sexta-feira, setembro 11, 2009

Transfiguração

Queira que a minha boca lhe deseje sorte, pois sorte virá. Eu desejo de coração, e não por decoro.
Se eu acreditar que o meu tamanho ínfimo signifique "pouca importância", estarei reduzindo o meu sagrado à poeira. E, apesar de a poeira também fazer parte da vida e do sagrado, há muito além dela. Que você não veja o meu sagrado é justo; são apenas os seus olhos. Isso não significa que ele não esteja lá.
A Bíblia funcionou para mim como um livro de "o que não fazer". Os ensinamentos de Jesus não foram escritos por Jesus e, para ter acesso aos ensinamentos de Jesus não é preciso ler a Bíblia; os passos estão dispostos no infinito, é só segui-los até a divindade. Claro que essa ideia é ofensiva à igreja e às pessoas de coração fechado; apesar de a instituição não admitir a adoração de ídolos, o que se tornou Jesus? A ideia de que ele é mais do que nós, mesmo sendo HOMEM me enoja porque esconde dos homens a verdade: somos todos deuses, filhos de deus (e também os isenta do trabalho de aperfeiçoamento de si próprios, já que não poderão jamais se comparar a Deus). E em todos os nossos aspectos, positivos e negativos, esse sagrado se manifesta. Eles também existiam em Jesus. Jesus não é meu pai, é meu irmão. É nosso irmão, o que nos torna todos irmãos entre nós. Claro...
Todas as pessoas são cabreiras ao se relacionar, isso não é nenhuma novidade. Amar de coração aberto é que é o grande sinistro monstro das trevas e as boas novas. Mas... Como amar sem confiança? Só não possui confiança no outro aquele que não confia em si, pois aquele que tem consciência do seu sagrado acredita que faça sempre o melhor que pode, sabe de onde parte e para onde vai (independente se chega ou não). Auto-confiança é: se alguém duvida do sagrado em você é apenas porque não o vê em si mesmo. Isso não quer dizer que você não o tenha ou que não o seja. Não duvide de si por causa dos olhos alheios! Assim igualmente se dá com todas as outras características. Você precisa acreditar em si mesmo. Parece tão básico, não é? O básico é o mais menosprezado, é o que ninguém ensina. Se você não acreditar em si mesmo, nada acontece, nenhum amor de mãe vai suprir as suas faltas, nem o amor de nenhum homem e/ou de nenhuma mulher; nenhuma droga vai preencher o seu vazio, nem nenhum dever, função ou cargo.
Mas o convite é feito a todos. "Abra-se! AME! Conheça a si mesmo"! Faz quem quer, e esse querer dói. Não sei se há outra saída além de se aceitar a dor de ser e de estar. A liberdade passa pela dor do parto. O amor não é eufórico, mas também não é dor sob vontade. É amor sob vontade. Aceita-se que a dor faça parte disso, pois é a verdade. Fato é que poucos estão prontos. Não é o papel de todos e nem é uma obrigação. Existem outras formas de vida. Ainda não é uma ideia completa, algum dia venho com mais.
Creio no que creio e eu sei de mim, independente da experiência que os outros têm comigo.
Isso vem de muitos anos recorrendo no mesmo erro de tentar me enxergar através dos olhos das outras pessoas. Isso mudou há poucos meses, mas vem sendo um trabalho de anos a fio (e espero que tenha mudado mesmo!). Verei dentro de mais alguns anos. ho ho ho "No soup for you!"
Especial para os escorpianos:
"God of all my GOD'am" (Alice in Chains)
Já postei aqui o gostinho delícia de uma vingança bem aplicada e daquela reação perfeita no momento perfeito, e do gostinho de destruição quando você percebe que realmente abalou a estrutura interna de alguém. Chifrinhos à parte, esse não é o trabalho de escorpião. O trabalho nosso é TRANSFORMAR. O escorpiano só transforma após muito refletir. Refletir é diferente de pensar. O ego não tem parte nisso. O trabalho é aprender, não reagir. No refletir, separa-se o joio do trigo, descarta-se o que não é sentido pelo corpo como verdade (e é assim que percebemos a nossa verdade, é com o corpo todo, ressoa, estremece! Por favor, partindo de um lugar de saúde, ok? Lógico. Não vá justificar a sua expressão de raiva por tê-la sentido como a verdade ressonante no seu corpo todo. Vá para a academia correr, que você faz melhor. A raiva esconde os sentimentos reais. Acho que não existe reflexão com raiva; existe apenas raiva!) A reflexão posterior aos fatos tira a possibilidade do ego de se vangloriar com uma bela resposta ou reação. Sem conseguir reagir na hora, somos obrigados a refletir e, refletindo, aprendemos. Aprendendo, transformamos.
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Jamais aceitarei a vida do homem medíocre; seria uma ofensa ao meu sagrado e aos meus ideais.

Um comentário:

Bárbara disse...

Beleza de post, Alex. :)