sexta-feira, outubro 30, 2009

A consciência não é uma pimenta vermelha que se usa como brinco de cobra coral, que ela se enrola no pescoço. Com o fio condutor da mente também se tece a corda da forca. A força que usamos com o intelecto deveria estar nos músculos, a força com que usamos o intelecto destrói a moral que vem dos sentimentos. É que durante anos a fio venho pregando "consciência, consciência", e agora percebo que é justo o oposto; a consciência é só uma ferramenta de um todo, é só a linha de frente de tudo mais que há por trás e o que há por trás é tão mais interessante... É justo o oposto, é o inconsciente. Mas não do jeito leigo, não do jeito senso comum, não do jeito meio-da-rua. É do jeito Nietzsche; do jeito Freud. Do jeito Clarice, do jeito Dionisíaco-Apolíneo, do jeito estético, do jeito LUA e SOL. Não é de qualquer jeito. A consciência está deixando a desejar; não me serve. Deveria servir, mas quer mandar, dominar. Quer ser um lado sem o outro. A consciência tem sido um peso, uma coisa chata, um limite, uma falsidade. A consciência me formou deformada; sou imagens moldadas pelo social. E, para eles, eu sou feia. Mas existe toda uma beleza por trás, uma beleza tão intrigante, um sorriso tão perfeito, uma doçura tão desconhecida, por trás da máscara do desconhecido que me olha, o meu próprio desconhecido me sorri, tão feliz.

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