Não acredite nas verdades. O que sai da boca é sempre duvidoso. Não acredite nos "eu te amo", nos "eu sou seu amigo". Não acredite quando alguém diz que você não é, que você não pode. Mas também não acredite quando dizem o contrário. Duvide sempre de você mesmo. E se já faz isso, passe a duvidar dos outros também. Duvide de TUDO. Não acredite em nada. Somos grandes mentirosos complexos. Tente definir o que é a verdade. (Grande pausa vazia) Existe algo mais subjetivo do que a verdade? O que é a arte, senão uma tentativa de aproximação de uma verdade interior? O que é a religião, senão uma tentativa de preencher o vazio que suas verdades não preenchem? O papel da verdade não é construir. Elas são postas no mundo para que contestemos. Nós construímos; as verdades não fazem nada. Não existe nada que não possa ser destruído. Portanto, as verdades são uma tentativa de estabelecer seguranças que não existem. A única segurança vem da construção das nossas próprias verdades, que são temporárias. Quem carrega uma verdade eternamente é uma estrutura em decadência. Devemos sempre deixar espaço para o novo, para os medos, para o desconhecido, para o diferente. E viver nesses espaços, viver com medos, com inseguranças, com dúvidas, destruindo e construindo o tempo todo. A sanidade vem do caos, não da estruturação de verdades. Duvide de tudo o que eu disse e seja saudável. Mas jamais acredite na foto. Imagens e palavras não são confiáveis. Seus pés são confiáveis. Seus instintos são confiáveis. Seus medos são confiáveis. Seus sentimentos também. Mas duvide sempre para aprender coisas novas sobre você e o mundo.
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