1988
Eu fui uma criança urbana, descia pro play e jogava Alex kidd no Master.
Meu sonho era morar numa casa e ter um cachorro.
Aí fomos morar em Rio Grande, RS, e fomos morar numa casa, tivemos uma cadelinha vira-lata durante nove meses, pra quem demos o nome de Pequena e que seguiu a gente até em casa, mas ninguém brincava com ela a não ser o meu pai e também não queríamos limpar o quintal. Mas a gente podia subir no telhado de casa e era bem legal.
Foi um ano muito massa aquele, porque eu andava no meio do mato fazendo trilhas, caminhando em cima dos troncos das árvores cortadas, colhendo folhas de eucalipto e pinhos para brincar de comidinha. A gente podia andar de bicicleta pelas ruas, porque não passava carro nenhum e podíamos ficar o dia inteiro na rua, para cima e para baixo sem nos preocuparmos com nada. Brincávamos o dia inteiro, da Rua 3 íamos para a Rua 2 jogar taco no meio da rua, enquanto não passava o ônibus que só passava de uma em uma hora. Da Rua 2 íamos para a Rua 5 encontrar outras crianças e da Rua 5 íamos para o Clube Galera.
Foi em Rio Grande que vi pela primeira vez um escorpião- e tinham muitos-, também foi a primeira vez que meu heart foi broken... Fui trocada porque eu tinha vergonha de dar beijo e não quis beijar o menino nem na bochecha, e eu era a-pai-xo-na-da por ele, o Gustavo (Gugu- o irmão dele mais novo estudava com o meu e o nome dele era Guigui. hehehe). Foi a primeira vez que fui traída pelos amigos, que armaram uma emboscada pro garoto mais nojento me dar um beijo na boca (ERCA)- daí acho que também foi a primeira vez que senti ódio de alguém que não fosse da minha família. E eu quis que a menina que roubou meu namorado, o Gugu, morresse. Não é que anos depois, ainda criança, ela morreu de câncer? Medo. Horrível destino de Taís.
Foi um ano intenso.
Mas foi maravilhoso. As músicas das festinhas eram “The time of my life”, “Hey Jude”, “London London”, “Astronauta de Prata” e aquela música árabe que virou moda de dançar. E eu tinha uma vizinha mais velha que era descendente de árabe e o nome dela era Sibila e nessa hora ela era a estrela da festinha e todo mundo dançava igual a ela.
Como somos engraçados e desgraçados nas nossas experiências de infância e adolescência.
Meu sonho era morar numa casa e ter um cachorro.
Aí fomos morar em Rio Grande, RS, e fomos morar numa casa, tivemos uma cadelinha vira-lata durante nove meses, pra quem demos o nome de Pequena e que seguiu a gente até em casa, mas ninguém brincava com ela a não ser o meu pai e também não queríamos limpar o quintal. Mas a gente podia subir no telhado de casa e era bem legal.
Foi um ano muito massa aquele, porque eu andava no meio do mato fazendo trilhas, caminhando em cima dos troncos das árvores cortadas, colhendo folhas de eucalipto e pinhos para brincar de comidinha. A gente podia andar de bicicleta pelas ruas, porque não passava carro nenhum e podíamos ficar o dia inteiro na rua, para cima e para baixo sem nos preocuparmos com nada. Brincávamos o dia inteiro, da Rua 3 íamos para a Rua 2 jogar taco no meio da rua, enquanto não passava o ônibus que só passava de uma em uma hora. Da Rua 2 íamos para a Rua 5 encontrar outras crianças e da Rua 5 íamos para o Clube Galera.
Foi em Rio Grande que vi pela primeira vez um escorpião- e tinham muitos-, também foi a primeira vez que meu heart foi broken... Fui trocada porque eu tinha vergonha de dar beijo e não quis beijar o menino nem na bochecha, e eu era a-pai-xo-na-da por ele, o Gustavo (Gugu- o irmão dele mais novo estudava com o meu e o nome dele era Guigui. hehehe). Foi a primeira vez que fui traída pelos amigos, que armaram uma emboscada pro garoto mais nojento me dar um beijo na boca (ERCA)- daí acho que também foi a primeira vez que senti ódio de alguém que não fosse da minha família. E eu quis que a menina que roubou meu namorado, o Gugu, morresse. Não é que anos depois, ainda criança, ela morreu de câncer? Medo. Horrível destino de Taís.
Foi um ano intenso.
Mas foi maravilhoso. As músicas das festinhas eram “The time of my life”, “Hey Jude”, “London London”, “Astronauta de Prata” e aquela música árabe que virou moda de dançar. E eu tinha uma vizinha mais velha que era descendente de árabe e o nome dela era Sibila e nessa hora ela era a estrela da festinha e todo mundo dançava igual a ela.
Como somos engraçados e desgraçados nas nossas experiências de infância e adolescência.
Um comentário:
Dois lados de uma mesma moeda.
Um pai de família tinha sido convencido de que aquela oportunidade seria ótima para sua carreira! Seria transferido para a cidade de Rio Grande, perto da fronteira sul do país, o Chuí!
Era uma casa boa, pelo menos tinha um jardim interno que permitia ter um cachorro que logo apareceu! Uma vira lata pulguenta, magra e suja que começou a seguir as crianças por onde elas fossem: a mascote com um barbante amarrado ao pescoço.
Tínhamos que definitivamente colocar uma lâmpada à noite dentro da casinha, para aquecê-la pois em uma semana o frio tornou-se congelante, com o famoso Minuano. Minuano, muito prazer. Bem, não muito, ele era detestável. As crianças não sentiam nada, divertiam-se para valer! Coloquei em uma das bicicletas uma carenagem de jato feita de jornal e sinteco: seria uma sensação, se não ficasse tão pesada!
Qual era o verso da moeda? É que fui proscrito da cidade por um chefe carrasco, chato, cheio de princípios, organizado, perfeccionista, punitivo, crítico, com tem padrões de exigência muito elevados para consigo mesmo e com os outros. É sempre muito bem comportado e civilizado; tem dificuldade em ser espontâneo. Percebe o mundo em termos de certo ou errado, sem área intermediária. A autocrítica é um traço constante em sua vida e sempre espera críticas dos outros, nem que sejam leves. Como espera críticas, pensa que os outros também as esperam e, assim, toma a iniciativa de criticar.
Pode ser visto como aristocrata e arrogante devido a sua postura e rigidez.
Aparentemente calmo e insensível nas manifestações de emoções como a raiva. Não as dispensava quando se tratava do meu trabalho. Para tentar diminuir sua ira trabalhava 17 horas por dia, parecia mais um Zumbi!
Ele vivia, não vive mais, hahahahaha...em um padrão irrevogável tanto para grandes como para pequenos itens.
Era autoritário e reprovador, disfarçado atrás de regulamentos e formalismos; recorre a regras "acima" de si. Seria um compulsivo na busca da perfeição.
Levava tudo muito a sério. Seu sucesso, prosperidade e segurança, são considerados mais como uma prova das suas virtudes, do que algo a ser desfrutado.
Tem dificuldade para aceitar elogios, principalmente genéricos, e para reconhecer suas próprias conquistas. Tinha horror a uma chamada de seus superiores. Em geral, seu prazer vinha de um trabalho bem feito, porém, não precisava da admiração dos outros, ele precisava do respeito. Geralmente controlado, não apenas nas atitudes e no ambiente, mas também nas emoções, tornava-se confuso se as coisas saíssem do controle. É um tipo muito difícil de agradar, meticuloso com forma e detalhe.
Acho que não faltou nada. Por isso meus filhos perderam o que lhes parecia um paraíso, e um inferno para mim!
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