sábado, fevereiro 07, 2009

Te espero siempre mi amor

: Enxergo o mar imenso da Baía de Guanabara e me transformo na sua superfície. Me estico, alongando o meu corpo horizontalmente, para que eu possa cobrir a sua vastidão, mas não consigo. A longitude das suas águas é do tamanho de tudo aquilo que desconheço sobre você, meu amor, e o meu grau de urgência pelas necessidades mil é altíssimo, leste e oeste. Minha pele não te cobre, embora eu tente. Enquanto isso, fico nua, nervos à mostra. Eu não te cubro, você não me descobre. Eu vejo você, queria que você me visse também. Psiquê quer ver o rosto do seu amado, mas sabe que não pode olhar para trás. Eros não pode ser visto e vai embora por conta da teimosia dela, a deixando só. Mas meus sentimentos são meus, muito meus, e esses ficam. Não dependo de ninguém para amar, e amo independentemente. Amo você por quem você é, não preciso que me devolva nada. Mas queria que me amasse também. Eros está atrás de mim, enchendo as minhas cinco taças. Enquanto não estão cheias serei paciente, dentre todas as outras coisas que também sou. Eu sinto você, queria que você me sentisse. Os peixes estão morrendo.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Felizes são os peixes, felizes são os peixes" (Titãs)

:)

Anônimo disse...

Aquariana diz:

Esteticamente, vejo algo de Clarice, aqui. A pontuação no começo do texto. Heheh, já começou a ler o livro?

Sobre o conteúdo, posto depois. Tô indo almoçar.