Quem mandou eu encarnar... Se eu soubesse que seria tão trabalhoso, teria feito metade nas vidas passadas. Escute bem o meu "ai...", lá no fundo. Está lá. Os anjos não são mansos e nunca foram, e essas vozes GRITAM - bem nos meus ouvidos. E eu venho falhando nos testes, e a música é como um alívio, uma água que mata a sede dos meus gritos. Gasta-se muita saliva neste corpo, nessa vida. Antes fosse beijando (saudade de beijar o amor com amor). Mas não tem trégua. Anjinhos bonzinhos? Com trompetas, anunciando as boas novas? Anunciadores que são/somos? Contestam(os). Quebram(os) as estruturas anteriores, deixando as ruínas pros outros. Suuuuper legais. Esses são os meus irmãos que ficaram do lado de lá. Trazemos a espada da justiça, e o meu trabalho tem a ver com isso, só que eu ainda não sei o que é. Esse ofício que vem com o meu dharma. Ele vem da esfera dos anjos, e eu achei que fosse a música. (...) -Uma pausa.- E, Alexandra, não mais desculpas. E não mais pedir ou agradecer amor, que é derrota. -Outra pausa.- Ver o anjo no outro é ver o anjo de todos. Você precisa trabalhar a dois, mas veio com a Estrela Alfa que antagoniza o deus da guerra (!). E ainda colocam em você um nome de guerreiro. Queria eu ser uma doce garotinha, leve e regozijante, brincando de subir em árvores pra comer os frutos, correndo atrás das borboletas até completar treze anos, e depois poder namorar de mãos dadas, ser cortejada, namorada. Não dessa vez. Mas subestime o meu 1,63m. Subestime o meu sexo, a minha inteligência, subestime qualquer aspecto do meu ser. Então você reconhece a Estrela Alfa. Mas não pretendo assustar, meu objetivo não é ficar contra você. Na verdade, eu preciso de muita paciência pois preciso virar você, vestir a sua pele, ver com os seus olhos. Ver o anjo em você é ver o anjo de todos. E eu preciso ver o meu próprio.
sexta-feira, dezembro 19, 2008
quinta-feira, dezembro 18, 2008
continuous
I know it's my fault it's my fault i know i have developed into something not likeable. i know it's my eyes that change, its my eyes that change when i sing from the hurt you made, i'm different. i'm not the same as yesterday, but it's even better than tomorrow cause my chords had just made me built up in confidence and now i can sing from pain, real pain, real noise in my head your words caused me to be so low in confidence, all this missing, all this not knowing, all your taking too long to decide and all my waiting. it seems like my fault, how can it not be when i know everything will always come undone for me because i probably do that, when i know i can only love the death of myself, when i know this, when i know this and i smell my own death, then i jump in any situations, like with you. love with you is death for me, certain. i know i'm a walking target for my own poisonous tail. you are like a silly twisted little wood i borrowed from the shadows of that valley. you are worth nothing, but to me you were it all. the hope for a spark, the start of a fire, the hope to keep warm in this freezing hell of emotions called world.
i hoped for it all, it all came undone before i could start that fire, because my own fire overshadowed your spark. i was a flame and you were air; you are gone and i am coming down on ashes. the floor, stick to the floor... not forgeting to breath, do not forget to breath, breath in and out, listen to your heart beat, listen to your inner cry. the hanged cat i dreamt about it was not a real cat; it was me. chocking on my own tears, the rope was too tight and i was so angry at myself like i am now, but i was trying to set it free. and, eventually i can, so how can i keep going out on swimming with sharks? --like everyday is a different fishing-- all i see is tails and bones (the bate, my mouth, the hook.) oops, this one used to be mine. just ashes now. there is no now. just yesterdays. of course there is no tomorrows, and of course there is not me
i hoped for it all, it all came undone before i could start that fire, because my own fire overshadowed your spark. i was a flame and you were air; you are gone and i am coming down on ashes. the floor, stick to the floor... not forgeting to breath, do not forget to breath, breath in and out, listen to your heart beat, listen to your inner cry. the hanged cat i dreamt about it was not a real cat; it was me. chocking on my own tears, the rope was too tight and i was so angry at myself like i am now, but i was trying to set it free. and, eventually i can, so how can i keep going out on swimming with sharks? --like everyday is a different fishing-- all i see is tails and bones (the bate, my mouth, the hook.) oops, this one used to be mine. just ashes now. there is no now. just yesterdays. of course there is no tomorrows, and of course there is not me
domingo, dezembro 14, 2008
Eu sou o cano da arma
Eu sou o cano da arma
Não sou a bala que perfura o alvo, nem a pólvora que se espalha pela roupa. Não sou os dejetos amorfos que caem pelo chão, cheios de sangue, nem o próprio sangue em si, que escorre como cera líquida. Não sou o calor do atrito, não sou o gatilho, não sou o dedo que dispara o projétil, não sou nem a própria raiva do ser, inquietude do dedo. Não sou um fim e nem um motivo. Não sou um objetivo. Não sou feita de algodão, nem de papel, e não derreto com a chuva. Poucas coisas podem me deter. Mas nada fica no meu caminho. Eu sou o canal que liga o princípio ao fim, mas dentro de mim, é apenas oco e escuro. Antes, eu sou fria. Depois, quente. Eu sou o canal que leva a mensagem, seja na esportiva, seja na brincadeira que acaba em desastre, seja na vida ou na morte, no erro ou no acerto. Dentro de mim, é apenas escuro e vazio.
Não sou a bala que perfura o alvo, nem a pólvora que se espalha pela roupa. Não sou os dejetos amorfos que caem pelo chão, cheios de sangue, nem o próprio sangue em si, que escorre como cera líquida. Não sou o calor do atrito, não sou o gatilho, não sou o dedo que dispara o projétil, não sou nem a própria raiva do ser, inquietude do dedo. Não sou um fim e nem um motivo. Não sou um objetivo. Não sou feita de algodão, nem de papel, e não derreto com a chuva. Poucas coisas podem me deter. Mas nada fica no meu caminho. Eu sou o canal que liga o princípio ao fim, mas dentro de mim, é apenas oco e escuro. Antes, eu sou fria. Depois, quente. Eu sou o canal que leva a mensagem, seja na esportiva, seja na brincadeira que acaba em desastre, seja na vida ou na morte, no erro ou no acerto. Dentro de mim, é apenas escuro e vazio.
sábado, dezembro 13, 2008
DESACREDITE
Não acredite nas verdades. O que sai da boca é sempre duvidoso. Não acredite nos "eu te amo", nos "eu sou seu amigo". Não acredite quando alguém diz que você não é, que você não pode. Mas também não acredite quando dizem o contrário. Duvide sempre de você mesmo. E se já faz isso, passe a duvidar dos outros também. Duvide de TUDO. Não acredite em nada. Somos grandes mentirosos complexos. Tente definir o que é a verdade. (Grande pausa vazia) Existe algo mais subjetivo do que a verdade? O que é a arte, senão uma tentativa de aproximação de uma verdade interior? O que é a religião, senão uma tentativa de preencher o vazio que suas verdades não preenchem? O papel da verdade não é construir. Elas são postas no mundo para que contestemos. Nós construímos; as verdades não fazem nada. Não existe nada que não possa ser destruído. Portanto, as verdades são uma tentativa de estabelecer seguranças que não existem. A única segurança vem da construção das nossas próprias verdades, que são temporárias. Quem carrega uma verdade eternamente é uma estrutura em decadência. Devemos sempre deixar espaço para o novo, para os medos, para o desconhecido, para o diferente. E viver nesses espaços, viver com medos, com inseguranças, com dúvidas, destruindo e construindo o tempo todo. A sanidade vem do caos, não da estruturação de verdades. Duvide de tudo o que eu disse e seja saudável. Mas jamais acredite na foto. Imagens e palavras não são confiáveis. Seus pés são confiáveis. Seus instintos são confiáveis. Seus medos são confiáveis. Seus sentimentos também. Mas duvide sempre para aprender coisas novas sobre você e o mundo.
domingo, dezembro 07, 2008
Arnica - tempo e espaço
Estou dentro de um caixão que é laranja, e é movido para cima e para baixo com energia elétrica. Confiamos demais naqueles cabos. Aperto o botão do primeiro andar. Me olho no espelho e vejo minha melhor amiga e minha pior inimiga, dentro dos meus olhos. A primeira jura que me ama e amará até a morte; a outra, desacredita. E dessa luta, nasce a criatura ensangüentada. Para viver melhor, acreditamos no amor das pessoas que nos cercam. E então percebo que estou sozinha. Não há ninguém ao meu redor. As pessoas que vivem na minha cabeça: confio demais nelas. Na vida prática, cedo ou tarde o ferrão encontra a pele, e me machucam. Ainda não aprendi a depurar o veneno que percorre o corpo através do sangue, atingindo partes que eu nem sabia que existiam. O veneno me ensina a profundidade do meu ser. Ainda não aprendi a achar bonita essa ramificação. [Ninguém pode nos dar aquilo que não temos. Ninguém confiante aparece para derramar em nós um pouquinho da sua confiança. Mas é muito provável que todas as pessoas que você conhece testarão a sua, porque as pessoas são sempre espelhos.] E assim vai o veneno da destruição, capilar após capilar, contaminando todas as células do corpo. Então acordo para o que há de mais real na vida: a dor, a solidão. Fico íntegra, me sinto indivíduo, não nego. Mas percebo a falta de controle em mim, no mundo. Colocamos tantas coisas importantes nas mãos de outros; nossa vida, por exemplo. Todos os dias, nos atos mais simples, nas coisas mais banais, nas mãos de médicos, de motoristas... E confiamos que tudo vai dar certo, que o amor existe em algum lugar, e que vamos chegar lá. Confiamos nos apertos de mão e nos beijos na bochecha que cumprimentam. Confiamos nos sorrisos. Pelo menos, eu sempre confiei. Até perceber como eu lido com as "quebras de contrato". Quando eu amo, não consigo ter armas de defesa. Mas se eu me defendo o tempo todo, não dá tempo -nem espaço- de amar.
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Caganers
terça-feira, dezembro 02, 2008
Conversa séria listrada
Hoje que eu parei em casa, me bateu aquele sentimento de vazio desesperado para consumir algo, e desesperador. É como se eu corresse dele, mas está amarrado ao meu pé e, toda vez que eu páro, ele bate em mim. TUM! O sentimento. Parece com um tédio profundo. E, talvez, seja o motivo pelo qual eu tenho vontade de beber todos os dias. "O que está acontecendo comigo?", eu pergunto em vão. Eu não sei o que está acontecendo comigo.
É uma coisa boa virar um ser único? Ser uma personalidade integrada? A Estrela central do nosso sistema é uma das poucas que não possui nenhuma companheira orbitando em volta. Quase todas as outras estrelas têm. Seria esse o carma da nossa existência nesse planeta, refletir uma estrela solitária? Ter que aprender a amar a nós mesmos, independente se as outras estrelas têm uma companheira? É a nossa sina ser um centro, um ponto único no Universo?
Me encontro incapacitada de sair e conquistar, pois não quero me inserir em nenhum tipo de padrão - and the Gods know this is crazy O.o! preestabelecido de sucesso. Ou qualquer outro. Estou quase fracassando para poder criar uma nova arte, feita através da linha da vida, a minha própria vida com as minhas marcas de alma, fora das obrigações de "conseguir". Analisando, carinhosamente, a forte possibilidade de "não ser tudo aquilo que sonharam para mim", nem "tudo aquilo que eu sempre sonhei ser".
A conversa listrada é aquela que não segue as linhas do caderno. Ela atravessa a página, porque está atravessada na garganta, indo contra a imposição das linhas preestabelecidas. O espaço destinado à escrita está lá, e eu querendo ter uma conversa séria comigo mesma, pensei que não podia obedecer aquilo. Até o caderno dita como devo conversar comigo mesma, se quiser escrever, preciso seguir os espacinhos que foram feitos para facilitar a minha vida, espacinhos que não foram pensados por mim, foram mastigados e entregues prontos. Padrões, que foram feitos para quê? Por que me incomodam tanto?
O que seria de mim se eu fosse uma listra como qualquer outra, impressa em qualquer uma das 323 páginas desse caderno? Imagina se meu destino fosse ser uma listra e NEM ASSIM eu conseguisse satisfazer alguém e completar o meu destino, porque bem na página em que eu estivesse impressa, uma pessoa com sono e sem vontades teria resolvido que, logo ali, na minha vez, não escreveria entre as linhas, mas sim, contra elas. Essa é bem a cara do meu destino. Ser uma das linhas dessa página fora de ordem, de alguém que resolveu escrever fora da linha. Fim para mim.
É uma coisa boa virar um ser único? Ser uma personalidade integrada? A Estrela central do nosso sistema é uma das poucas que não possui nenhuma companheira orbitando em volta. Quase todas as outras estrelas têm. Seria esse o carma da nossa existência nesse planeta, refletir uma estrela solitária? Ter que aprender a amar a nós mesmos, independente se as outras estrelas têm uma companheira? É a nossa sina ser um centro, um ponto único no Universo?
Me encontro incapacitada de sair e conquistar, pois não quero me inserir em nenhum tipo de padrão - and the Gods know this is crazy O.o! preestabelecido de sucesso. Ou qualquer outro. Estou quase fracassando para poder criar uma nova arte, feita através da linha da vida, a minha própria vida com as minhas marcas de alma, fora das obrigações de "conseguir". Analisando, carinhosamente, a forte possibilidade de "não ser tudo aquilo que sonharam para mim", nem "tudo aquilo que eu sempre sonhei ser".
A conversa listrada é aquela que não segue as linhas do caderno. Ela atravessa a página, porque está atravessada na garganta, indo contra a imposição das linhas preestabelecidas. O espaço destinado à escrita está lá, e eu querendo ter uma conversa séria comigo mesma, pensei que não podia obedecer aquilo. Até o caderno dita como devo conversar comigo mesma, se quiser escrever, preciso seguir os espacinhos que foram feitos para facilitar a minha vida, espacinhos que não foram pensados por mim, foram mastigados e entregues prontos. Padrões, que foram feitos para quê? Por que me incomodam tanto?
O que seria de mim se eu fosse uma listra como qualquer outra, impressa em qualquer uma das 323 páginas desse caderno? Imagina se meu destino fosse ser uma listra e NEM ASSIM eu conseguisse satisfazer alguém e completar o meu destino, porque bem na página em que eu estivesse impressa, uma pessoa com sono e sem vontades teria resolvido que, logo ali, na minha vez, não escreveria entre as linhas, mas sim, contra elas. Essa é bem a cara do meu destino. Ser uma das linhas dessa página fora de ordem, de alguém que resolveu escrever fora da linha. Fim para mim.
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