Ao invés de dizer "tenho amigos instáveis" ou "eu sou instável", o que traz uma série de complicações pejorativas aos nomes, prefiro admitir essa outra amizade mais recente com a Instabilidade. Percebo alguns amigos que, como eu, viajam de um canto a outro em instantes. São pessoas muito ricas que possuem jatinhos emocionais e carregam a gente junto com eles. Mas quem não gosta de surpresa, novidade e aventura se incomoda. E gente, besteira se incomodar, porque o negócio é se permitir mudar, viajar. Presta atenção:
A Instabilidade vem com a vida, e só aprendemos a desfilar com equilíbrio uma vez que nossas pernas se acostumam a flexionar-se na medida em que o chão muda de nivelamento. Temos que saber andar em terra tremida. Nenhum estado permanece. A estabilidade interior só se aprende na mudança e a minha lida com esses difíceis amigos instáveis serviu apenas como um espelho (criativo e maravilhoso) para a minha própria mudança de estado. Assim como a água é volúvel e depende do recipiente que a molda para ter forma, bastando alterações no ambiente para que se altere, não somos seres feitos aquáticos e sim feitos de água. Sofremos as mesmas alterações. No entanto, meus amigos e eu levamos essa condição a outros níveis nunca antes experimentados por pessoas. Contradizendo; várias espécies já desapareceram por conta disso, mas acredito que a mudança tenha sido um cansaço interno do tipo: "Agora chega. Quero não ser mais".
Mas é muito gratificante conversar com a Instabilidade, observar seus movimentos sempre imprevisíveis e nada calculados. E os encontros são de repente, sempre de repente e algo novo acontece a cada segundo. É demais.
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