quarta-feira, janeiro 28, 2009
Estação da Luz
quinta-feira, janeiro 22, 2009
Chuva de São Paulo
Paulo, um prédio de fachada escura e portas fechadas, você se pergunta o que tem lá dentro. Me imagino tocando a campainha, abre um cara de terno e eu pergunto: "você tem um emprego pra mim"? Queria ser a mulher com poucas, mas lindas roupas, cabelo feito e super desejada. Queria estar nesse mundo de vícios e música, mundo de dança de pouca roupa, muito corpo, mundo do sinistro, do meu Samael. Mas eu uso uma burca, e vendo o meu rosto. Escondo o que eu realmente gosto nesses dias, porque eu sinto muito medo. Na chuva de São Paulo não vejo solução a não ser voltar para casa. Vejo o vento vindo, trazendo uma chuva que cai me acariciando e uma pena de galinha voa pelo meu dedão do pé. Ninguém me espera. Quero comprar cigarros, mas eu não faço isso. Hoje é um daqueles dias em que eu faria tudo o que não faço. Eu não ando de moto, mas HOJE eu subiria na garupa de qualquer um, qualquer um que parasse e me convidasse. Hoje é um daqueles dias.
domingo, janeiro 18, 2009
Santa Puta - Puta Santa
Meus irmãos que parecem uns lobos babões, fariam o papel de defensores da minha dignidade para outros homens, caso eu resolvesse tomar posse do meu corpo? Ou ficariam babando em cima das minhas fotos, como todos os outros homens, fazendo todos os comentários machistas e sexistas que já conhecemos?
Foi pensando no olhar masculino sobre os papéis que as mulheres interpretam hoje, principalmente esses dois (até onde uma mulher pode ser sexual sem ser vulgar, por que as mulheres vulgares são colocadas abaixo das mulheres reservadas, porque os homens só conseguem lidar com mulheres sexualmente expostas enquanto objetos, etc) que resolvi escrever sobre isso, correndo o risco de estar totalmente equivocada sobre todos os assuntos juntos. Mas, como não estou tentando dar nenhum tipo de resposta, acho que não vai ser tão polêmico.
Eu acredito no poder mágico das mulheres; nós somos as taças sagradas, o Santo Graal. Por que eu me sentiria uma puta ao me oferecer a vários homens ao mesmo tempo e por que me sentiria mal de ser confundida com uma prostituta? Por que essa divisão entre o sexo e sagrado, já que o desejo existe?
quarta-feira, janeiro 14, 2009
Escrito em papel higiênico
domingo, janeiro 11, 2009
Lata de atum para dois
quarta-feira, janeiro 07, 2009
7-JAN-09 (APX-5 NA)
What will you be
Do you see that train coming in your direction? What will you do when it hits you, what will you do? It is going to hit you, for sure... Will you keep the promise of what you would be?
Can you be yourself in your everyday life, or do you dream of some parallel life where you can be what you want to be, what you said you would be?
Can you be what you want in your everyday life? It's in the dog, in the people you're with, it's in the street, in every place that you meet. Can you keep the promise of what you would be? Can you keep the promise of what you said you would be?
domingo, janeiro 04, 2009
Quando eu sinto dor, o mundo se torna demasiadamente real. As coisas são cortadas nos seus excessos e só fica o que é essencial. A consciência se amplia e a completude se apresenta de um jeito aterrorizante. São poucas as coisas que eu percebo nesse estado, mas elas são vastas, imensas. Tipo: a solidão. A consciência de que estamos mesmo sozinhos. Geralmente a sensação que acompanha é sentida nos ossos ou nas vísceras, mas eu sinto menos medo quando estou sofrendo do que quando não estou. Eu sei o que pode se apresentar. Acho que eu conheço o lado das sombras e até me sinto confortável ali. Também sinto menos fome.
Ao mesmo tempo em que eu sinto que estarei sozinha em absolutamente qualquer ocasião da minha vida, eu quero acreditar que isso é uma mentira que ficou muito arraigada, e que podemos contar com "coisas". Podemos contar com as pessoas próximas naquele momento (idealmente), e podemos contar com a nossa própria dor. Lidar com a própria dor talvez seja o princípio da percepção de nós mesmos, ou seja, perceber que somos um indivíduo com quem podemos contar. Costumamos nos isentar da nossa própria lista de pessoas com quem podemos contar. E, talvez, descobrir que somos uma pessoa dessa lista faça com que outras pessoas assim apareçam na nossa vida.
Mas a descoberta de que os relacionamentos são superficiais e horizontais, e que somos nós que agimos na vertical a partir desses relacionamentos reafirma a minha posição de que estamos sozinhos. Então, apesar das dificuldades, preciso admitir que a dor e a solidão são partes integrantes do ser.
O ano passado não fechou, assim como o novo não se abriu. As vidas se carregam. Os rituais vulgares de datas são falhos porque não abarcam o geral e são extremamente impositivos. Não há fugas para o Natal; não há fugas. Isso é extremamente real. Temos escolha? Para tudo existe um início e um fim. E me falta essa compreensão. É difícil aceitar que não temos controle.
Mas por que nós, pessoas como eu, participamos da vida no pilar da severidade, sofrendo dessa forma? Sentindo uma realidade interna e lutando contra ela, querendo acreditar em outras verdades, verdades da mente?
Tenho dois copos ao meu lado, um de vinho e um de coca-cola. Queria uma resposta, mas não consigo decidir de que copo beber. Queria companhia para a minha escrita, mas não quero tirar as pessoas do que estão fazendo e puxar um assunto que eu não sei muito bem onde quero chegar. E não puxe um assunto quando você sabe o que podem responder, e não quer ouvir. Confrontação.
Ter uma idéia vaga do que se quer dizer é tudo o que eu tenho agora.