sexta-feira, outubro 24, 2008

ESCOLA

Eu aprendi que você já nasce devendo, sem crédito nenhum.
E tem que se esfolar para conseguir quase nada,
e quando consegue, são quase sempre críticas de um dedo que prefere apontar que se tocar.
Somos ainda vassalos de senhores feudais,
e devemos agradecer pelo pão amassado pelo diabo. --"Cala a boca e come!", porque poderia ser nenhum.

E a revolução já começou, dentro de mim, já começou. Existem milhões de lutas, para andar pelos dias sem deixar me prender pelas mãos sujas, pelos famintos de alma. Mas essa guerra interna está me deixando doente e sem energia. E quanto mais dias vou ao mundo, menos energia tenho para a luta, quanto mais luto, menos alguém ganha, quanto mais perco, mais um dia a menos. Entende? Talvez seja de propósito. Talvez eu esteja mesmo buscando a morte. Talvez eu tenha plena consciência do alívio que ela trás. Talvez eu queira escolher. Talvez Rodrag estivesse certo. Talvez ele tenha se libertado da roda. "Talvezes" lutam dentro de mim. As células estão vivas; elas querem comer. Elas clamam pela vida.

Percebe: o que eu sei é que o tumulto que vejo aqui fora se iguala ao tumulto aqui dentro. Porque na escola não ensinam como lidar com esses trajetos? Quem vê nuvens, acordou nublado. Quem vê sol e amaldiçoa o astro, é porque está se queimando. O que está dentro é como o que está fora, o que está em cima é como o que está embaixo. Isso eles não ensinam na escola. A escola é uma bosta. A educação se perdeu tanto quanto o meu texto. E a escola é a instituição que perpetua a burrice. Ela copia e ensina a copiar, vide Estamira. E a Igreja também é uma escola, é a escola do demônio, porque ela é a religião dos homens e o inferno somos nós. Controle burro: não obrigada.

O que sai de valor desses lugares são as ovelhas desgarradas. Viva as ovelhas desgarradas.

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