Quando pararmos de procurar o que já sabemos não existir, quando estivermos *absolutamente-convencidos-inteiramente* de que aquilo que tanto queremos não é possível, no que a vida se transformará? Quando pararmos de procurar a completude e a plena satisfação, não por cansaço, mas por convencimento, estaremos olhando para o quê?
Quando (simplificando) homens e mulheres pararem de procurar aquele "special someone", o que estarão fazendo? O que estarão buscando? No que estarão empregando o seu tempo?
Olha, ficamos submersos em TRABALHO (e eu coloquei a caixa-alta para ser uma caixa mesmo, cúbica, na qual nos encaixamos), e damos às nossas vidas esses dois significados: produção ou busca. É mais fácil seguir com o trabalho. É cansativo e sem sentido, mas é mais fácil porque, dia após dia, acordamos e fazemos, sem pensar. Mas mesmo sabendo que a completude dada por outra pessoa não existe, insistimos em continuar procurando. A emoção não obedece ao que já sabemos. Ela anseia e talvez até se alimente da dor provocada pela frustração (everytime) da mentira que acreditamos de que alguém nos completaria. Nossas avós juram que no tempo delas dava certo. Estou muito enfática? Não é essa a busca secreta de todo ser humano? Uma fusão satisfatória com qualquer coisa?
Eu dou voltas com a língua e com os pensamentos, porque os sentimentos estão em mim, me movendo. Eu acordo todos os dias movida por essa grande insatisfação e pelo gosto na dor de ser frustrada, e, por isso, me coloco a buscar, todos os dias, por algum segundinho de satisfação, mesmo que na dor.
Que os outros pássaros cantem canções diferentes da minha, ao menos. Que nos outros céus haja arco-íris. Que outros corações estejam cheios de sangue, pulsando em uma só direção. Que nem todos os destinos sejam esse da frustração e insatisfação... Mas será que mesmo isso vai se provar uma mentira?
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