quinta-feira, janeiro 03, 2008

PermeabilidadeS

Uma célula invadindo a outra é um pouquinho de universo, da órbita de uma estrela ou planeta invadindo o outro. Uma pessoa que invade a outra com uma falta de respeito; um marimbondo que invade uma casa no campo. Um ano que invade o outro. Como é possível acordar em 2008 ainda com gostinho de 2007 na boca? Acordou com aquele gosto azedo e com os dentes muito sensíveis por causa bebedeira frenética da noite anterior e do sono sem ter feito a higiene bucal adequada e agora pagava por suas escolhas. Levantou-se e foi esfregar a barba na frente do espelho, agora um ano mais velho. "Quero determinar bem meus espaços este ano", pensou. "Nada de invasões. Não quero avançar nem ser invadido." Logo precisou agarrar o livro que quis começar a ler anos antes e que só agora tinha sentido vontade. Outra vontade. Sentou-se no vaso e entendeu tudo: como começar um ano todo novo se ainda estava cagando o ano anterior??

3 comentários:

Anônimo disse...

Achei umas poucas músicas da banda Witchery da qual você fez parte. Você já tem outra banda?

Anônimo disse...

Alexandra,

Meu e-mail é mensageiro_obscuro@yahoo.com.br, aguardo contato.

Beijos.

Anônimo disse...

Putaquepariu, achei isso aqui bárbaro! Os links que fez com a "invasão". Quando não me sinto "invadida", me sinto "invadindo". Também não quero mais "invadir" nem ser "invadida", não mais. Quero que entre quem for convidado, e que eu entre apenas onde eu for convidada. Estar sempre bem-vinda e dar boas-vindas a quem eu quiser. Me desfazer das velhas quinquilharias que invadem e enchem o meu porão, e me fazem sentir pesada. Sabe, o porão do inconsciente? Então... sei que não tenho cem por cento de controle, mas daí a ter [menos cem] é desesperador. Quero estar fechada, só abrir depois que perceber que tem gente batendo, e ainda assim perguntar qual a senha. Não sabe, não entra. Simples assim. Ah, se fosse simples na realidade! Bom, o meu ano mesmo só começa a partir do dia 04, logo, logo. Então, tenho até lá para defecar minhas merdas anímicas. Só não posso esquecer de dar a descarga, para que elas fiquem bem longe de mim, para que eu não precise nem sentir o cheiro delas. E esquecê-las para sempre.