sexta-feira, dezembro 19, 2008

ANT ARES

Quem mandou eu encarnar... Se eu soubesse que seria tão trabalhoso, teria feito metade nas vidas passadas. Escute bem o meu "ai...", lá no fundo. Está lá. Os anjos não são mansos e nunca foram, e essas vozes GRITAM - bem nos meus ouvidos. E eu venho falhando nos testes, e a música é como um alívio, uma água que mata a sede dos meus gritos. Gasta-se muita saliva neste corpo, nessa vida. Antes fosse beijando (saudade de beijar o amor com amor). Mas não tem trégua. Anjinhos bonzinhos? Com trompetas, anunciando as boas novas? Anunciadores que são/somos? Contestam(os). Quebram(os) as estruturas anteriores, deixando as ruínas pros outros. Suuuuper legais. Esses são os meus irmãos que ficaram do lado de lá. Trazemos a espada da justiça, e o meu trabalho tem a ver com isso, só que eu ainda não sei o que é. Esse ofício que vem com o meu dharma. Ele vem da esfera dos anjos, e eu achei que fosse a música. (...) -Uma pausa.- E, Alexandra, não mais desculpas. E não mais pedir ou agradecer amor, que é derrota. -Outra pausa.- Ver o anjo no outro é ver o anjo de todos. Você precisa trabalhar a dois, mas veio com a Estrela Alfa que antagoniza o deus da guerra (!). E ainda colocam em você um nome de guerreiro. Queria eu ser uma doce garotinha, leve e regozijante, brincando de subir em árvores pra comer os frutos, correndo atrás das borboletas até completar treze anos, e depois poder namorar de mãos dadas, ser cortejada, namorada. Não dessa vez. Mas subestime o meu 1,63m. Subestime o meu sexo, a minha inteligência, subestime qualquer aspecto do meu ser. Então você reconhece a Estrela Alfa. Mas não pretendo assustar, meu objetivo não é ficar contra você. Na verdade, eu preciso de muita paciência pois preciso virar você, vestir a sua pele, ver com os seus olhos. Ver o anjo em você é ver o anjo de todos. E eu preciso ver o meu próprio.

Um comentário:

Natacha Orestes disse...

queria entender isso melhor. qualquer dia falamos? beijo.

=]