sábado, setembro 29, 2007

A(a) criança

Estou aqui pensando no estrago que uma criança raivosa pode fazer... Se não tem seus desejos atendidos, no mínimo faz muito barulho. E quando a criança quer, ela não pede de levinho. Ela grita. E repete. E chora. Esperneia.
Tá. E o que acontece quando a criança se transforma em um adulto em idade e corpo, mas que continua criança por dentro? E não sabe que continua criança por dentro? O resultado é o mais desastroso possível, é o mundo que temos; a verdade é proibida e inconveniente e aos adultos não é permitida a brincadeira, daí o descaso com as decisões mundiais como se fosse um tabuleiro de jogo.
A brincadeira criativa é limitada à vida adulta; daí a banalização do sexo, vida e morte, etc. Os jogos viram outros, mas é a criança querendo brincar. Uso de drogas, distúrbios extremados de uma criança interna infeliz e urgentemente necessitada de atenção. A criança interna esperneia. Ela precisa ser atendida, não pelas demandas que fazemos ao mundo, mas por nós mesmos! O adulto quer um relacionamento sério, duradouro e verdadeiro, quer a sua casa mobiliada, quer um carro novo, quer milhões de coisas e, por agora, a criança quer somente um sorvete que cale a boca mais imediatamente dos outros desejos não atendidos. O sorvete também pode ser substituído por uma noitada ou qualquer outra coisa. E quando negamos, ela grita e esperneia.
Eu acho que muito cuidado e carinho deve ser reservado à nossa criança interior; morrer ela não morrerá jamais, mas pode nos matar caso tenha negados para si os seus desejos mais básicos de amor e nutrição.
Os problemas psicológicos que temos derivados da criação relacionado ao amor que recebemos dos nossos pais não são realmente problemas com nossos pais, mas todos os personagens que vivem dentro de nós, o que ficou internalizado disso tudo. A narrativa que construímos e que faz sabermos, exatamente, as falas de cada voz, de cada personagem em cada situação. Temos uma mãe e um pai internos que foram internalizados a partir da nossa criação e que nos podam, nos educam, nos dizem "não" e nos colocam de castigo; as vozes muitas vezes dizem que não somos merecedores da felicidade porque "fomos feios". Essas vozes nos destroem por dentro porque as escutamos mais do que a voz da nossa própria criança. Nossos pais internos também podem acolher a criança, cuidar dela, educar sem agredir e orientar sem podar.
Aquela que mais precisa de alimento e sossego, de rotinas e regras e tempos livres para se expressar abertamente. Aquela que precisa da fantasia, das histórias bonitas em que acreditar e precisa ser ninada para dormir é a nossa criança. Precisamos acolhê-la em nossos braços e dizer que ela é amada, que estamos prestando atenção nela, que sua voz é escutada.
Assim, a criança que ficou emocionalmente para trás dentro de nós terá a chance de ser uma criança saudável e deixar-nos ser adultos maduros e bem colocados dentro de nós mesmos.
Brincar é preciso, viver é preciso. Cuidem das suas crianças. Elas têm as respostas. Ouçam a voz da sua criança interna.

3 comentários:

Anônimo disse...

eu não sabia que eu podia ser criança ainda...

Anônimo disse...

É essa criança que, quando contrariada, nos leva à depressão...
e ao sentimento de auto destruição...
Sim, vc tem razaão... devemos cuidar de nós mesmos em nossa totalidade, inclusive de nossa criança interior..

Anônimo disse...

ja q e sobre criança.. de uma passadinha no meu blog
vc vai gostar

beijosss
e muito lindo o seu..
bj