Segunda-feira
Uma cereja podre com uma pobre alma e um triste fim, ao chão da rua suja de água de peixe do fim da feira.
Terça-feira
Cães passaram, cheiraram, pessoas chutaram... Vermes nasceram. Um passarinho veio e fez cocô em cima, o que alimentou ainda mais os vermes, ajudando a acabar com a cereja.
Quarta-feira
O caroço estava à mostra. A pele aparecia em uma das metades, já meio derretida, já meio irreconhecível, já não mais cereja, já não mais vermelha. Cor de apodrecida com poeira de rua.
Choveu.
Quinta-feira
Os lixeiros varream o caroço, que foi a única coisa que sobrou.
Sexta-feira
Não mais existiu.
Sábado
Não mais existiu.
Domingo
Não mais existiu.
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Um comentário:
A coisa linda dessa cereja, é que seu caroço, mesmo depois de passar por isso tudo, ainda pode dar origem à uma enorme cerejeira que vai florir todo Abril e cujas flores de cinco pétalas é icone dos valores samurai... ou ele pode ir parar no lixão e conhecer Estamira, está aqui está lá, está em todo lugar.
Gostaria de conhecer a cereja que nasceu desse árvore-fênix...
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