quarta-feira, julho 15, 2009
O poder das convenções sociais
O que você gosta de fazer, quando encontra alguém? Dar dois beijinhos no rosto, um aperto de mão, um abraço? O cara gostava de dar selinhos, de apertar o peitinho das amigas ou de apertar o saco dos amigos. Ele era doido? Muito sexual? Puras convenções sociais. Acreditava que seria muito mais honesto cumprimentar as pessoas pelos seus órgãos genitais, sacudir o pau, ao invés da mão, pegar nos dois peitos e apertar a bunda. Ele dizia que os macacos faziam assim e que, por isso, ele estava isento de culpa. Os cachorros cheiravam os rabos uns dos outros. No reino animal, era assim que os bichos se conheciam, pelos seus "cheiros". Para ele, estava tudo certo. Mas ele não conseguia ser feliz, porque as pessoas não o compreendiam. Suas crenças eram muito peculiares, impossível de ser colocadas em prática no dia-a-dia. Tentava consertar a pia da cozinha, mas, quando o encanador chegava e tinha o seu pau apertado, dava-lhe um soco na cara, no menos esbravejava e lhe dava um empurrão. Nada ficava decente em casa, pois as amigas, com medo do assédio, deixaram de aparecer, e também as empregadas. Ele vivia sozinho, muito apegado às próprias crenças. Ficava satisfeito de ser tão íntegro. Incapaz de se enturmar com as moças e os rapazes que talvez gostassem de ser tratados dessa forma (porque não sabia bem que isso existia. Um grupo de pessoas que pensassem como ele, que o aceitassem como ele era, de fato.) E foi assim com o homem da padaria, o do jornal, etc. Todas as portas se fechavam quando ele passava. Ninguém queria cumprimentá-lo. Mas ele achava que o mundo não era capaz de reconhecer a sua genialidade, que o mundo não estava ao seus pés, muito apegado que era às próprias crenças.
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