sexta-feira, março 07, 2008

Irmão

Tão macio e sensível que precisa se fechar para o mundo, para as experiências da vida, para as pessoas queridas. Tem medo de se machucar. Todos temos cicatrizes. Mas enquanto eu as exibo com orgulho, você as acaricia, gemendo, encolhidinho e envergonhado. "Exibir" é mesmo um verbo estranho na primeira pessoa. Mas não é tão importante pra você a nova forma que pode aprender de lidar com esse mundo que se apressa em engolir; mais importante foi o impacto dos aprendizados anteriores que você não conseguiu descartar porque marcaram você de forma negativa. É um problema de forma esse, o nosso. Eu não acho que você tenha se entregue tanto ao amor de forma a se machucar assim... Eu acho que foi o medo. E acho que o medo impede você de sentir o amor maior, aquele de você para você mesmo que você precisa tanto. E acho que o medo impede você que o amor que recebe a cada dia fique claro como a luz do primeiro raio de sol dentro do seu coração. Claro que é necessário se proteger; mas se fechar não é "viver e aprender", é se isolar, é ser sociólogo do século dezenove quando estamos no vinte-e-um. Como você se diz bom dia todas as manhãs? Com que caneca bebe o seu café? Com que cores pinta a sua alma hoje em dia?

Eu garanto uma coisa: você não corre o risco de se perder ao se dar por amor. Desse medo você não precisa fugir. "Você" não é algo que se esgote quando a entrega é em nome do amor, seja ela para o que for. Lembre-se sempre: por amor. Faça as coisas por amor.

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