Hare Krishna. Acendo um incenso em nome das pessoas que morreram no acidente da Air France. Coloco as mãos juntas, diante do peito, para me unificar antes, e passo a desejar que a ponta do incenso seja também uma ponta de esperança e acolhimento às famílias das vítimas, que tiveram pessoas queridas arrancadas de si com tanta brutalidade. Acredito em karma. Mesmo assim, só porque faz parte da experiência de vida dessas pessoas, não vejo por que não poder desejar igualmente que consigam passar pelas suas dificuldades da melhor forma que puderem, naquele momento. Não vejo como solidariedade possa ser apenas uma coisa de Cristo, nem como enviar amor seja interferir também nas vidas alheias, sendo contra Thelema. Só estou enviando um pouco da minha energia, do meu amor pela vida, e que as pessoas façam como quiserem ou o que puderem com isso.
Ontem, no metrô, naquela hora em que os vagões ficam lotados, entrou um pai com seu bebezinho no colo. Lógico que ele pôde se sentar. O bebê era muito bonitinho, e estava com os olhos e o nariz completamente vermelhos, o que chamou a atenção de todas as mulheres em volta. Impressionante de quanta energia uma criança dispõe e quanta energia dispende. O fluxo energético indo diretamente para a criança, pelo carinho que aquelas mulheres estavam enviando ao bebê, energia que envolve, energia de mãe -- das novas, das velhas, não importa; era uma coisa de instinto protetor -- por ele estar doentinho, foi muito forte. Enviei um pouco também, mais do que gostaria, pois eu tentei ter controle do afeto sobre aquela criaturinha, e não consegui impedir minha energia de sair (pensei, "pequeno vampirinho") mas, reparando, consegui frear no momento em que as outras mulheres enviavam, e procurava enviar nos momentos em que elas se distraíam. Mas... Eu sabia que elas não tinham notado nada disso. Estavam, apenas, hipnotizadas através do próprio instinto de mulher, com o bebê. Acho lindo quando o pai é cuidadoso assim com a sua cria e leva ao médico, sozinho, sem a mulher, ou leva para passear. Fico extremamente comovida. Pais que assumem o lado "nutritivo" junto com a mãe. Acho lindo. Desejo o mesmo para mim, e o mesmo destino aos meus.
"Hare Krishna, Hare Krishna,
Krishna, Krishna, Hare, Hare."
Ontem, ao chegar na faculdade, me deparei com um acidente. Um homem foi atropelado na saída de um 435 do ponto final, que fica na porta da minha faculdade. A ambulância da Samu já estava lá, e também os bombeiros, e aquele saco preto que cobre a vítima. Apesar de eu ter visto um tênis Adidas para fora do saco preto (que já foi mais do que eu desejaria ter visto), disseram que foi um senhor. É estranho entrar em contato direto com essas forças.
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