quinta-feira, abril 10, 2008
- "Posso te ligar depois?"
Achei que ele não gostasse mais de mim. Porque eu sou muito chata, porque falo demais, porque reclamo de tudo, que por isso ele rolou para o lado e dormiu. Essa palavra, "chata", tão pejorativa... O que aconteceu com "sensível"? Sou mais sensível do que aparento ser. Muito mais sensível. Então, tudo o que está fora do lugar me incomoda. Inclusive e principalmente comentários e atitudes muito tortas. Não sei, não sei... Ele nunca disse que me amava. Mas eu não disse também. A gente tem medo de assumir e um de nós sumir. Nós dois sabemos que essa possibilidade existe e, não queremos admitir mas, nós dois temos medo. E um medo grande de não fugir, de ficar preso, de ser chato, de ficarmos pesados, impossíveis de sermos amados. E um medo maior ainda de, apesar de tudo o que somos, sermos amados! Dá medo... Dá muito medo. Então eu disse que havia ligado só para ouvir a voz dele... Enrolado no trabalho, ele disse que ligaria depois, foi atencioso, mas corriqueiro. Nunca mais ligou. Até o dia seguinte. No dia seguinte, quando ligou, não pude atender. Fiquei me perguntando se deveria sofrer até o final do sofrimento, esperando ele ligar de novo ou retornar a ligação. Somos assim, não é? Paranóicas até não poder mais. Vingativas? Orgulhosas? Confusas? Tudo se soma ao pacote. Mas fiquei horas achando que ele não me queria mais. E já sabia todos os motivos do porquê. Chorei na noite anterior, no banheiro, quando disse que ia escovar os dentes. Um choro forte e preso na garganta, porque foi engolido pelo meu próprio silêncio. Pensei que esse choro me faria muito mal mais pra frente, que não se engole um sapo desse tamanho. Sapo ou choro? Choro. Tive muito medo por uma noite, muito medo. Até pegar no sono. O que aconteceu bem rápido, pois estava cansada.
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Um comentário:
Putz... falô tudo...
Mas chega uma hora em que você pára e pensa: e daí? Nada do que eu "sei" ou "não sei" vai fazer a diferença mesmo...
Tô nessa fase. Beijoca!
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