A galinha queria ser roqueira, lançar um álbum de metal, mas não sabia como fazer. Ciscava, aqui e ali, por um meio de conseguir seu objetivo. De fato, das galinhas, era a mais bela, e era uma galinha muito talentosa. Olhava os cavalos na estrebaria e cacarejava esperançosa, de forma a deixar qualquer raposa perplexa. Era assim que tinha ganho seus dias até ali... Cacarejava de forma a convencer as raposas a deixá-la viver só por mais um diazinho.
As pessoas que têm galinha sabem que elas botam ovos, servem para fazer canja e até limpam o terreno dos insetos. Mas quem conhece, conhece mesmo, sabe que galinha que é galinha, sempre deixa uma trilha por onde passa. Titica. E essa não era diferente.
A galinha então arranjou um pintinho pra casar. Um pintinho amarelinho. Queria ser estrela de rock, e não a galinha cantora de nenhum galinheiro. Não sabia ser uma galinha solitária, as galinhas não aprendem a solidão das raposas. Embora essa soubesse, no escurinho do galinheiro, que um dia acabaria dentro da panela.
Ou na boca da raposa.
Um comentário:
Já leu "Uma Galinha", de Clarice Lispector?
Dá pra traçar um paralelo entre a metáfora dela e a sua.
=)
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