sexta-feira, julho 31, 2009

Quanto mais maldita, mais sagrada

Pode ter certeza que a lembrança de mim é mais forte do que a minha presença. O ponto ínfimo "eu" no SEU cérebro vai ficar piscando... Não é porque eu queira, porque não é... É porque acontece assim e eu já vi e já fiquei sabendo também. É muito importante isso. Não sei por que, só sei que é. E acontece quando eu me esquecer que você existe, qualquer que seja esse "você". Quando eu esquecer, o ponto "eu" acende em você. Pode esperar para ver, quando eu acender, você já sabe. Acho que estou avisando um pouco tarde, mas... "Antes tarde do que nunca" não é uma frase que caiba aqui, pois tenho certeza que você, se pudesse escolher, escolheria nunca se lembrar de mim, porque vai doer. Se voCê gostar de dor, talvez seja mais fácil. E "quem avisa amigo é" também não cabe, porque sabemos que não sou sua amiga; essa palavra tem um conteúdo muito profundo para ser compreendido por alguém que me deixou escapar. Enfim: é muito simples. Enquanto eu estiver vivendo a minha vida, tudo à sua volta que tiver ligação comigo vai ser percebido por você, detectado e associado a mim e, de imediato, todo o seu ser estremecerá de saudade ou remorso, por eu não estar mais disponível a você. Estive pensando se seria uma questão egóica minha escrever isso, querer ser lembrada pelas pessoas que se foram, que foram muitas, mas mesmo quando eu não quis outras pessoas me escreveram cartas testemunhando os fatos que estou falando, então... Pode ser que sim e que não também. Ainda me lembro, por isso escrevo. Mas isso só funciona quando eu esquecer. Capisci? Não é para ter medo. É só uma coisa; se você não soube lidar comigo na sua vida, e isso é verdade tanto para mim quanto para você, nossos deuses se ressentiram disso e eu paguei a dívida na dor da perda, mas... E você? Que nem parou para perceber? A negação de mim é a negação de Deus, e o universo vai cobrar, cedo ou tarde. Entendeu? Existe a possibilidade do total esquecimento, mas aí... É com você. Jamais me esquecerei das coisas que são importantes para mim, como DEUS, por exemplo. O meu DEUS, sagrado e profundo. O meu DEUS, ínfimo e pertencente a tudo. O meu DEUS em todos os detalhes. Quanto mais maldita, mais sagrada. Você me dá dor e eu faço música. E você, faz o quê? Esquece? -Risos- Não, você não vai esquecer.
>:)

Carta de amor




terça-feira, julho 28, 2009

O "perdão"

Hoje recebi uma mensagem via celular de uma pessoa que, há mais ou menos um mês, para defender um ponto de vista específico, beijou o meu ex-namorado na minha frente. Essa pessoa queria me mostrar que eu não tinha o amor, o respeito nem a fidelidade desse "ex" (estávamos ainda no processo de término -- eu estava). Bom... A mensagem foi em um tom tão casual que eu quase me deixei levar. A dor que senti no dia do tal beijo foi devido à afronta, à traição do meu momento lúdico, me roubando o prazer da noite e o substituindo por desamor, desrespeito e deslealdade. Mas, devido ao tom desapegado e frouxo da mensagem, quase coloquei de lado tudo aquilo (o beijo em si foi ridículo, um duelo de espadas -- por uma donzela!), e quase as deixei entrar de novo em minha vida. O tom foi tão casual, como se nada tivesse acontecido, que quase me convenceu. Quase-me-convenceu. A não ser pela suspeita imediata que me gerou.
Então, a razão diz: todos são dignos de erros e erros são humanos. Até eu estou sujeita a erros. Mas eu me permito? Eu me permito errar assim? Eu me permito magoar as pessoas que eu chamo de amigas dessa forma? Eu me permito me atrair e ficar com os namorados e maridos das minhas amigas? Eu me permito sujar o espaço que as pessoas me concederam em honra e confiança, das suas casas e corações?
Quando chamo uma pessoa de amiga, quando essa pessoa tem acesso aos recônditos do meu ser, sabe onde me escondo, onde me retiro, o que sinto, o que penso, o que faço... Eu espero que ela reconheça o valor desse espaço, a honra que é para ela estar presente nisso, fazendo parte da minha vida e espero que cuide desse bem. Em troca, ela tem a minha lealdade e o meu amor. (...) E, por milhares de vezes, as pessoas entraram com sapatos imundos de lama no chão que eu acabara de limpar, cuspiram, comeram, beberam e se entornaram no chão sem a menor oferta de ajuda para colocar as coisas de volta no lugar. Saíram sem o menor pudor para a próxima festa e para o próximo banquete, sem nem ao menos ligar para agradecer o tempo em que ficaram nesse espaço. Foram pessoas que eu deixei entrar.
Essa "punição" de deletar as pessoas que me cortaram (e quem cortou quem primeiro -- eu sou cortada apenas uma vez, é sempre um corte no ventre, é sempre esse golpe baixo e sujo que expõe as minhas tripas em público. só que é UMA VEZ para nunca mais) é de fato uma punição de quem? Acho que é uma punição de mim mesma por ter errado, por não ter previsto o imprevisto, por estar na hora certa e no lugar certo para o momento errado acontecer, por ter tido essas experiências e não outras, que fossem boas de fato.
Acho que talvez existam pesos e medidas diferentes: se alguém me corta o braço, ele cicatriza em duas semanas. O perdão vem mais rápido. Se alguém me expõe à visão das minhas próprias tripas, além de dermes e músculos, em um mês não estarei pronta para sarar. E o perdão não vem tão simples assim.
E isso é ficar apegada às sensações ruins? E isso é não perdoar? Ou ainda não passou o tempo necessário para eu me concentrar em outras coisas (coisas mais importantes, novas alegrias)?
As novas alegrias ainda não apareceram por aqui, porque a cicatriz está só a meio caminho andado e eu levo muito tempo para me recuperar dos baques então, que forças tenho eu para ir ao mundo? Que forças tenho eu? -- De ter as tripas expostas por uns MERDAS! Se sou tão facilmente abalável por esses malditos que amei, que forças tenho?
É esse o perdão que não me dou. Não é aos outros que preciso perdoar, é a mim.
Eu convidei o vampiro para entrar. Deixei que ele traçasse os passos; ele se deitou comigo na minha cama, beijou a minha boca naquela mesma noite por iniciativa minha e me deixou com a porra de uma qualquer-Verônica, um livro de poesias-manual-de-instrução-extraviado (que só chegou depois do namoro) e RUIM e a memória desse beijo escroto. E onde é que isso fica, atravessado em mim?
Se esse é o tipo de gente que me cerca, que tipo de gente eu sou?
Mas se eu não me importasse comigo, se não me gostasse, se me permitisse voltar a falar com essas pessoas não estaria embarcando nas mesmas ondas superficiais e descuidadas em que elas flutuam? E agora que sei diferenciar joio de trigo, não é adequado que afaste os dois lados? Inclusive, não é esperado que eu faça isso?
Ficar sozinha e em silêncio é uma prova de amor a mim, respeitando o meu tempo de cicatrização? Ou é uma punição por eu ter caído na mesma história de sempre e ter me envolvido com pessoas sem a menor cautela, pessoas que eu não sabia bem quem eram. Pessoas que achei que tivessem honra e que não tinham (...)?
Um tempo para pensar. Quanto tempo levar.
Mas essas pessoas que foram não voltam mais, porque eu não vou deixar.
E a mim não terão jamais. Acho que esse é o pior castigo que posso dar.
E quanto sofro com isso...

A cup of tea to settle it down

I had you inside my stomach. It was upsetting. How come you didn't love me? I know you know how it hurts to fall flat on your knees. You have your scars, I got mine. I tried to kiss your pains away, you brought yours to me and I gave in. And you got out. But this isn't about pride, it's about a broken heart, the loss of love -- which is known and here and always -- while you're not. It's about the about the mountains and it's about my shoes. How come: So many shoes, so many colors of a lost rainbow to your eyes; you never saw it. So many shoes, so many outfits and none of them have made you stay? There was the writer, there was the singer, the plain woman and the lonely girl with her fancies. There was the mother and the sister, and there was the fairy and also the demon. So many outfits, so many looks, so many hairs and moods: just like a doll. And you didn't even fell for the naked. Your next stop will be falling flat on your face. Because you just never learn, and I don't either. My next stop will be another broken heart (because I tend to think I got nine lives when I don't -- and how many are already gone?)

domingo, julho 26, 2009

Para onde vão todas as nuvens?


Primeiro o céu estava azul. Depois, havia uma única nuvem muito comprida, sozinha e apressada seguindo na frente, apontando em uma direção. Atrás dela, várias outras juntas, brancas e rechonchudas pareciam apostar corrida, mas elas também passaram, levadas pelo vento. Então vieram outras com mais calma, e o céu foi ficando mais cinza do que azul. Essas nuvens caminhavam muito devagar e deviam ser mais velhas, pois também eram mais escuras e traziam o peso da maturidade nelas. Acho que todas essas nuvens estavam indo em direção ao encontro de nuvens, lá perto da montanha mais alta. Já ouviu falar? As nuvens mais jovens foram na frente para aproveitar melhor e, as mais velhas, caminhavam na velocidade que podiam, atrás de suas nuvens filhas e sobrinhas. Todas as nuvens de um céu são aparentadas. É que as nuvens são seres muito sociáveis e adoram fazer encontros em lugares bem altos e úmidos. Elas gostam de se encontrar e dançar, de conversar muito alto -- daí que vêm os trovões -- e os raios nada mais são do que as luzes da discoteca das nuvens. Então, quando a montanha chega e impede que elas sigam adiante, elas começam a discutir e, às vezes, a ficar bravas pela aglomeração, e aí fazem muito barulho. Quanto mais nuvens se aproximam, maior fica o burburinho. Até que, de toda a confusão, dá-se a chuva, que faz com que as nuvens se dissipem. A chuva é o jeito da vida de diminuir a população das nuvens. Elas resolvem deixar os céus e vir se aventurar aqui na terra. Quando uma nuvem se desfaz em milhares de gotículas, elas fazem as maiores aventuras aqui embaixo, mergulham em poças, formam rios e laguinhos. E o céu volta a ficar azul, até a próxima reunião das nuvens.

domingo, julho 19, 2009

Almofada rosa com rímel preto

Eu conheço esse choro. Os olhos pretos ficam na almofada, rosa. Borrados, manchados, molhados. Choro de ontem, de anteontem, de todos os dias até hoje, choro que vem da infância, choro do passado e de algum dia no futuro também. Choro-faxina. Choro-vagina. Chora, menina! Chora tudo... Chora e vem comigo, explorar. Chora sem vergonha. Chora, sem-vergonha. Se envergonha, e chora. Chora. Xota. Xota. Bota para fora, enxota. Tudo molhado ao redor da almofada. Rosa cansado. Olhos inchados. Tá, tá usada sim. É, foi, se deixou ser usada assim. Não sabia o que era o amor! Não sabia que o amor era unicamente de si para si mesma; Achou que poderia vir dos pais, depois achou que podia vir do peito, depois achou que viria das irmãs que achou por aí (só para saber que jamais seriam amigas), depois dos namorados, ficou procurando o amor em todos os homens que passaram por sua vida e acabou aqui, ínfima, borrada, transbordante, íntima de si, estranha a tudo mais. Então chora. Chora. E vamos embora que amanhã tem vida.

quarta-feira, julho 15, 2009

O poder das convenções sociais

O que você gosta de fazer, quando encontra alguém? Dar dois beijinhos no rosto, um aperto de mão, um abraço? O cara gostava de dar selinhos, de apertar o peitinho das amigas ou de apertar o saco dos amigos. Ele era doido? Muito sexual? Puras convenções sociais. Acreditava que seria muito mais honesto cumprimentar as pessoas pelos seus órgãos genitais, sacudir o pau, ao invés da mão, pegar nos dois peitos e apertar a bunda. Ele dizia que os macacos faziam assim e que, por isso, ele estava isento de culpa. Os cachorros cheiravam os rabos uns dos outros. No reino animal, era assim que os bichos se conheciam, pelos seus "cheiros". Para ele, estava tudo certo. Mas ele não conseguia ser feliz, porque as pessoas não o compreendiam. Suas crenças eram muito peculiares, impossível de ser colocadas em prática no dia-a-dia. Tentava consertar a pia da cozinha, mas, quando o encanador chegava e tinha o seu pau apertado, dava-lhe um soco na cara, no menos esbravejava e lhe dava um empurrão. Nada ficava decente em casa, pois as amigas, com medo do assédio, deixaram de aparecer, e também as empregadas. Ele vivia sozinho, muito apegado às próprias crenças. Ficava satisfeito de ser tão íntegro. Incapaz de se enturmar com as moças e os rapazes que talvez gostassem de ser tratados dessa forma (porque não sabia bem que isso existia. Um grupo de pessoas que pensassem como ele, que o aceitassem como ele era, de fato.) E foi assim com o homem da padaria, o do jornal, etc. Todas as portas se fechavam quando ele passava. Ninguém queria cumprimentá-lo. Mas ele achava que o mundo não era capaz de reconhecer a sua genialidade, que o mundo não estava ao seus pés, muito apegado que era às próprias crenças.

quinta-feira, julho 09, 2009

O dilema de I I

-- Eu quero. Você também quer?
-- Eu quero.
-- Então vamos.
-- Vamos.
E deram um com a testa no outro porque, para cada um deles, o "ir" era em uma direção. Infelizmente, eram sentidos opostos.
-- Ei, por que você está indo para lá?
-- Como assim, é para onde devo ir.
-- Ué, mas não íamos juntos?
-- Sim! E por que você não vem comigo?
-- Porque é naquela direção que devemos ir.
-- Devemos? Eu não devo nada. Vou na direção que eu quiser.
-- Mas não queria vir comigo? Então o que importa a direção? Estar comigo não é o suficiente?
-- Se eu for com você, esquecendo de para onde estava indo, não estarei esquecendo de mim também, para ir com você? Não quero me tornar você.
-- Nem eu quero que você se torne eu, nem pretendo me tornar você, mas... Vamos juntos?
-- Vamos.
-- Para onde?
-- Não sei, você decide agora.
-- Ah, como assim? Vamos conversar. Me explique por que você antes queria ir para lá, que eu digo por que acho que devemos fazer exatamente o contrário.
-- Bom, mas se você já sabe da sua verdade, antes de eu dizer a minha, do que adianta conversarmos? Não vamos sair de lugar nenhum!
-- É, mas já estamos parados aqui, pelo menos, nos conhecemos um pouco melhor. Achei que já estava acertado a direção que deveríamos seguir. Acho que o que vale mais é o amor.
-- Você, por amor, abandonaria a sua direção para ir na minha?
-- Talvez.
-- Talvez o quê?
-- Se você me apresentasse argumentos válidos. Hum... Mas se os argumentos fossem mais fracos que as suas atitudes... Acho que entraria em conflito e não conseguiria mais confiar em você.
-- Bom, eu já conheço uma pessoa que foi naquela direção em que eu estava indo.
-- Conhece alguém? Que alguém? Quem é essa pessoa?
-- Ué, uma pessoa! Qualquer pessoa! Mas eu conheço.
-- O que quer dizer com isso? É alguém do seu passado?
-- Ué, CLARO! Se não está aqui agora e eu conheço, só pode ser do passado...
-- Não se faça de desentendido! Sabe muito bem o que quero dizer. Você não foi na minha direção comigo, mas ia na mesma direção da pessoa que você conheceu no passado. Que ótimo! Parabéns. E de estresse agora, já não consigo nem mais andar. Acho que você só pensa que me ama.
-- Eu não acredito em amor. Só acredito em andar.
E assim, permaneceram discutindo, se amando profundamente, ambos batendo testa com testa; um queria seguir pela mente, o outro pelo coração. Ficaram assim até que todas as noites e todos os dias haviam se passado, o sol havia secado a água dos corpos, os urubus comido o que sobrara de suas carcaças e, agora, só restava pó. Ficaram juntos para sempre, parados no mesmo ponto. Até que passou uma brisa ligeira e separou as poeirinhas cósmicas. Uma poeirinha um passarinho comeu, a outra, um lagarto. E, mais a frente, foram defecados no solo, de onde nasceram florezinhas...

terça-feira, julho 07, 2009

Mês da Baba Yaga - "Ao caldeirão!"

Dia 02/07, quinta-feira, fui comemorar o final das aulas em um bar, em Botafogo. Ótimo encontro, cerveja gelada, tudo bem. Pagamento da conta: passei a senha do cartão, mas a máquina não completou a operação. Pedi para o garçom imprimir a fatura da máquina para ver se tinha computado. Não tinha, o número do cartão era outro. Tive que passar a senha de novo. Na fatura, estão me cobrando essa conta duas vezes. Terei que voltar a Botafogo para discutir no restaurante, dizendo que estão me cobrando indevidamente e ELES terão que entrar em contato com o cartão para resolver. Menos uma tarde de trabalho, e eu ganho por produção. E só poderei resolver isso na semana que vem, que é quando a central do cartão terá certeza de que esse valor duplo entrará mesmo na fatura do mês que vem ou não.

Dia 03/07, sexta-feira, dia de Vênus, uma amiga havia voltado de viagem há uma semana e me chamou para ir a um bar novo que abriu aqui no bairro (não era aniversário de ninguém), e eu fui, mesmo que tenham me chamado em cima da hora de sair. Já eram mais de 22hs e eu não trabalharia mais, de qualquer jeito. Fui com ela, o namorado dela e uma amiga. Chegando lá, a amiga, que tinha que acordar cedo no dia seguinte (e antecipando a furada), deu no pé, me deixando sozinha com ela e o namorado, que ficaram se alfinetando a noite toda. O bar estava cheio, o som estava altíssimo e o serviço, péssimo. Ele com as crises dele para um lado, ela com as crises dela para o outro, e eu no meio. Eu já fui um dos lados do casal-briguinha, mas nunca tinha sido a pessoa do meio! Ok. Ao colocar o meu limite "Amados, não saí para ficar ouvindo brigas de vocês", angariei a raiva das pessoas. Domingo eles fizeram um almoço para "os amigos" e eu não fui convidada (também não teria ido, visto o que me aconteceu na noite de sábado e quão pouco afim de socializar estava).

Dia 04/07, sábado, foi um evento duplo: fui comemorar o aniversário de um amigo querido que também me convidou para ir beber cerveja, mas, nesse dia, o meu ex-namorado e atual paixão estaria aqui no Rio (ele é de outra cidade) para pegar os seus pertences que ficaram aqui e ficar um pouquinho comigo, talvez até o dia seguinte (estávamos num clima amigável e carinhoso). Tudo bem, estávamos nos divertindo todos juntos, mas o amigo que era aniversariante estava alucinadamente bêbado, querendo beijos na boca das pessoas. Depois queria com língua. Eu não dei, o melhor amigo dele não deu, mas o meu ex-namorado, querido, deu! Na frente das pessoas que estavam lá, comigo ao lado dele, e aquele beijo em destaque porque os dois estavam de pé. E o meu amigo (não o ex-namorado) veio gritando atrás de mim (sim, porque fui embora, antes entornando a minha vodka com limão e gelo na cabeça do ex -- e se alguém achar cômico, que esteja no meu lugar alguma vez para ver se acha engraçado) que ele sim deveria ser pai dos meus filhos porque ele seria fiel a mim enquanto o outro jamais seria, e que nós criaríamos uma criança feliz! (Isso sim é meio engraçado... Mas um tanto quanto surreal. Uh... Acho que nasci em um universo paralelo ao da realidade, só pode. Fato: era noite de lua cheia também, tanto no meu nascimento quanto nessa data maldita.)

Dia 05/07, domingo, comemoração do aniversário de vovó que completou a linda idade de 93 anos, e fiquei sabendo de um segredo de família seríssimo que todos sabiam, menos eu e meu irmão, há mais de dez anos. Claro que isso foi menos importante do que o fato em si, mas... Efeito defastador tremendo. Não posso contar o que é porque estaria invadindo a privacidade das pessoas e a minha também. Passei outra noite em claro, chorando, encolhida. Ninguém sabe disso, ninguém pode ou poderia imaginar.

Dia 06/07, segunda-feira, o ex-namorado descobriu que eu, dentro da minha razão e raiva, havia apagado todas as fotos da máquina dele, fotos da festa junina das amigas dele para a qual não fui convidada e fotos do Bauer Fest, para a qual também não fui convidada. Fotos das ex-namoradas dele e "amigas". Pena que apagando as fotos não se apaga também as pessoas. Eu gostaria de ser uma pessoa care-free, mas sou apenas absorvente.

Dia 07/07, terça-feira, liguei para o cartão de crédito para ter todas aquelas notícias maravilhosas que falei no primeiro item.

1) Estou com medo do que o futuro guarda para mim, embora creia que seja apenas esse mês, Saturnino, na astrologia védica.
2) Não me chamem para comemorações de aniversário até o final do ano.
3) Por favor, pensem duas vezes antes de me ligar, porque se forem fazer críticas, dispenso.
4) Preciso trabalhar, mas o pensamento está lá longe.
5) Antecipei a terapia da semana que vem porque o coração deu um nó.
6) Pelo menos esse mês vou ficar mais bonita. Será que isso é compensação?
7) Só para constar, porque gosto de sete mais do que seis.

segunda-feira, julho 06, 2009

Silêncio no tumulto

Na minha última visão, vi que precisaria ficar em silêncio. Ser a Virgem necessitaria falar muito pouco; compartilhar mais em energia do que em palavras. Mas foi só sair do transe que isso passou. Não consegui manter. A vida me faz ser sociável. As saídas me fazem falar mais do que gostaria. Estar disponível às pessoas me obriga a gastar quando eu quero e preciso conter. Mas a necessidade do silêncio é enorme, premente. Falar o mínimo possível, só mesmo o necessário, e com muito poucas pessoas. Para evitar machucar e ser machucada. Essas pessoas especiais conseguem sentir como estou sem nem mesmo precisar perguntar, e já sabem os caminhos que estou atravessando. Pessoas que, como eu, não julgam apressadamente, não imprimem rótulos, usam menos adjetivos. O que acontece é que vou falar a verdade, e vou ouvir verdades de volta. Mas as verdades são muito subjetivas e, como tais, as verdades podem ser precisas em magoar, sem resolver nenhuma questão. E chega disso, agora. Amor e respeito me valem mais do que as verdades. Prefiro calar mas, quando requisitada ou provocada, são verdades que vão sair. Existem problemas como "ai, não gosto do meu namorado mas não consigo terminar com ele", e existem problemas como "sou soro positivo", e estou lidando com pessoas que têm todos os tipos de problemas agora. Mas, uma coisa é uma pessoa estar perdida na vida e outra coisa é tentar fazer com que eu me perca. Com amor e com carinho eu lido com todos, mas, até respirar se torna cansativo. Não há a força de um novo amor para dar impulso e eu preciso tirar essa força apenas de mim mesma. Sei que tenho essa força e uma ainda muito maior e, por isso, a vida traz esses testes de "equilíbrio". A palavra certa é: malabarismo. A pressão comprime, o estômago sente. Não deixe cair nada. Continue trabalhando, mesmo que, vinte vezes ao dia você deixe a cabeça despencar sobre a mesa, olhando a superfície lisa da madeira, contemplando o vazio existencial e as dores que sinto. É verdade, transformo as pessoas e sou transformada por elas, fortemente. Faço isso através do amor, e os tipos que atraio por conta disso são inúmeros. Todas as crianças carentes, surtadas, perturbadas, menosprezadas, precisando de alimento, calor e atenção. Crianças grandes que, quando alimentadas, pisam em você sem o menor escrúpulo. Crianças podem ser cruéis. Não vêem os terroristas? O que eles são, senão crianças perdidas em suas fantasias? Estou centrada, apesar do tumulto. Estou sofrendo, apesar da alegria. Estou bem, apesar de não parecer. Estou feliz com minhas conquistas, apesar de serem profundas e tensas. E peço à vida para trazer experiências mais refrescantes, para compensar um pouco, as últimas que tive.

quinta-feira, julho 02, 2009

HARMÔNICOS

Alpha(. . .)
Ela precisa; é, ela precisa, ela precisa, ela precisa, ela precisa. Aqui é vazio. Aqui é vazio, aqui é vazio, aqui é vazio, aqui é vazio. (...) Eu sou incompleta; ela é incompleta, ela é incompleta, é incompleta, incompleta. Preciso ser amada. Precisa ser amada? Precisa ser amada, precisa ser amada, precisa ser amada, precisa ser amada. Preciso encontrar a saída. Ela precisa encontrar a saída, precisa encontrar a saída, precisa encontrar a saída, precisa encontrar a saída. A saída é por aqui? A saída é por aqui? É por aqui, é por aqui, é por aqui, é por aqui. A saída é por ali? A saída é por ali, é por ali, é por ali, é por ali, é por ali. Vocês não podem me ajudar? Vocês não podem me ajudar? É, não podem ajudar, não podem ajudar, não podem ajudar, não podem ajudar. Por que ficam repetindo? Repetindo? É, ficam repetindo, ficam repetindo, ficam repetindo, repetindo. Vou ter que achar a saída sozinha? A saída sozinha? Achar a saída sozinha, achar a saída sozinha, achar a saída sozinha, a saída sozinha. Vou ficar perdida para sempre? Ficar perdida para sempre? Vai ficar perdida para sempre, vai ficar perdida para sempre, ficar perdida para sempre. Ah, vocês não servem para nada! Não servem para nada? É, não servem para nada, não serve para nada, não serve para nada, não serve para nada.
(. . .)Omega