domingo, julho 26, 2009

Para onde vão todas as nuvens?


Primeiro o céu estava azul. Depois, havia uma única nuvem muito comprida, sozinha e apressada seguindo na frente, apontando em uma direção. Atrás dela, várias outras juntas, brancas e rechonchudas pareciam apostar corrida, mas elas também passaram, levadas pelo vento. Então vieram outras com mais calma, e o céu foi ficando mais cinza do que azul. Essas nuvens caminhavam muito devagar e deviam ser mais velhas, pois também eram mais escuras e traziam o peso da maturidade nelas. Acho que todas essas nuvens estavam indo em direção ao encontro de nuvens, lá perto da montanha mais alta. Já ouviu falar? As nuvens mais jovens foram na frente para aproveitar melhor e, as mais velhas, caminhavam na velocidade que podiam, atrás de suas nuvens filhas e sobrinhas. Todas as nuvens de um céu são aparentadas. É que as nuvens são seres muito sociáveis e adoram fazer encontros em lugares bem altos e úmidos. Elas gostam de se encontrar e dançar, de conversar muito alto -- daí que vêm os trovões -- e os raios nada mais são do que as luzes da discoteca das nuvens. Então, quando a montanha chega e impede que elas sigam adiante, elas começam a discutir e, às vezes, a ficar bravas pela aglomeração, e aí fazem muito barulho. Quanto mais nuvens se aproximam, maior fica o burburinho. Até que, de toda a confusão, dá-se a chuva, que faz com que as nuvens se dissipem. A chuva é o jeito da vida de diminuir a população das nuvens. Elas resolvem deixar os céus e vir se aventurar aqui na terra. Quando uma nuvem se desfaz em milhares de gotículas, elas fazem as maiores aventuras aqui embaixo, mergulham em poças, formam rios e laguinhos. E o céu volta a ficar azul, até a próxima reunião das nuvens.

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