho nomes. Estou sempre pensando em nomes. Sempre procurando pelo meu.

Realmente uma pessoa muito popular

Tenho certeza que mais gente do que eu conheço sabe quem eu sou. Conheci gente em todo lugar. Aí entrei na fase do corte. Espectros de gente, sentimentos antigos e rotos, nomes com teia de aranha, frases antigas que costumava dizer, formas de pensamento adolescentes... Tudo down the drain. Gostei! Gostei tanto que não consegui parar. Virou uma compulsão enxugar. Tudo porque cada centímetro da minha vida quero que pertença a mim. E qualquer um ou qualquer coisa que estiver ocupando qualquer espaço sem se fazer valer será jogado para fora. Eu sou internamente reciclável, como são os templos. Estou UQASE nova em folha. Quase-quase. Wait-and-see. Foram sete anos de azar! Quatorze... Talvez vinte-e-um.
Ontem eu vi que tenho menos fãs no orkut que a maioria das pessoas que eu conheço. E fui lá, naquela lista, ver quem eram os afortunados insanos fãs meus!! Por que algumas pessoas me adicionaram como fãs, eu não sei. Mas achei fofo mesmo assim, ver alguns rostos por lá... "Sim, você pode ser meu fã, porque eu te gosto!" - falava minha voz interna de aprovação. Sobre pouquíssimos pensei: "o que você está fazendo aqui?!"
De qualquer forma, as pessoas sobre quem teria tal pensamento rude já se mantém naturalmente longe. Muito bem. Foram bem ensinadas. Mas algumas outras eu gostaria que estivessem mais perto. Percebi que esse treco de perto e longe é relativo (a gente sabe da mesma coisa mil vezes diferentes, né? porque as coisas mudam de prisma, cada hora a gente aprende a mesma coisa de um jeito novo, ou então eu sou bem burra) porque na verdade não são as pessoas que se aproximam e que se afastam, mas minha órbita que é irregular. Eu sou um Plutão da vida. Pessoas só seguem o fluxo do Sol. Sou eu que preciso de muito espaço, mesmo sendo um planetóide.
E também preciso de distância. Para sentir saudade. Para saber o que é meu e o que não é. Eu só quero o que é meu, mais nada. Tenho necessidade de sentir falta e medo de perder, não sei perder... Tenho medo de perder. Por isso jogava fora antes. Mas agora eu deixo morrer antes de enterrar. Acabamos em plutão mesmo, hein? Achei que fosse qualquer outro fenômeno.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

THE QUEST

The thing is: not everyone is intended to evolve spiritually.
It is not the quest for everybody; but it is for many.
And the thing of our time is: there is not just one way to do it.
The difficulty of our time is that every individual has got to find his own path.
Not to follow, but to become.
It is not about mass evolution. It is about individual evolution.
Respect for every differenT.

A mala

Há meses (talvez anos!) estou convivendo com uma infiltração numa das paredes do meu quarto. As manchas agora estão mais feias, grudadas no armário, quebrando a parede interna que é feita de madeira e se alastrando pelo chão, entortando os tacos.

Há anos eu puxei um fio para dentro do armário para fazer uma tomada que servisse para ligar uma luminária na prateleira que tem no meio do armário, onde coloco estatuetas, livros e outras coisas interessantes. E eu nunca confiei muito nessa tomada. Outro dia coloquei o recarregador da bateria da câmera e o troço não ligou... Caraca! Pensando que ia rolar um curto na combinação entre possível água e eletricidade e que eu ia perder todas as minhas coisas quando o armário pegasse fogo é que na última terça-feira resolvi arrumar uma mala de viagem, daquelas grandes, de viagem internacional.

Peguei todas as minhas roupas preferidas, todas de que mais gosto, dobrei tudo e arrumei dentro da mala. As bolsas também tirei e coloquei num cesto de roupa suja, que agora é a nova casa de temporada das bolsas. Preciso tirar essas coisas daqui!!! Preciso tirar TUDO de dentro do armário. As cartinhas, as fotos, os sapatos, os casacos, as calcinhas, as meias, os acessórios, OS LIVROS, CDs, etc. Tudo o que importa mais pra mim. Imagina se pegasse fogo na sua casa... As coisas que você tiraria primeiro... Saca? Ou viver naqueles países em que se precisa ter sempre uma mochila de escape pronta, com passaporte, dinheiro, documentos e acessórios de necessidade básica. No meu caso é uma mala. É essa a sensação. De que vai acontecer alguma coisa.

I'm almost going crazy with that.
Almost.

Veio vindo num crescente a sensação até que não me aguentei e tive que arrumar a tal da mala.
E enquanto eu arrumava, me perguntava... "Pra que você está fazendo isso, cara? Já está se preparando para a obra, ou para a partida? Mas pra onde eu vou?"

E essa sensação de que a qualquer momento vou ter que fugir e se tiver os preparativos são mínimos porque a mala já está pronta estava muito intenso. Agora estou convivendo com esse trambolho no meu quarto, que ocupa todo o espaço central do cômodo. Ainda nem marquei a obra! Nem a partida. Mas a mala está pronta.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Início e Fim

TUDO pra mim é tudo. E não menospreze esses momentos; porque tudo se resume a tudo. Se no início você gostou mas não entendeu: acabou.

Ponto de vista


Eu mastigo o seu ponto de vista.
Mastigo, mas não engulo.

domingo, dezembro 02, 2007

D maior

RÉ, aqui o maior. Está sendo tocado na sua forma básica, sem pestanas; acorde com cordas soltas. É que eu acho tão bonito quando os acordes têm cordas soltas; eles ganham outra vida. Acho que os dedos ou são muito apressados em passar de um som ao outro ou fazem muita força para prender todas as cordas que são, como nós, mais felizes soltas.
Sei que ainda não tenho a velocidade nos dedos necessária para dizer que "não faço porque não quero" (ao invés de "não faço porque não consigo"), mas me falta a vontade de passar de um acorde a outro assim, tão rápido; não vejo por que uma música não possa ser perfeitamente linda e tocante tendo apenas um acorde. Sinto a necessidade de reduzir ao mínimo, encantar o ouvido com o mero poder de vibração de um mesmo acorde que vai indo, assim como um pré-orgasmo que necessita de uma mesma posição prolongada ali, num mesmo pontinho, para acontecer.
Isso tem feito com que minhas músicas mais recentes sejam bem pequenas e humildes, mas longas e expansivas. Não requerem paciência de quem as ouve, mas sim almas receptivas à sensação. Eu quero um som simples e profundo, algo de que perdemos o costume. Quero desacelerar os corações e mentes nesse gesto simples. E em um toque desarmar. Chega de desamor. Precisamos de tempo para entender e digerir a vibração; quanto menos variações, melhor. Podemos fluir numa mesma onda de frequência? Talvez através de uma música possamos.

sábado, dezembro 01, 2007

A Sereia

Eu sou úmida e fria, e vivo por debaixo da superfície de contato que existe entre o ar & a água. Não importa o quão disforme esteja a superfície, o movimento que acompanho está sempre submerso, ao fundo, e é o único tipo de terra que conheço também; aquela jazida ao fundo do mar. Mas há muita vida aqui. Algas, corais e os seres mais diferentes, de todas as espécies possíveis e imagináveis. As imaginações começaram e acabaram na água; elas todas saíram daqui e volta e meia correm para cá, assim como os medos, os pensamentos interrompidos e os sentimentos reprimidos, que criam peixes estranhos... Mas nenhuma criatura é feia, cada uma apresenta uma beleza para os olhos que conseguem enxergar. Acho que as pessoas não olham direito; para elas os seres daqui são muito mais assustadores e maiores do que para mim. Talvez seja um problema do olhar; elas também não conseguem respirar por aqui. Não conseguem retirar o alimento para o corpo da água, embora tenham saído daqui. O oxigênio que eu respiro vem de uma matéria mais densa. E essa densidade pode ser o que causa tal distorção nas pessoas. Ou fica tudo embaçado, ou sempre tudo é maior. Assim me contaram os marujos náufragos. Mas esses já não existem mais. Antes era uma honra fazer de si próprio banquete para o fundo do mar. Cada parte do corpo era aproveitada e a pessoa sofria uma completa regeneração em vida dentro de outras vidas. Agora as pessoas somente têm um gosto estranho, e não derretem como antigamente.
Mas eu tenho um segredo, uma paixão e sempre que podemos, nos encontramos. O fogo me ama, e sabe que pode lamber-me a face e os cabelos, corpo e calda, que nenhum mal me faz. Como os golfinhos que saltam à superfície, faço truques que não permitem que o enorme amor do fogo por mim se transforme em cinzas, ele ainda não pode me vencer... Mas quando estamos próximos, a frieza desaparece e a umidade vai ficando seca. Também minha calda mostra rachaduras e depois parece cicatrizar em pele. Um dia terei força o bastante para ficar até o final, ver o que acontece com meu corpo e o dele ao nos entregarmos inteiramente a esta união através do amor entre fogo & água. Tudo se transforma na sua presença. E até eu quero isso também. Para todo o sempre.


quarta-feira, novembro 28, 2007

Deviations in class

"The visual presentation", and I go reading "penetration", which shows how much focus I have in class and how much involved in the matter I am; the one discussed in class, of course. That might just be a slight case of astigmatism; of course I don't mind saying I'm actually wearing glasses today.

"Visual sameness and evenness" - this is us discussing the visual aspects of printed material and presentations of academic papers and there goes my mind thinking... "ooh, I like this sentence! It makes a great title!", and I immediately thought of fashion led ladies that dress alike to be hype, and how much that type (of fashion) sickens me.

But soon I remember that I'm hungry and I realize I am deciding what to get for lunch. I want a steak sandwich, but only if I get the meat to be done in the exact only way I can eat it... "Otherwise it won't slip through my throat" - I think outloud.

I'm not even gonna get started about all those short minded people that still think I'm a vegetarian, which reminds me of two things: one is that Luka hasn't returned my email yet (she might be pissed off, because I told her it's a great thing to be a vegetarian if she keeps it to herself instead of trying to make me give it up on my moment) and secondly that, as a magician needing to strengthen my basic chakra - the one that tells you "I am" (Muladhara), eating meat is just part of this process to help me build this super-being I have been building since forever... and... "what are they talking about in the text now?"

sábado, novembro 24, 2007

A ana da Taturana


Era uma vez uma Taturana que tinha uma gentinha chamada ana. Elas eram muito amigas e brincavam sem parar. A Taturana amava muito a sua ana e fazia questão de deixá-la feliz. Porém, por mais que desse amor, uma cama quentinha, comida gostosa e brinquedinhos ao longo do dia, foi percebendo que, com o passar do tempo, a sua ana ficava mais triste.


Até que em uma manhã cinzenta a Taturana percebeu que a sua ana não estava mais lá. Foi minguando e minguando, até desaparecer? Não. A ana havia fugido. Queria muito procurar por outras gentinhas que eram possuídas por outros bichos. E encontrou, de fato, muitas gentinhas que tinham habilidades novas e diferentes por terem aprendido com seus donos.


Encontrou gentinhas que tinham aprendido a se pendurar pelo rabo e a pular de galho em galho, e com elas se divertiu muito. Encontrou gentinhas que sabiam fazer mel e com elas se deliciou. Foi conhecendo gentinhas que admirava, mas depois de um tempo que tentava aprender a desenvolver novas habilidades sem conseguir, passou a invejar todas aquelas habilidades que as outras tinham, e ela não. Ficou amiga de todas as gentinhas para ver se aprendia também; mas nada.

Invejava a habilidade das gentinhas que, com os pássaros, tinham aprendido a cantar; as gentinhas que com as cigarras, sapos e cobras, tinham aprendido a tocar e as gentinhas que eram velozes e fortes, enquanto ela, ela era apenas uma ana. Que triste sina para a ana! Ser uma gentinha de uma Taturana! Começava a sentir saudades de casa, pois percebia que o tempo estava passando e que nada de novo conseguia aprender com as gentinhas suas amigas. Começou a pensar que sua única amiga era, de fato, a Taturana!


Voltou para casa e encontrou a Taturana de braços abertos. Seu aquário de vidro, de onde pensou que nunca devia ter saído, estava lá. E ficou feliz de retornar, pois, apesar do seu tédio com a vida de ser a ana de uma Taturana, era aquele lugar a que pertencia. Ao entender o seu papel e a sua vida, entendeu que podia ser feliz com quem era. A ana de uma Taturana.

The work out Hell

I have just figured out the type of Hell there is for people like Nicole Ritchie and others that only give a damn about looks: it's a work out center, 24/7, in a closed circuit with the same music in a loop. Working out in circles, forever... With the same bad song in a loop.

haw haw haw

Funny funny

terça-feira, novembro 20, 2007

babble bable

i ahte thsee tspos fo me babbglin atoub my lafimy.

5 palavras que eu nunca vou ouvir

"Acreditamos em você, minha filha!"

Quero refazer esse post. Minha criança estava berrando porque tinha acabado de ouvir indiretamente coisas que minha mãe acha sobre a minha vida vendo todas as minhas conquistas serem menosprezadas e as minhas palavras distorcidas.

Qu@l a surpresa que não vou ter quando conseguir um gordo contra-cheque e descobrir que isso não vai ter sido suficiente pra eu deixar de lado a importância que dou à opinião dos meus pais; queria antes que eles me admirassem pelo o que eu sou, não pela posição que ocupo ou por que diplomas tenho, por que pessoas conheço, etc. Mas não é possível, Alexandra. Porque mesmo quando você estiver no lugar que é para ser ocupado por você no mundo, eles não vão poder ver que você atingiu o sucesso do seu jeito. E também, quando você sentir a realização pessoal, não vai importar tanto talvez o que a sua família pense. That's one of my hopes.

Você passa anos trabalhando em si próprio para ser uma pessoa melhor, mas aos olhos das pessoas que não podem ver, você sempre será a mesma coisa. E é isso. I just gotta let go of it and go on with my life.

segunda-feira, novembro 19, 2007

16 de novembro

Me diz o que há sobre o 16 de novembro; quero esquecer e sempre lembro. São momentos, mas nunca bons momentos. Por que quero cortar o cordão umbilical e não consigo? O que me prende a isso? Nunca entendi.
Sinto que você não sabe quem eu sou e talvez para mostrar é que eu insista e, talvez, por você nunca se interessar é que eu tenha continuado, mas agora chega. Mais uma vez me recuso. Só que agora, não há mais renascimentos. Um só fruto foi bastante para crescermos em separado.
O que havia contido nele?
Me diz, já que diz que me ama, já que acha que me conhece... Qual é a minha cor predileta?
Sei que você ama ver os meus diferentes tons de azul, porque gosta de provocá-los, porque são infinitos. Porque sempre compete e nunca se dá por vencida. Talvez você veja em mim algo de que goste, mas eu duvido, porque ao invés de cultivar o amor, cultivamos amor ao ódio. Não houve UMA conversa na qual estivéssemos inteiras, à mostra; há um bloqueio, para sempre. É uma semente que não produziu nenhuma flor. Foi envenenada, seus frutos envenenaram aos outros, nada bonito cresceu daquele solo. Nem toda a luz do sol foi suficiente para iluminar embaixo do seu rochedo; a posição da calda era por demais estratégica. Nunca houve aproximação. Houve sempre medo.
Mas você está a salvo, descobriu um esconderijo. Até que uma rocha será maior que você: você mesma terá se transformado numa rocha, insensível.
16 de novembro: o veneno que matou as irmãs.
O rio negro corre, seguindo o seu curso. É claro que você nega sua natureza porque tem medo dela. Eu também não sei quem sou perto de você, as águas negras seduzem para as profundezas e eu só consegui voltar devido à minha própria natureza, embora nunca imune e para sempre diferente. E eu não quero beber deste rio enquanto é dia, porque ele nunca saciou a minha sede. O seu rio não me alimenta, então abandono você, à margem de si própria.

"sorte sua não ser um mosquito."

Nos dias de menor inspiração, ao invés de saudar a mariposa que paira sobre o espelho do banheiro, como eu normalmente faria, com um "olá mariposa, bem vinda ao meu mundo", tudo o que eu consigo dizer para ela é isso.

domingo, novembro 18, 2007

Ordem Hermética II - Lendo de dentro pra fora

Ah... Não sei me afastar do que escrevo, sempre que releio, é de dentro pra fora. Mesmo que eu faça isso durante várias luas diferentes, estou sempre, de algum modo, conectada com aquelas palavras expressas.
Ah... Sei que meus ouvidos sofrem uma leve distorção, como alguém que escuta um eco, ou tenta entender o que está sendo dito em baixo d'água. Som amplificado; é a origem do meu gostar do rock and roll... É a necessidade de escutar bem alto, para já não escutar mais nada OU para não ter dúvidas do que se ouve.
Ah... Mas é im-pos-sí-vel ouvir um som disforme e não sair deslizando pelas curvas da sua frequência e ser levada a outros lugares completamente diferentes daquilo que está sendo dito. A memória que fica guardada é desses outros lugares pra onde eu vou; nunca daquilo que foi dito.
É; não tenho como saber como sou lida, de que forma ecôo essa voz muda por aí... É limitada a amplitude das suas ondas, devido à língua portuguesa. Ainda no Brasil, é limitada essa voz muda, somente às pessoas que sabem ler/ que têm acesso à internet/ de subjetividade forte/ sensitivas & que se interessam por leituras rápidas.
Sou a emissora dessas poucas palavras que não são, em verdade, ditas. Como elas chegam nos receptores e que receptores são esses, está amplificado e distorcido, não sei para onde vai, só sei que sai de mim.

sexta-feira, novembro 16, 2007

Ordem Hermética

Por que eu preciso estar hermeticamente sozinha para a escrita funcionar?
Há em mim uma caldeira borbulhante das coisas que acontecem no universo, interno e externo, que acabam sendo uma coisa só... Mas só consigo apreender as borbulhas, escutar as vozes, quando estou sozinha. Nenhum conhecimento que eu possa relatar nem nenhuma idéia que eu possa ter são minhas; estão todas dentro da caldeira. É que eu sei onde ela está e eu sei como acessá-la; transformar as coisas escutadas em outras coisas mais palpáveis aos outros, a mim...
Eu li num livro que a Beleza é um espírito; nenhum homem pode destruí-la. Qualquer criação em nome da Beleza pode ser criada e recriada, já que ela é um espírito; fica no ar até que outro seja capaz de pegar aquela mesma energia e recriar aquela mesma coisa. Então temos inúmeras pirâmides egípcias reconstruídas em outras formas, novos seres humanos transformados dos antigos, milhões de obras de arte com o mesmo espírito, de acordo com o canal pelo qual foi transformado. Qualquer idéia criativa que alguém possa ter já foi tida; é mais uma manifestação daquele espírito. Mas me custa dizer o óbvio. Não sei se tenho o dom de explicar. Explicar e ensinar são duas coisas diferentes. Ensinar ensina-se a quem quer ouvir, aprender, criar novas associações mentais, crescer. Explicar explica-se a pessoas que não querem ouvir, querem duvidar, provocar, desestabilizar. Me custa então explicar o óbvio. Não tenho paciência. Prefiro que essas pessoas permaneçam na ignorância, mas preciso começar a explicar bem a minha existência, para que não haja dúvidas. Me custa falar. Prefiro cantar. Me custa explicar, prefiro fazer sentir. Me custa fazer sentir com as palavras, face a face. E é justamente isso que preciso aprender.

quinta-feira, novembro 15, 2007

S o c i e d a d e?

A s s o c i o s e x o c o m v a z i o. A s s o c i o a m o r a o i m p o s s í v e l. A s s o c i o
t r a i ç ã o à s a m i z a d e s, p o d e r à s i n i m i z a d e s, m e d o a o d e s c o n h e c i d o. A s s o c i o v i d a à m o r t e. A s so c i o p r a z e r e d o r. A s s o c i o c é u c o m n o i t e, e s t r e l a s c o m d e u s e s e b e l e z a c o m c o m p l e t a m e n t o, a l m a. A s s o c i o p a r c e r i a a o p e r i g o, a s s o c i o f é a o s c r i s t ã o s, a s s o c i o J e s u s à r e b e l d i a e r o c k a n d r o l l à l i b e r t a ç ã o. A s s o c i o M a r t e a J ú p i t e r, L u a a S a t u r n o. A s s o c i o l e ã o e f o r ç a à B a b a l o n. D e p o i s e u c o n t i n u o; p o r e n q u a n t o, a s s o C I O.

I will love you forever

Fuck fist fuck foot fuck quickie deep fuck french fuck wet fuck finger fuck slow fuck elbow fuck blowjob sucking down below giving head 'sometimes you are nothing but meat' fuck teats fuck anal kinky fuck toy fuck food fuck doggie fuck romantic fuck tantric fuck fake fuck cheating fuck foreplay holding and kissing fuck animal fuck porn fuck bad fuck perfect fuck amateur fuck multiple orgasmic fuck make up sex fucking fuck fuck

After love comes, we fuck each other.

domingo, novembro 11, 2007

Já sei

Quero minha casa de frente para uma vista cheia de árvores, sem favela, com uma varandinha externa de onde pode-se ver o céu e onde eu possa tomar banho de mangueira, e quero ter um quarto onde caibam minhas coisas tooodas, uma sala ampla, ambos bem iluminados e com boa circulação de ar; uma sala para receber convidados e amigos, embora goste que a sala tenha comunicação com a cozinha, não é necessário. Mas a cozinha precisa ser ampla e o banheiro também. Gosto de espaço para me movimentar e cozinhar. Quero espaço para que caibam mais pessoas além de mim, confortavelmente. Quero a casa com um acabamento bem legal, nas cores que eu gosto, com detalhes inventados por mim, tudo bem direitinho e lindinho. Um canto para leitura, meditação e estudos.

Então, o lugar deve ser pequeno, pra ser fácil de manter, mas espaçoso, claro e arejado. Quero; quando chega?

ARROZ?

Se faltasse o arroz ou se ele viesse empapado, logo perceberiam a importância de se ter arroz fresquinho e pronto para o almoço. Mas como é obrigação de toda refeição vir com arroz, ninguém repara nem elogia o cozinheiro do arroz... Elogiaram sim, a beringela recheada com tomate e cebola, a saladinha orgânica e fresca, e a abobrinha ralada com mussarela e temperos... Mas do arroz integral soltinho e no ponto, ninguém falou nada!

É assim: a beringela é o leão; o arroz é o virgem. O trabalho de cozinhar foi o mesmo, mas um recebe o crédito e o outro não.

sexta-feira, novembro 09, 2007

Está morto

-- ouvindo "No sense", do Candlebox.

Está morto. Não vou ficar relendo seus emails; está morto. Separei por nome, apaguei tudo. Não tenho como pedir favores, está morto... Outro dia sonhei com você. Você está morto! Embora ainda muito perto, mais que os vivos. Está morto; não há porque revirar no lixo do passado, nas memórias do passado. Dói; por que lembrar? Apaguei tudo: queria que doesse menos. Convites, conversinhas, peças que vimos, lugares que fomos. Apagado. Atirar pedras do penhasco com os nomes escritos, para me livrar do peso, é subir toda uma montanha carregando pedras! Dias de calvário. Há zombaria; não ressucitará neste plano. Morto para a vida, peso extra para quem segue. O peso que você deixou de carregar foi redistribuído para as outras pessoas que também te amavam. E agora, estamos com essas cicatrizes que você deixou.

Mas há vários mortos hoje. Hoje é meu dia de finados. Volta e meia, revisito este meu relicário de corpos e tumbas. Fedem em decomposição, trancadas embaixo da terra. E não consigo escapar dessas visitas, pelas interferências naturais de terremotos e furacões que levantam a poeira, tapetes, telhados; arrepios no corpo. Em algummmomento na minha mente, mato tudo e todos.

quarta-feira, novembro 07, 2007

Perto e Longe

A voz ao ouvido era sua. Um aparelho celular no sonho, acho que você me ligou de lá do outro lado. Tempo de ligação limitado, tínhamos pouco tempo para conversar, mas tempo suficiente para nos falarmos. Perguntei se você estava bem, se tinha se machucado muito; você respondeu que sim, mas que tinha sido rápido e que agora já estava melhor.
Perguntei onde você estava morando e você disse que se mudou para uma rua que ficava mudando e que não tinha se adaptado ainda, que se perdia porque lá também não tinham números. Eu compreendi perfeitamente, como se fosse possível. Você disse que tinha conhecido um sujeitinho importante que também tinha morrido, um ator, e que ele estava te ajudando a se encontrar, porque estava mais adaptado ao lugar. Não lembro dizer que estava com saudades, mas lembro que era um mantra que se repetia dentro de mim. Desligamos, nos mandamos beijos como em todas as nossas conversas mais corriqueiras; só que nesses beijos estavam contidos os segredos do universo, todos os sentimentos reais, profundamente válidos e a inteireza que você queria, e eu senti meu amor percorrer a onda astral pra te alcançar e senti que o mesmo acontecia comigo.
Imagina como eu acordei hoje desse sonho. Da praia de pedras laranjas, do chão feito de pedras, da ilha de pedras que fazia uma caverna no centro onde não podíamos entrar por causa da água e das ondas que estouravam forte ao redor dela. O fundo da praia era também feito das mesmas pedras e eu contei para Aline e Diego que nós conversamos, no sonho mesmo, entre um berreiro e outro.
Perto pela voz, longe na distância. Perto do coração, mas longe em presença.
Não sei como pode ser possível 'perto e longe' ao mesmo tempo.

sábado, outubro 27, 2007

Hoje, eu vi a estrela Dalva.

"Lá vem ela. Não, por favor não." - penso, embora saiba que não há jeito. Aproxima-se numa velocidade incrível, destruindo todo e qualquer traço de subjetividade introspectivo e introjeção de silêncio. A assimilação não é possível. Acontece que mesmo estando ocupada, a voz não se importa em invadir, vazar e penetrar contra vontade. Ela quer me forçar a vir para fora, a minha própria voz, encurralada, mesmo quando (des)trancada.
Não suporto ser forçada a -NADA-.


- Quer café?



"Ufa; ao menos uma pergunta não ofensiva... De todos os importúnios, que seja o de me oferecer alguma coisa."



- Sim, obrigada.



Trouxe o café.



- Está adoçado? - disse.

- Sim.

- Com o que?

- (...) Açúcar?! Cristal?!

- Nham... Mas cara, eu só uso o orgânico que tá em cima do microondas. (...)


Piração total. Meia fúria do auto-mar permanece intactata, mas a outra se agita. Vem quebrando em ondas. Só na beiradinha, mas ao redor.
Virada ao contrário, perde-se um pouco do contato com o mundo externo. Mas ao estar virada do avesso, qualquer suspiro de existência traz de volta à consciência e, quem disse que quero isso? Mas aquela voz me obriga.

O café veio até mim, mas preciso ir atrás do açúcar. São tantos detalhes específicos; não posso culpá-la por não tê-los aprendido durante @& anos! Não posso culpá-la pela falta de interesse em observar, memorizar e entender minhas necessidades...vontades, verdades.

Rapidamente tento retomar os eixos de mim mesma. É uma luta constante. Muitos raios me partindo ao mesmo tempo, muitos raios me rasgando inteira, transformando quem eu sou; muitas oposições conjuntas formando quadrados que giram interminavelmente.

Os triângulos ecoam na testa, peito e base da coluna. Mas não causam espirais. Pode ter alguém que discorde... Eu também não tive tempo de examinar se funciona; tudo acontece muito rápido.

Estou testando aos poucos, como ruminando cada pessoa e situação. Alguma coisa precisa ser expelida.

Talvez eu queira que as pessoas se alimentem do que eu crio, que seria o mesmo dizer das coisas que eu exteriorizo, como seria o mesmo dizer: "de todas as minhas merdas".
As pessoas gostam se for iluminado, colorido, caro e interessante. "A melhor merda do mundo! Toca em todas as rádios, sai em todas as revistas!!! A melhor merda que você pode conseguir ser!!"
Seja. Seja. Seja algo, mas seja. Melhor tentar ser você mesmo, mas quem é você; quem você pensa que é? Quem é alguém que pensa ser como quem? Você é um fruto como qualquer outro.
E nossa sociedade (em nome do pai) acha que todos os frutos são podres (e pecaminosos).

Tarde da noite. A lua cheia atinge o cume máximo no céu.
Hoje eu vi a Estrela Dalva.

Ssshhhhh... Pode deixar.

O meu blog é aquele que você lê em segredo, quando está sozinho. E em silêncio, tentando validar aquilo que eu escrevo, sente minhas palavras ecoarem lá no fundo da sua alma, mas que por ser tão fundo, você quase não escuta e duvida...
Não quer que saibam da sua identificação com o que eu falo; não quer que saibam do que você sente, e sente igual mas não pode mostrar, porque é quase uma subversão e você se sente perto da criminalidade. Daí vibra, secretamente, com as linhas postas aqui. Se vibra de amor ou de ódio por ver-se tão nu em minhas páginas não se sabe; pois afinal, não há testemunhas. Estamos a sós; você pode confessar-se a mim. Mas não quer deixar nenhuma pista, nenhuma pista que prove que você tenha passado por aqui. Não se sabe que você acessou minha página, não sabem quem você é verdadeiramente. E é por isso que ao mesmo tempo você goza e sente dor; quer encontrar um eco de verdade, mas ao mesmo tempo sente medo. Quer o afeto das pessoas e não se entrega. Lê, mas não compartilha.
Pense nisso ao ler as próximas linhas. No final, é preciso fazer uma escolha e tomar uma atitude. Mesmo que você escolha não fazer nada.
E pode deixar que eu guardo os seus segredos.

sábado, outubro 13, 2007

Pingentes

No cordão, em volta do pescoço, uma cabeça para cada ser passado por sua vida. Na linha de tempo, toda a eternidade. No correr das águas, universos transformados há bilhões de anos luz. No sangue, toda a mutação, desde o macaco. Ainda pulava de galho em galho, de tempos em tempos. O surgimento de uma nova nação lhe provocava cócegas. Já não somente usava os cordões que tecia, agora emprestava a outros, de tantos que eram. Podia distribuí-los generosamente. O cordão da morte. Milhões de escalpos, tamanhos e cores variados. Pés não eram chatos e pisavam em superfícies, mas coloriam o que chamávamos de abóbada celeste. Andava infinitamente durante o dia descalça, e, ao cair da noite, fechava os olhos para as sujeiras dos próprios pés, colocando-na sobre nós. Os séculos eram seu piscar de olhos. O coração batia admiração pela mudança. Gostava de observar os serezinhos levando comida para casa, construindo famílias, destruindo impérios.

sexta-feira, outubro 12, 2007

"HEY GIRL" - Rio Cena Contemporânea

http://rio.metblogs.com/archives/2007/10/hey_girl_rio_cena_contemporane_1.phtml#more

Leiam a minha resenha.

See that fucking scar?!

It is healing. So don't ask me if I'm ok. I am ok just for you to know that I won't do the same. But I am not ok. It's been a fucking week. It's all locked since the burial. I never cried again untill THIS morning. It's not fucking ok. It hurts and it will... Forever. So you can quit trying to ask that. I appreciate. Don't try to make me laugh though; if you love me, if you wanna be with me, stay close to me, hear me crying, but don't try to make feel fucking better.

And yes, I'm still talking about death. Death starts over and over again everyday inside of me. And inside of you. You just don't fucking see it.

NUMB

terça-feira, outubro 09, 2007

All about truth, love and death.

Readers,

Isn't truth a bit like death? Once you allow yourself to embrace it, it's over... It is all a matter of choices and knowing that you have a choice. You can deny yourself a proper life, and then you'd already be a dead man walking. But if you know you gotta a slight chance to live the life of your dreams, isn't that worth a trying?

Again... You can choose to live a dumb, numb and "happy" life, it's all a matter of choices; but if you've known your own internal truth, if you have been introduced to it, isn't it hard to let it go? To let it pass irresponsibly? Once you know your own truth, once you've felt it, can you really go back?

Death is more attractive than truth, but truth is equally dominating over one's life. You can't run from it. Once you've both known each other's faces.

Do you know the face of your own truth, the one that lies within?
;)
Maybe it is ugly, but at least it will be bare, naked and true. All laid down for you. Which takes me back to believe that it's all about love...

sábado, outubro 06, 2007

SÁBADO



Feliz e saltitante, vou até a cozinha preparar um café, agora que meu estômago está quentinho e saciado. Fico feliz de ser sábado e poder beber café à tarde, sem precisar me preocupar com os problemas de falta de sono mais tarde, quando a noite chegar, já que hoje não tenho hora pra dormir.

Coloquei a água pra ferver, fui até o banheiro fazer um xixinho e o engraçado é que pensei em quantos caras tarados já entraram no meu banheiro e ficaram olhando minhas calcinhas penduradas ou meus produtos de beleza com pensamentos segundos. Antes, achava que essas coisas fossem muito quebradoras de clima, mas estou cada vez mais convencida que todo aspecto feminino é excitante. Estou nos meus pijamas convencionais: shortinho de malha azul-bebê cheio de anjinhos, blusa de malha lilás com manga até os cotovelos, meias roxas de estrelinhas laranjas, óculos e gravata. É; arrumando as bolsas achei uma gravata e achei também que caía perfeitamente com o visual "trabalhe em casa", algo que eu preciso fazer urgentemente, além de cobrir a mancha de pasta de dente da camisa. Preguicinha leve de lavar e ficar com blusa molhada. Esconder com a gravata.

Meu café está quase pronto, mas senti essa vontade irresistível de escrever. De me olhar no espelho com esse look extremamente verdadeiro e honesto. Estou em casa, estou gostosa.com e sou amada pelos aspectos da minha rotina. É engraçado me sentir assim, vir até o quarto, fazer um carinho na Estrelinha, sentar ao computador, ligar os mantras que parei de ouvir para poder ir almoçar. Parece difícil computar que minha escolha na noite anterior, enquanto estava dirigindo pelo Rebouças, tenha sido Nine Inch Nails, mas eu gosto tanto de um quanto do outro. E eu posso ser espiritualizada e gostar de coisas mundanas, sendo hedonista. E eu também posso ser egoísta que em nada minha divindade será alterada. Aliás, continuo sendo eu mesma e é por isso que fica tudo tão interessante sempre. Porque meus olhos de gato olham as coisas como a primeira vez e se interessam pelas coisas como na primeira vez, mesmo sendo coisas aparentemente repetidas. Estou sempre disposta a ver alguma sombra de diferença. Na verdade, espero pela diferença e pela surpresa, pelo que há de diferente no outro e nas experiências.

É por isso que sábado é um dia tão interessante; é um dia de liberdade extrema, no qual eu tenho direito e dever de sair e explorar meu universo.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Deslizante como um peixe

sou eu tentando escapar das mãos do destino
dos compromissos
dos maus-agouros, das previsões.

cravar minhas unhas na água
esse tentar
se agarrar
ao que não se pode
nem se deve.

você sente e permanece sentindo enquanto estiver parada
dentro dágua
inerte
cozida?
quente
fria
morna
sem contorno e contornada
tentando agarrar o que não se pode
tentando se agarrar ao que não se deve.

Camomila

Tentando tornar-me mais camomila.

Olha os patinhos querendo também...

Quando os olhos ficarem assim, vou saber que vai ter valido à pena.


Se feijão fosse moeda...
















Há algo sobre os grãos,
especialmente os feijões,
que os tornam maravilhosos.








terça-feira, outubro 02, 2007

one ex lover

Esbarrei com ele hoje de manhã. Como se eu tivesse subido as escadas especificamente para encontrá-lo. Fui caminhando até ele. Tinha um choro atravessado na garganta que fazia parte do meu dia desde a viagem de ônibus a caminho. O amigo que estava conversando com ele sumiu. Juro que não vi sair. Virou fumaça sem cor nem cheiro. Senti mais vontade de abraça-lo do que queria ter sentido. Não contive o choro, fiquei envergonhada, mas estava trêmula e não ia conseguir fazer a prova. Tinha prova. Tinha errado o andar da sala também. Havia muitos degraus nos separando, não só aqueles em que estávamos sentados. Degraus de anos e de meses. Dos dois tipos. Ele encostou nos meus cabelos, fez carinho. Foi mais gostoso do que eu queria que tivesse sido. Senti mais vontade de abraça-lo, mais do que queria ter sentido, mais do que poderia fazê-lo, na distância entre degraus que estávamos. Degraus de anos e de meses. Dos dois tipos. Ele estava com calça rasgada. Achei engraçado. Quando o conheci, ele era mais para indie. Agora está mais para hard. Gosto mais. Aquele rasgo... Será que tenho parte nele? Não respondeu meu último email. Os homens acham que a gente é água. Só água. Eu era lágrimas. Me despedi, fui fazer a prova. Desci todos os andares, fui para o certo. Não lembro o que escrevi na prova. Ainda bem que eu podia escrever sem parar. Cheguei na sala chorando, choro misturado. Mais cedo tinha brigado com a mãe que não respeita o tempo, o espaço nem a vontade dos filhos. Fico pensando que a natureza deve ter alguma explicação que eu não saiba para ter colocado tantos degraus entre nós... Talvez para que eu não precisasse ter a mãe dele como sogra. A natureza é sábia. Eu não.
Mas que burrice não ter mencionado que o choro não era por ele! E sim pelo Rodrag, com quem eu estava quando o conheci... E que ele conheceu no mesmo dia em que a mim... : (
Você vai encontrando pessoas que o conheceram e se vê na obrigação de dar a notícia...

segunda-feira, outubro 01, 2007

de levinho

de levinho, carinho, queria que fosse a leitura para as pessoas que passam por aqui. que fazer quando as mãos são pacientes como as rochas?

cosquinha, risadinha, só se causa com pena de passarinho
mas aqui insisto no bico cravado no tronco da árvore

a visão do verme pouco antes de morrer
a fome do pica-pau que devora sem pensar

o fotógrafo que observa, sem poder interferir
tira a foto do ano
do leão comendo a zebra.

mas calma, alex! de levinho... carinho, carinho...

sábado, setembro 29, 2007

A(a) criança

Estou aqui pensando no estrago que uma criança raivosa pode fazer... Se não tem seus desejos atendidos, no mínimo faz muito barulho. E quando a criança quer, ela não pede de levinho. Ela grita. E repete. E chora. Esperneia.
Tá. E o que acontece quando a criança se transforma em um adulto em idade e corpo, mas que continua criança por dentro? E não sabe que continua criança por dentro? O resultado é o mais desastroso possível, é o mundo que temos; a verdade é proibida e inconveniente e aos adultos não é permitida a brincadeira, daí o descaso com as decisões mundiais como se fosse um tabuleiro de jogo.
A brincadeira criativa é limitada à vida adulta; daí a banalização do sexo, vida e morte, etc. Os jogos viram outros, mas é a criança querendo brincar. Uso de drogas, distúrbios extremados de uma criança interna infeliz e urgentemente necessitada de atenção. A criança interna esperneia. Ela precisa ser atendida, não pelas demandas que fazemos ao mundo, mas por nós mesmos! O adulto quer um relacionamento sério, duradouro e verdadeiro, quer a sua casa mobiliada, quer um carro novo, quer milhões de coisas e, por agora, a criança quer somente um sorvete que cale a boca mais imediatamente dos outros desejos não atendidos. O sorvete também pode ser substituído por uma noitada ou qualquer outra coisa. E quando negamos, ela grita e esperneia.
Eu acho que muito cuidado e carinho deve ser reservado à nossa criança interior; morrer ela não morrerá jamais, mas pode nos matar caso tenha negados para si os seus desejos mais básicos de amor e nutrição.
Os problemas psicológicos que temos derivados da criação relacionado ao amor que recebemos dos nossos pais não são realmente problemas com nossos pais, mas todos os personagens que vivem dentro de nós, o que ficou internalizado disso tudo. A narrativa que construímos e que faz sabermos, exatamente, as falas de cada voz, de cada personagem em cada situação. Temos uma mãe e um pai internos que foram internalizados a partir da nossa criação e que nos podam, nos educam, nos dizem "não" e nos colocam de castigo; as vozes muitas vezes dizem que não somos merecedores da felicidade porque "fomos feios". Essas vozes nos destroem por dentro porque as escutamos mais do que a voz da nossa própria criança. Nossos pais internos também podem acolher a criança, cuidar dela, educar sem agredir e orientar sem podar.
Aquela que mais precisa de alimento e sossego, de rotinas e regras e tempos livres para se expressar abertamente. Aquela que precisa da fantasia, das histórias bonitas em que acreditar e precisa ser ninada para dormir é a nossa criança. Precisamos acolhê-la em nossos braços e dizer que ela é amada, que estamos prestando atenção nela, que sua voz é escutada.
Assim, a criança que ficou emocionalmente para trás dentro de nós terá a chance de ser uma criança saudável e deixar-nos ser adultos maduros e bem colocados dentro de nós mesmos.
Brincar é preciso, viver é preciso. Cuidem das suas crianças. Elas têm as respostas. Ouçam a voz da sua criança interna.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Dores irreversíveis


Rodrigo Mello Magalhães Ferreira
13/02/1982 - 27/09/2007.

A dor da perda é irreversível. Perda de alguém que se ama. As palavras são fúteis mas eu preciso de alguma forma para expressar a dor. Não alcançam a profundidade dos sentimentos, as palavras, mas meus sentimentos por esse amigo também não alcançaram os seus medos e inseguranças, porque nada do que dissemos nem nada do que passamos juntos fez ele mudar de idéia sobre a própria vida. Pode ser até que tenha dado a ele mais algum tempo... Sei que ele já vinha falando sobre essa vontade há mais de um ano; eu não acreditava que ele pudesse realmente enredar a própria morte. Estive pensando se ele não poderia ter esperado mais um pouquinho, passar mais algum tempo, para ver como a vida dele ia ficar, agora que estava independente, livre, como ele se sairia com uma casa toda para si, com esse tipo de liberdade, com nossa ajuda para pintar e decorar o ninho dele, das festas que poderíamos fazer e dos namorados que ele poderia levar para casa agora... Coisas que ele nunca pôde fazer antes.
Mas acho que ele veio esperando até aqui para que algo mudasse, e que o suicídio da mãe foi mesmo a gota dágua, a confirmação de que não havia mesmo esperança no mundo para ele e de que sempre a vida pode ficar pior.

A vida dele não era só mentalmente intensa, apesar de ele ter um intelecto privilegiado, ele amava cultura e todas as expressões artísticas, era uma pessoa que sabia ser e respeitar o ser alheio. E eu adorava nossas conversas, adorava sua companhia. Ele era minha dama de companhia, tinha a delicadeza e sutileza de uma outra mulher e a coragem e a sexualidade de um homem.
Mas inteligência peculiar somada à sensibilidade não é uma equação muito feliz na prática, todos os gênios sofrem. E ele era um gênio criativo que não tinha por onde se expressar; ele não acreditava que fosse capaz.

Passamos o reveillon desse ano juntos e se eu soubesse que era o nosso último, teria apertado tanto ele... Que não deixaria que ele fosse embora. Pessoas que não se repetem, não podem ser substituídas e que não vão estar aqui quando o meu sucesso chegar. E eu queria tanto que ele estivesse aqui quando o meu sucesso chegar. Quando eu tiver o meu ninho e puder fazer as minhas festas e puder gastar com os meus amigos, ele não vai mais estar aqui comigo.

E acho tão bruto, tão estúpido e tão frio alguém conseguir subir doze andares e se atirar lá de cima por vontade própria... Ao mesmo tempo que para ele pode ter sido a melhor das soluções, porque além de acabar com o sofrimento dele, ainda saiu por cima... Com todos sentindo saudades e lembrando das coisas boas sobre ele ao invés de ele se sentir como mais um miserável fracassado no mundo... E ele não podia ser mais um fracassado miserável no mundo, porque ele era especial. Mas não teve forças, não teve chance, não teve confirmações da vida de que ele realmente era isso. Por que a esperança não se apresenta para todas as pessoas??

Estou aqui, mais esperançosa do que nunca, com mais fome de viver do que nunca e muito, muito triste porque ele não vai estar segurando minha mão.

Adeus, Rodrag. Eu te amo. E neste momento, te odeio por ter feito isso.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Uma mulher

1.Uma mulher pode lhe encantar com o olhar, com o sorriso, com a pele, com o calor do próprio corpo, com a boca, com o beijo, com o cheiro, com a lambida, com o toque. 2.Uma mulher pode vestir-se toda para você, pode se perfumar, ser inteira só sua. 3.Uma mulher pode levá-la à loucura com os dedos, pode lhe dar orgasmos múltiplos. 4.Uma mulher pode cuidar de você em todos os requisitos que você precisa. 5.Pode supri-la, trazer-lhe prazer e dor, pode curar seus medos e seus machucados e ser fonte do maior prazer de toda a sua vida. 6.Ela pode ser carinhosa e erótica ao mesmo tempo. 7.Não olhe muito ao redor; essa mulher é você mesma.
Ass. 777

quarta-feira, setembro 26, 2007

Todo homem

Todo homem já passou por isso... Ficar amarradão numa gatinha, gastar uns beijos com ela durante um show e depois ver ela ficando com outra pessoa tipo, quinze minutos depois. Chega um cara, dá uma conversa como se já conhecesse, dá um agarrão e leva sua mina. Caralho... E fazer o quê? Ficar olhando... Ir caminhando em direção à saída? Cutucar o cara, a garota?
Na sua frente. E vc fica de cara.
Abaixar a cabeça e sair humilde, se perguntando... Como? Como foi, hein? Eu entendi direito? Milhões de motivos esfarrapados para a dor de consciência. Por que?

Women are the devil.

Ass. Romeu

sexta-feira, setembro 21, 2007

Tá engraçado

Tá engraçado... O fotolog cancelou minha conta por conta dessa foto, que eu, ao contrário deles, achei fantástica. Acho menos provável que um dos funcionários do flog tenha achado minha foto navegando pela web do que alguém ter relatado como foto ofensiva. Chamo isso de preconceito (só servem as bundas "photoshopadas" das capas das revistas everywhere, né?). E nossa, se for mesmo o caso, mais um caso de um lowlife solto por aí... Enfim. É intencional ficar repetindo os termos desse texto, porque é tão pouco rebuscado quanto as pessoas que merecem minha ira. Essa ira, hoje, se manifestou novamente quando eu, atrasada, me deparei com um dos lowlives. Queria parar o carro, ele estava saindo, eu estava na curva, aguardando, os carros eram obrigados a passar lentamente por minha causa e o sujeito estava no celular. Tranquilinho. Buzinei algumas vezes, até que demonstrei minha impaciência com um buzinadão. Olhei na cara do cara, pedi pra ele acelerar o processo. Ele balbuciou de dentro do carro dele: "Tá com pressa? Tá com pressa?", chegou o carro pra frente, desligou o motor, trancou a porta e saiu.
Maluco, sorte que a pessoa que dedurou meu flog tenha feito isso pelas minhas costas... É covardia, mas essa pessoa é esperta, porque sabe que iria conhecer o mesmo ser que esse sujeito conheceu. Voz grave e encorpada, o poder dos infernos tomou conta de mim. Eu, que costumo ser uma boa pessoa, me assustei depois. Abri o vidro, gritei pausadamente: "VAI TOMAR NO SEU GRANDE CU, SEU FILHO DA PUTA". Pronto, lá fui eu, tremendo pra aula. Sempre fico tremendo depois dessas manifestações de ira. Metade de mim estava livre para sempre. A outra metade temia uma reação. Se o cara tivesse reagido, vindo me agredir, eu saltava do carro e arrebentava ele com a trava da direção. Estava preparada. Não me reconheci. Era luta pela minha própria sobrevivência. Sei bem que se fosse homem, teria saído do carro ali mesmo e arrebentado ele. Se eu fosse só rica, tinha acertado o carro todinho com o martelinho de aço que trava a direção.
Needless to say que não era um bom dia. Não estava de bom humor.

Gente, haja pensamentos positivos! Tem dias que só um palavrão longo desses dá conta. E direcionado para o agressor. FATO.
Depois, voltando pra casa, a marcha do carro quebrou. Mas isso não foi um problema, correu tudo bem, deu tudo certinho e foi divertido andar no carro do reboque, o Seu Miranda era muito gente boa. Ficou engraçado. Eu queria ter vindo dentro do meu próprio carro, atrás da cabine, mas o Seu Miranda disse que é proibido por lei, aí não pude. Saturno em cima do Marte= carro quebrado. Que bom que não era Urano em cima do Marte...
Ah sim! Vocês sabiam que se o carro de vocês quebrar dentro de qualquer túnel do RJ, o reboque da prefeitura é pago, mesmo que vocês tenham seguro? E que o reboque do seguro só pode retirar seu carro da administração do túnel depois de paga a taxa pelo reboque da prefeitura? Gente, procurei um email de contato no site da prefeitura... Vê se tem?
OVO no César Maia. OVO. NOJO. Legalizou os flanelinhas, colocou uma tarifa padrão nas vagas do Rio e suga dinheirinho mamando das pessoas. Bizarro.

terça-feira, setembro 11, 2007

Água até o pescoço

Quando eu era pequena, de vez em quando íamos visitar a praia das conchinhas, porque uma tia da minha mãe tinha casa perto da praia das conchinhas e lá não tinha areia; eram só conchinhas (machucava um pouco o pé). E eu lembro que a água era bem mansinha, sem ondas, quase como uma lagoa e a água era cristalina e dava pra ver o fundo da praia e era um lugar bem bonito, meio mágico.
Lembro também que os adultos iam para o fundo, onde não dava pé pras crianças, nem pra mim, mas eu queria acompanhar o grupo e participar das conversas, então ficava bem na pontinha dos dedos e com o pescoço todo esticado pra fora d'água pra conseguir ficar por perto.
Essa visão me veio no meio de uma sensação, na semana em que estava questionando se eu tinha mais ambição do que talento, e eu percebi que em muitos aspectos da minha vida eu andava assim: pescoço todo esticado para cima, na pontinha dos pés, cabeça esticada para fora d'água para mostrar "olha como eu também também posso, como eu posso participar, olha como eu faço parte do grupo".
E, muitas vezes eu não entendo, não participo, não consigo corresponder porque não faço parte do grupo! Mas mesmo assim estava ali, fazendo um esforço danado só para mostrar que eu podia.
Ninguém teve a idéia de chegar mais pra beirinha pra eu poder continuar no grupo. Não lembro nem das pessoas notarem quão desconfortável eu estava; seria incrível se alguém tivesse notado. Era só olhar. Sinto falta deste olhar sobre mim, esse olhar de cuidado, de preocupação real com as minhas dificuldades natas, as que existem mesmo; não as que são inventadas pelas pessoas que querem se preocupar porque gostam de estar preocupadas e se enganam que preocupar-se é participar, é cuidar, é dar atenção.
Eu não quero andar na vida na ponta dos pés para dizer que eu alcanço aquele lugar que é mais alto do que eu, nem quero passar a vida com o pescoço esticado para poder respirar num lugar que obviamente não é o meu. Nem quero ter que depender de pessoas para ficar confortável, nem quero estar perto de pessoas que não me notem.
Se o meu tamanho cabe na beirinha da água é na beirinha da água que vou ficar, porque não quero passar a vida com água até o pescoço só para mostrar que eu posso.
Quero encontrar com outras pessoas do mesmo tamanho que o meu e brincar com elas.

domingo, setembro 09, 2007

Questões territoriais versus necessidade de sedução

Estar cercado por terra que se conhece, chão que já se caminhou; sabe-se onde são os buracos, sabe-se onde os frutos são tenros, sabe-se por onde passam os rios, sabe-se onde estão as cavernas. Proteger o território que se conhece de aventureiros exploradores, mas baixar a guarda, abrindo as portas do castelo, estendendo o tapete vermelho aos visitantes voluntariamente oferecendo banquete, banho e estadia aqueles que chegam cansados querendo repouso. Essa é minha idéia de aconchego: a maneira de se tratar um igual, ombro a ombro num reino gentil. Essa é a forma masculina de acolher. Não é?
Aqui em casa sempre tive a impressão de estar cercada por nobres cavaleiros; a mesma formalidade ao sentar-se à mesa, uma hierarquia formal e intelectual, boa educação e boa comida, como se estivéssemos nos tempos de uma nobreza caída, a que partiu em retirada aos confins da terra, reclusa ao próprio corpo sem indicação do caráter límpido e do sangue puro que corre nas veias, impossibilitados de mostrar as riquezas interiores pela aridez do arredor. Morando em um casebre castelal, sobrenobre nome, sangue azul, com a polidez fria e estética libriana num cordial "recebemos vocês de braços abertos, mas fiquem atentos às normas de beleza da casa".
Me comporto com medo de quem vai cruzar o portal. Em alerta, a lança permanece ao lado do corpo; sempre preparada a defender a terra, senão amada, ao menos conhecida.
E a necessidade de deixar a todos confortáveis é um reflexo de não se estar confortável. Se obsessivamente preciso entreter e saciar, tenso fica o ambiente em que não se pode simplesmente fluir. Confortável é cada um poder se mexer à vontade, naturalmente.
Mas para a estética dos olhos e da alma isso não funciona, é preciso que haja movimentos milimetricamente calculados; a coreografia só funciona se todos souberem os passos e estiverem exaustivamente ensaiados, já que as pontas precisam estar SEMPRE controladas. Assim são as festas. O improviso apenas ocorre nas batalhas. Onde se instala o caos: quando um plano invade o outro. A batalha é constante.
Não sei se é fruto do ambiente friamente perfeccionista da criação, não se poder relaxar enquanto há alguém preocupado em resolver algo que falta, que sai à moldura do ideal, que perturba o imaginário da cena mais agradável possível em termos sensoriais. Alguém por trás dos panos manipulando as energias que aparecem lindas, alguém que recolhe o lixo, alguém que nunca pára porque exerce todas as funções ao mesmo tempo, pensando antecipadamente ao que pode se seguir.
De alguma forma sinto saudades ou falta de uma doçura que não consigo expressar mas que existe, internamente, algo semelhante à sedução infantil de agradar de forma natural, expressão livre da minha alma que costumava trazer doce os olhares gentis e curiosos, flutuantes ao meu redor. Já não sou a promessa do paraíso ao qual todos temos direito, tampouco um enigma. Todas as cartas estão tão bizarramente abertas sobre a mesa que chega a ser esquisito para quem olha.
Não sei que tipo de jogo se forma com as cartas que eu tenho nas mãos. Não sei se é uma mão cheia ou se é blefe; não sei se sei jogar. Também não sei se quero aprender. De alguma forma eu abro as cartas para tentar me libertar para uma outra situação em outro lugar, mas estando dentro do jogo, é uma auto-sabotagem. Eu não gosto de jogar mas não consigo parar de brincar, porém nunca consigo ganhar. Se ao menos eu me divertisse.

quinta-feira, setembro 06, 2007

in love


come to me

Baterias

Uma bateria de polímero de lítio agride mais ou menos ao meio ambiente que uma bateria comum alcalina?

- elas são baterias recarregáveis do íon do lítio. (é um íon só?)

O eletrólito do polímero usado em baterias do polímero de lítio não é inflamável nem feito de uma cápsula de metal.
*
*
* imagina passar isso pro inglês?

domingo, setembro 02, 2007

VERBORRAGIA

o
q u e
s a n g r a
s ã o
a s
p a l a v r a s

clique

-Este blog não tem intenções de fazer apologias ou causar ofensas a nenhuma crença específica, no entanto partidos serão tomados.

-Não permito a entrada de seres da Goecia neste site ou pessoas correlacionadas.

-Todo aquele que desejar navegar entre os escritos da autora o faz por livre e espontânea vontade, por sua liberdade assegurada de ir e vir entre todos os caminhos da vida garantindo, portanto, liberdade de expressão em retorno.

-Voodoo é prajacu, mas aqui não é permitido.

sábado, agosto 25, 2007

Bom para poder crescer

Alimentei minha necessidade de me afastar do mundo, alimentei crenças sobre minha auto- incapacidade, alimentei meus medos, minha necessidade de proteção, por achar que no mundo só há perigos contra mim. Estou gorda de crenças negativas. Cheia delas. A verdade é essa mesma; o que eu como só me faz mal porque eu acredito. Comer sem culpas, comer por prazer.
Estou perfeita para este momento. Meu corpo reflete meu interior, por isso preciso amá-lo e respeitá-lo, não restringi-lo. Meu universo se expande de diversas maneiras.
Malho pensando no que vou jantar mais tarde e me sinto à vontade para tomar um sorvete. Sorvetes são ótimos para curar várias coisas. Enganei meu cérebro com o açúcar, taça dupla de flocos. E como quase nunca como flocos, o desejo foi enorme. Mas controlei o desejo do sorvete com o chocolate.
Pensar que se está gorda é suicídio. Carne pesa. Músculo também. Cérebro pesa bastante, também a culpa... Usar adoçante é se lembrar, subliminarmente, do quanto se está gorda. Vou voltar a usar açúcar. Fico pensando numa amiga que tem uma dieta louca de gordura-cigarros-café e que é magérrima, gostosa. No dia que ela se tocar do próprio corpo e parar com essa alimentação insana, vai ficar horrível. Tem que continuar esquecendo do que come. E tasca toucinho, carne com batata frita, tudo o que ela gosta! A filosofia dela funciona. Comer sem pensar.
Pensamento libertador, não se pensar no que se come, não ver defeitos em todos os lugares, de tudo o que se quiser, de tudo um pouco. Sem repressões. O cérebro está acostumado a outros movimentos, mais negativistas. Estou tentando desprogramar as programações inúteis.

segunda-feira, agosto 20, 2007

To Love is an Act of Courage

You learn to love, bit by bit
To surrender to the other person's schemes and beliefs
you take years to build trust
so when the time comes that
you get to say that you really know someone
to know the exact thoughts by onl7 looking
into that person's eyes
-and so when that time comes you
can realy say that you loved someone-

then comes death, always
inappropriate, always too early or too
late
and takes it away from you

(DON'T YOU EVER LEAVE ME! CAN YOU HEAR ME?? DON'T YOU EVER DARE TO LEAVE ME!)

it is an act of courage
love is an act of courage

and so
if you have
the courage to ever love someone
you must know it was very brave of
you and
that
you've faced one of the greatest fears
which is
to lose someone you really love.

That's why I decided not to blame people when they decide not to be involved in people's lives in anyway. It hurts too much. Maybe we are better off. It's not an option for me, though...

domingo, agosto 12, 2007

A luta do milênio

Ultimate fighting entre Carson Gracie e Jesus Cristo. Quem vence?

Opção A

Jesus Cristo vence a luta porque Jesus consegue, orientalmente, convencê-lo que um combate físico não é o melhor caminho para nada na vida e faz Gracie desistir da luta. Saem de braços dados cantando "Como vovó já dizia".

Opção B

Gracie vence porque ensina a Jesus vários golpes que Jesus acha irados e converte Jesus ao Jiujitismo, daí que o mestre vence o discípulo na luta.

Opção C

A tentativa de Jesus de convencê-lo a não lutar só irrita mais ainda Gracie que beat the crap out of Jesus e Gracie vence.

Opção D

Com a estratégia de dar a outra face, Jesus vai acumulando raiva e a liberta em um único golpe contra Gracie, vecendo a luta.

Opção E

Algumas pessoas disseram crer que Jesus fosse mais poderoso, mas que em matéria de Ultimate Fighting não tem pra mais ninguém além de um Gracie.

Opção F

Jesus vence porque é filho de deus.

terça-feira, agosto 07, 2007

Alex Kidd Row

1988
Eu fui uma criança urbana, descia pro play e jogava Alex kidd no Master.
Meu sonho era morar numa casa e ter um cachorro.
Aí fomos morar em Rio Grande, RS, e fomos morar numa casa, tivemos uma cadelinha vira-lata durante nove meses, pra quem demos o nome de Pequena e que seguiu a gente até em casa, mas ninguém brincava com ela a não ser o meu pai e também não queríamos limpar o quintal. Mas a gente podia subir no telhado de casa e era bem legal.
Foi um ano muito massa aquele, porque eu andava no meio do mato fazendo trilhas, caminhando em cima dos troncos das árvores cortadas, colhendo folhas de eucalipto e pinhos para brincar de comidinha. A gente podia andar de bicicleta pelas ruas, porque não passava carro nenhum e podíamos ficar o dia inteiro na rua, para cima e para baixo sem nos preocuparmos com nada. Brincávamos o dia inteiro, da Rua 3 íamos para a Rua 2 jogar taco no meio da rua, enquanto não passava o ônibus que só passava de uma em uma hora. Da Rua 2 íamos para a Rua 5 encontrar outras crianças e da Rua 5 íamos para o Clube Galera.
Foi em Rio Grande que vi pela primeira vez um escorpião- e tinham muitos-, também foi a primeira vez que meu heart foi broken... Fui trocada porque eu tinha vergonha de dar beijo e não quis beijar o menino nem na bochecha, e eu era a-pai-xo-na-da por ele, o Gustavo (Gugu- o irmão dele mais novo estudava com o meu e o nome dele era Guigui. hehehe). Foi a primeira vez que fui traída pelos amigos, que armaram uma emboscada pro garoto mais nojento me dar um beijo na boca (ERCA)- daí acho que também foi a primeira vez que senti ódio de alguém que não fosse da minha família. E eu quis que a menina que roubou meu namorado, o Gugu, morresse. Não é que anos depois, ainda criança, ela morreu de câncer? Medo. Horrível destino de Taís.
Foi um ano intenso.
Mas foi maravilhoso. As músicas das festinhas eram “The time of my life”, “Hey Jude”, “London London”, “Astronauta de Prata” e aquela música árabe que virou moda de dançar. E eu tinha uma vizinha mais velha que era descendente de árabe e o nome dela era Sibila e nessa hora ela era a estrela da festinha e todo mundo dançava igual a ela.
Como somos engraçados e desgraçados nas nossas experiências de infância e adolescência.

Meios de mortes

Imagine-se com aquele par de sapatos. Aquele que você gosta muito. Aqueles sapatos de que mais gosta. Agora imagine-se vestida naquela roupa especial, aquela que você sente-se mais confortável, ao mesmo tempo que inventiva e ousada. Agora imagine-se lendo o seu livro preferido, escutando o CD que você mais gosta, sentada na melhor parte da sua casa, aquela que mais gosta quando sente um leve tremor na estrutura do seu prédio. Agora imagine que de sentir o tremor até o momento em que se dá conta de que está viva só teve tempo de sair de casa sem carregar nada e que também não teve tempo para pensar no que salvaria, pois foi tudo tão repentino e rasteiro... E que, agora, de repente, não tem mais nada, pois seu prédio caiu ou sua casa pegou fogo e você é a única coisa que resta das coisas que mais gostava.
Entre todas as coisas que definiam quem você era, só sobrou você.
E agora, como você se sente?

Fico imaginando as pessoas daquele edifício na Barra da Tijuca que caiu... O olhar das pessoas que tinham apartamentos em volta daquele prédio que caiu... Saber que o deles estava intacto enquanto toda uma vida das outras pessoas (fotos, cartas de amor, livros, roupas, móveis, documentos, aparelhos eletrônicos, etc) estava desfeita em meio a escombros. O que aconteceu com essas pessoas? Que visão passaram a ter sobre a vida? Claro que há um leque de possibilidades... Nem todas as pessoas vão querer abrir mão da única coisa que sobrou do que possuíam; as memórias sobre o acidente são o restante de toda uma vida.
Quem são essas pessoas hoje em dia e como se comportam a cada nova conquista? Vibram como se não houvesse nada igual no mundo ou temem como se fossem morrer nova e definitivamente?

Eu não consigo imaginar e temo por elas. Temo os meus temores e temo os temores que inventei agora, imaginando que posso imaginar o que muitas dessas pessoas sentiram. Ainda não foram indenizadas e não há indenização no mundo que pague o que elas passaram. Eu afundaria no buraco mais ainda, porque acho que eu iria caçar o engenheiro responsável e acabaria com a vida dele também. Se eu conseguisse convencer todos os moradores sem teto a cometerem o crime comigo, não estaria sendo em legítima defesa de todo um grupo?
Dizem que vingança não cura feridas, mas tenho certeza de que eu adoraria sentir o sangue dessa pessoa descendo pela minha garganta. Ou não, de tão nojento que deve ser pela consciência pesada que esse cara tem. Temo pelas pessoas. Não pelas pessoas que não têm e nunca tiveram, mas pelas pessoas que tiveram muito e perderam tudo, de uma forma tão bruta e estúpida.
Perder tudo tem mais de um significado para cada pessoa. A cada escolha, a cada passo que damos optamos por uma escolha e não por outra. Perdemos enquanto ganhamos. E quem não consegue escolher? Caminha para frente? Quem não consegue escolher não escolhe com medo de se perder no caminho ou com medo de morrer com a escolha perdida? Quem não escolhe teme não caminhar?
E essas pessoas, que caminharam, caminharam e caminharam mas, mesmo assim, perderam tudo?
O QUE REALMENTE IMPORTA NAS CONQUISTAS E
QUE CONQUISTAS REALMENTE IMPORTAM?

terça-feira, julho 24, 2007

Caos planejado

A proposta do universo para quando eu nasci foi exatamente essa: um caos organizado, planejado. Ser moderada em todas as coisas, inclusive na moderação. Ser o preto, o branco, o cinza e todas as cores de todas as escalas no intermédio. Ser a mulher que seduz o homem casado e a que é traída. Ser o macho e a fêmea, ser o homem de família e o general, ser os enamorados. Ser os dois pilares do templo, as duas crianças gêmeas que vigiam e protegem a constante cópula que se dá dentro de mim para que o meu seja um universo criativo, ser o fogo e a água, ser prazer e dor, ser criação e castração.

Queria não sofrer algumas interferências, como por exemplo, fazer uma guerra para conquistar a paz. Matar para poder viver. Mas acontece. I need to learn to let it go. E preciso aprender a perdoar os derrapes.

Não ser extremista, sabe? Não comer vaca todos os dias, mas também não virar vegan. Não beber coca-cola sempre, mas também não parar de beber coca, café. Bebe-se coca e café de um lado e fuma-se maconha e come-se chocolate do outro. O que quero dizer... Acelera-se o organismo e pisamos no freio, caminhamos por trombadas. As pessoas trepam para sair da depressão, mas isso não funciona para mim. O prazer do sexo me confunde nos planos de interações afetivas e esvazia minha alma, pois na relação não há troca, só há um dar e receber separadamente. O que resta depois do gozo é que me dá prazer como resultado do sexo e, quase sempre, o resultado é zero.

Para fora de mim é o caos. Dentro de mim existe um compartimento onde coloco cada detalhezinho interpretado e sentido. Por isso a exposição de mim é algo completamente diferente do que eu sinto dentro, que é essa completa resposabilidade sobre mim mesma e sobre os meus. O entendimento sobre causas e consequências e a constante pesquisa em observação sobre os mesmos.

Meu sono não acontece, eu não durmo. São todas as coisas ao mesmo tempo querendo acontecer. Mesmo dormindo, eu quero continuar em movimento. Preciso lembrar que é uma coisa de cada vez. Eu só poderia caminhar com os dois pés juntos se fosse coelho ou sapo.

sábado, julho 21, 2007

Trabalhos para Hércules

Algumas pessoas não têm o menor problema com quem são nem de ir atrás do que querem, mal sabem que para outras isso pode ser o maior tormento. Quando se é sensível ao psicológico alheio, todos os processos internos são complexos e deveriam ser tratados com uma delicadeza que eu não tenho ao mostrar às pessoas os seus avessos; seria como pedir que elas olhassem a si mesmas com apenas um dos olhos, enfim...

(- Ih, lá vem ela com aqueles ensinamentos loucos, entoados naquele tom professoral, querendo ensinar a todo mundo sobre as coisas que ela mesma não sabe... Sabe, cara, você sabe sobre o que está falando??

- Não, às vezes não sei sobre o que falo, mas cara... Quem é que tem o absoluto domínio sobre as situações? Me dá um tempo hoje, então, que não quero escutar o que você tem a dizer sobre a minha forma de compreender o mundo.)

*Fela Kuti berrando, tambores fazendo mexer o chacra básico.*

(- Me diz, professora, por que me sinto tão mal se não fiz nada de errado??)

Não é fácil para mim sair por aí borboleta nem gata, expondo esses meus lados animais. Ontem eu era as duas.

Parada junto à piscina, escutando a conversa dos outros, percebi a pilastra na qual apoiava meu corpo e senti um enorme prazer gelado, daí movimentei minha cabeça, de forma a acariciar o lado do rosto até o pescoço e braço e percebi, logo em seguida, não ser aquele um movimento de gente. Era movimento de gato. Rapidamente me recompus para que ninguém percebesse a transformação, mas sempre existem olhos e ouvidos por perto, alguém deve ter percebido a estranheza insólita. Foi uma noite muito estranha, fora de encaixe.
Encenei o corte do meu cordão umbilical e tenho fotos! Meu cordão umbilical feito de cachecol de lã violeta. Doeu. Estava contorcida no chão. Aí me transformei em borboleta.
* * *
Neste momento, o pouco de vida que me resta enquanto borboleta está sendo gasto por observadores que prenderam minhas asas a uma moldura e penduraram na sala deles, tentando digerir as minhas cores. Enquanto isso, estou observando seus enormes olhos, me observando. Também dói uma dor vazia. Acho que estou me esvaziando de vida.
Não é alegre nem divertido ser uma borboleta quanto parece ser bonito. Vivemos pouco, somos cobiçadas, mas não nos querem vivas. Somos emolduradas ou morremos, mas sempre anônimas. Existe um ciclo de vida que se perpetua, a borboleta sofre uma metamorfose. Não é só a perda da pele como acontece com as cobras. É um processo muito maior no qual o organismo muda e, de um ser que se arrasta, passamos a ser voadores, polinizadores.
* * *
Já que não é legal ser borboleta, não quero mais sê-la. Terei poder de alterar esta natureza?
* * *
Me sinto mal, professora, porque ontem, enquanto voava linda pelas notas das músicas na sala, embriagada pelo néctar das plantas e ervas, olhos de caçadores me cobiçavam. E senti o peso do desejo de homens confusos e covardes querendo prender minhas asas às suas molduras! Sinto-me mal por não poder voar livre, longe de olhos e ouvidos. Hoje acho que não posso ser, livremente, fora de julgamentos e enquadramentos sem que isso me traga prejuízos. Não quero me tornar a donzela perdida de ninguém, menos ainda o quadro de borboleta morta, pendurada na parede. Mas sinto que me expondo dessa forma, é exatamente isso o que acontece, quando sou borboleta vestida no corpo de gente. Não me comportei como gente, as consequências também serão desumanas.
* * *
Como posso me perdoar por ter sido tão livre onde não podia?
Não sou a louquinha das pessoas. Desfazer a imagem que emolduraram, também não posso. Eu estava apenas borboleta.

É um trabalho para Hércules não se desrespeitar, conseguir o perdão de mim mesma. Era borboleta, devia ter escondido minhas asas para ninguém suspeitar a respeito. Ainda estaria livre.

sexta-feira, julho 20, 2007

FORTUNA NO MERCADO NEGRO

PROCURO PAIS QUE NÃO DÃO TRABALHO. PAGO BEM.
SE ALGUÉM TIVER OU CONHECER QUEM ESTEJA PASSANDO ADIANTE, FAVOR AVISAR. CASO PARA ESTUDO.

quinta-feira, julho 19, 2007

De pijamas

à vontade, confortável de pantufas, esquentando meus pés sobre o gelo frio penso no esgoto brasileiro. não são apenas milhões de células e secreções de mais de cento e oitenta milhões de brasileiros, são também seu sangues, gozos, cabelos e pêlos, dos mais diversos. tudo isso misturado em papel e milhões de secreções e excrementos. além disso, se já pensamos ser nojento o esgoto de pessoas saudáveis, imagina que a este soma-se também o esgoto das pessoas doentes, com sangue contaminado, verminoses, torturas estomacais, pedaços de membros sim, por que não, além de milhões de outras coisas que, pensando bem, melhor não pensar.

as botas que usam para trabalhar no esgoto devem ser descartáveis, né? usou, queimou. porque quem ousaria vesti-las mais de uma vez? aliás, quem trabalha com lixo e esgoto precisa de uma parcela de prestígio na sociedade. It's a must. É você quem limpa nossas merdas? Nosso mais sincero muitíssimo obrigado.

Tem gente que leva pra casa o almoço da semana dos caminhões de lixo do que sobra no mercado. Existem pessoas recicladoras das coisas de todos os tipos. Pessoas que transmutam o que não é tão bom em coisas apropriadamente boas. Para essas pessoas, abaixo minha cabeça e tiro meu chapéu, pois não sei como faria o mesmo. mas é porque não é minha função e é a delas.
respeito. espero que me respeitem também.

minha função tem mais a ver com um certo pioneirismo em algumas coisas... eu sou mesmo boa em trazer o novo às pessoas, mesmo que esse novo seja muito, muito velho. talvez eu seja recicladora de filosofias também. talvez seja eu a brisa do novo século que vem sacudir de forma agradável a uns os cabelos do corpo, mas desagradável a outros, pois já num final de tarde de meia estação, posso ser muito fria. mas sensibilizo, para o bem ou para o mal, o estar das pessoas.
cada um tem sua função. acho isso tão bonito.

quarta-feira, julho 18, 2007

Also can a good long wet and tender kiss

My father's convictions about education are amazing. His ways of doing things are something else. He always told me I couldn't do it so I'd feel compelled to go fight for what I wanted and would come back a winner instead of telling me that I could do it, because in his head that would make me get comfy and I would have given up things. He also made me believe that nothing comes free in life and that prices are expensive; all the things I decided to get were my problem, not his.
For a long time I felt like he was the one to understand me and my needs for freedom, that he respected my decisions for telling me it was my responsibility over my own choices, giving me the freedom of picking what's right for me. Now I just see it as him pulling himself over to the side of the court, leaving me alone in the battle field. I don't see it anymore as a proof of love and understanding.
Of course he had a strong impact within me when I was growing and he still does, he doesn't know how deep his words echoes, otherwise he would just shup up about it, when he doesn't. He never believed he could give us anything good enough, so he made us braves enough to go out in the search for what we wanted ourselves, which is an amazing thing, actually, I agree... To learn to walk with your own legs. But now that I can walk and I aim to fly, his teachings are done for me. Life is harder through his eyes when it could be easier and heavier when it could be lighter, because he can't change that internal mind control he had over himself for so many years, all of that pressure not to allow yourself to make any mistakes... And that's just a sad living.
All strong women in history and in mithology had crappy parents, crappy male authority figures in their homes and I'm no different. I grew up believing my father was one of my heroes, but my father was a dream. The father I grew up by believing doesn't exist. He is not someone I can count on, he is not someone who's there for me. He is not the one to give me the strengh to keep going, because he keeps telling everything I want is impossible and that I just won't get it.
He does not believe in Fortune, one of my Gods, he does not believe in happiness or in making dreams come true, again that made me sad for too long.
I say this is a post made in anger and with pain... Because despite of it all he is my dad and I love him. You know? I wish he knew this, but he doens't. He is so closed for love because of all these walls he built around him that I just can't get through, to him.
Luckly, against all odds, I'm an optimistic and I believe I am gonna make it. Everything inside of me tells me that I am already a winner, so I don't need to conquer anything on the outside just to prove it, which I will just because I want to, because my father didn't help me to build my self esteem but I'm doing this for myself now.
Thank you dad for giving me my scent and the person I became it's part of who you are, so be glad about it.
Personally my directions are others, 'cause I rather truly believe in love and in the exchange of it.
I aim for beauty, father. That's what I look at. Even a monster is beautiful and we are all beautiful with our virtues and flaws. I just wish you could see that.
I love you.

segunda-feira, julho 16, 2007

Guess what Goddess I am


I am too proud and always need special invitation. I won't go until you say so, unless I really want to, then the moves are mine... I have a few tricks to have it my way, it goes around my hips 'cause I'm a lowrider, both to pants and skirts, but also because it's faster to reach it by hands when I need those tricks. These days I've been feelin' a little abused because beauty is so overrated, distorted and too sexual for me, and I need some magic, some sensuality, some butterflies. You know? I enjoy flowers and perfums and all foaming soaps and drinks and everything that awakes my senses in a good way, to put me in the right mood for love. Music can really get me there. Also can a good long wet and tender kiss, caress my hair and I'm all yours.


What goddess am I? (Panteon greco-romano)

You have only one shot... Try not to miss it.

I won't say it again.