quarta-feira, janeiro 28, 2009

Estação da Luz

De um lado da ponte, mistério, arte e beleza, parte da cidade que não dorme: a Pinacoteca e o parque. Do outro, um cotidiano comum, cinzento e feio de uma cidade que não dorme: cerveja, sujeira, um monte de gente e churrasco grego. No meio da ponte, em baixo, dois sentidos para uma mesma linha de trem. Depois das seis, putas e travecos ficam fazendo pose ali, esperando trabalho. Na Estação da Luz, há um piano para todos aqueles que quiserem parar e tocar. Achei isso demais, bom demais. Estímulos auditivos super agradáveis para os corpos cansados. Foi tão legal isso! É como se houvesse um piano no meio da Central do Brasil, no RJ. Imagina? Resolvemos sair da exposição que não chegamos a visitar por conta da hora para ir tomar uma cerveja do outro lado. E a experiência foi muito interessante. Paramos num boteco qualquer ali daquele lado e perguntamos que cerveja eles tinham. Foram SUPER gentis e educados, nos falaram para ficar à vontade. -O Gabriel pediu para escrever que aqui é um lugar muito legal.- Mas, gente... Senti um acolhimento que não sinto em milhões de outros lugares. As pessoas simples nos receberam muito bem. Ninguém parou para mexer com a gente, ninguém tentou nos assaltar. Eu era uma playboyzinha misturada no meio daquela gente, minha roupa e minha pele não deixavam enganar. Mas eu me senti muito confortável no meio do povo; eu geralmente me sinto assim, muito acolhida, pela realidade honesta em que vivem aquelas pessoas... E, agora, eu. Será que eu nasci para ser pobre e feliz? Será que só tenho que admitir isso para ser feliz, e parar de tentar conquistar aquilo que eu acho que eu mereço, porque na verdade não mereço coisas mas sim tranquilidade? Se ser pobre fosse tranquilo... Eu trocaria num piscar de olhos. Mas aquelas pessoas pareciam bem. E felizes. Qualquer caraoquê de bar, qualquer cervejinha, qualquer bate-papo de esquina é estimulante e alegre. Eu sou uma dessas pessoas e eu faço o intermédio entre os ricos e os pobres, porque não sou nem uma coisa nem outra. Fui criada numa família decente, e tive educação, mas o nariz empinado não acontece, e nem o conforto em lugares luxuosos e suntuosos. Prefiro o barzinho da esquina, a quadra de samba, o churrasco no vizinho. Sabe? Então, estou descobrindo. E não é maravilhoso? Hoje eu andei de trem, e foi uma experiência acolhedora. Eu sou do povo, eu sou gente, eu sou terra molhada pela chuva. Eu nasci dessa terra e para ela voltarei algum dia. Eu sou gente.

5 comentários:

Anônimo disse...

Eu conheço a estação da luz, mas a sua experiência foi mais legal que a minha...

Anônimo disse...

... quem é Gabriel??

...

hi hi

Anônimo disse...

Cara, por isso que amo SP! Diversidade é TUDO!!! Andou de trem mesmo? Olha só, quanta novidade!

beijos!

Ju

Anônimo disse...

Xuxu,

você nunca foi nem nunca será uma playboyzitcha (se bem que nunca se sabe, né? quem sabe um dia não te vejo na capa da revista?) ;)

bjokitcha, Joana.

Anônimo disse...

Xuxu,

você nunca foi nem nunca será uma playboyzitcha (se bem que nunca se sabe, né? quem sabe um dia não te vejo na capa da revista?) ;)

bjokitcha, Joana.