sábado, dezembro 16, 2006

Um sinal de bons tempos, na primeira conjugação

O tempo que me separa de tudo o que eu quero e que ainda não aconteceu é tão austero quanto
não saber se o que eu quero pode mesmo acontecer. É o tempo o maior personagem da história e o mais menosprezado em sua dignidade. Pois é amaldiçoado, por vezes, na sua maior parte. Mas ele é, sem dúvida, protagonista, enquanto nós somos meros coadjuvantes atuantes em pequenos espaços do seu ser.
É o tempo que nos une e nos separa, não o amor. Porque mesmo o amor leva tempo para ser gerado, encontrado e para amadurecer. E o amor também tem o tempo de morrer. E mesmo que o amor seja eterno enquanto dure, tudo é mesmo uma questão de tempo.
Seja eterno ou curto, sempre, finito ou infinito, o espaço de tempo. Seja o que fere ou o que cura, mas sempre o tempo permanece senhor do universo.
Não adianta querer acelerar o tempo ou querer fazê-lo parar. O tempo é senhor de si mesmo e caminha com seus próprios ponteiros, seu próprio ticar. Ele é baterista supremo, dividindo a vida em atos e compassos, cortando as melodias que se apresentam. É o tempo que faz o mundo girar. Não, o mundo gira ao redor do tempo. Seja tempo de ir ou tempo de ficar. É só uma questão de tempo. É questão de saber fazer o seu tempo, dentro do tempo que temos para errar e acertar. Saber aproveitar a vida e seus momentos, sem correr, sem se apressar. E viver todos os dias que temos, dentro do tempo dado.

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