quarta-feira, junho 11, 2008

Até a boca

Até a boca, as garrafas estevam cheias, para matar. Sede até a alma. Acreditei em mim mesma, que encheria três garrafinhas para deixar ao lado do computador, para matar a sede sem me levantar, enquanto estivesse trabalhando. Mas sou uma pessoa que enche três garrafinhas por um motivo, e depois uso de outro jeito. À noite, antes de ir dormir, levei uma para o quarto; depois de manhã, ao sair para a faculdade, levei outra na bolsa, deixando apenas uma sobre a mesa do computador. Agora posso parecer uma pessoa menos interessada em ordem. Até que então... A sede bateu. Neuroses até o pescoço, palavras até a língua, garrafinha ao alcance dos dedos... Mas medo. Não quis bagunçar a beleza daquela garrafinha cheia, filha única, bela. Cheíssima, até a boca. "- Cadê as outras, já bebidas?" Rolou um medo de instaurar o caos naquela garrafa tão em paz. Porque se as outras já estavam pela metade, faria mais sentido terminar o líquido daquelas antes (não é?). Mas eu estava com sede agora, e as outras estavam longe. E o propósito era não me levantar. Esse é o mesmo princípio de ter várias roupas lindas que eu amo, todas guardadas no armário, e que tenho pena de usar porque vão gastar. (Mas gente, não é para gastar mesmo? A água não era para matar a sede? As roupas não são para me deixarem bonita, bem arrumada, como gosto? Para que esse monte de dedos com as coisas? Para eu morrer, e as coisas permanecerem como uma lembrança "do que um dia poderiam ter sido, e que não foram".) Abri a garrafa e bebi. Mas que culpa de perturbar aquela paz. A sede morreu temporariamente, mas as questões transbordavam na minha cabeça.

Um comentário:

Anônimo disse...

Voce é mesma muita espiritualizada, seu amor é contagiante, oh! meu querido DEUS, porque a humanidade não e feita de pessoas como voce. Eu queria ter tanto amor como voce tem, ser autoestimoso como voce é. Manda so pramim uma mensagem bem especial, pois, eu amo demais, uma criatura, que Eu acho deve ser igual a vc Tony ass-tony@bol.com.br