segunda-feira, novembro 19, 2007

16 de novembro

Me diz o que há sobre o 16 de novembro; quero esquecer e sempre lembro. São momentos, mas nunca bons momentos. Por que quero cortar o cordão umbilical e não consigo? O que me prende a isso? Nunca entendi.
Sinto que você não sabe quem eu sou e talvez para mostrar é que eu insista e, talvez, por você nunca se interessar é que eu tenha continuado, mas agora chega. Mais uma vez me recuso. Só que agora, não há mais renascimentos. Um só fruto foi bastante para crescermos em separado.
O que havia contido nele?
Me diz, já que diz que me ama, já que acha que me conhece... Qual é a minha cor predileta?
Sei que você ama ver os meus diferentes tons de azul, porque gosta de provocá-los, porque são infinitos. Porque sempre compete e nunca se dá por vencida. Talvez você veja em mim algo de que goste, mas eu duvido, porque ao invés de cultivar o amor, cultivamos amor ao ódio. Não houve UMA conversa na qual estivéssemos inteiras, à mostra; há um bloqueio, para sempre. É uma semente que não produziu nenhuma flor. Foi envenenada, seus frutos envenenaram aos outros, nada bonito cresceu daquele solo. Nem toda a luz do sol foi suficiente para iluminar embaixo do seu rochedo; a posição da calda era por demais estratégica. Nunca houve aproximação. Houve sempre medo.
Mas você está a salvo, descobriu um esconderijo. Até que uma rocha será maior que você: você mesma terá se transformado numa rocha, insensível.
16 de novembro: o veneno que matou as irmãs.
O rio negro corre, seguindo o seu curso. É claro que você nega sua natureza porque tem medo dela. Eu também não sei quem sou perto de você, as águas negras seduzem para as profundezas e eu só consegui voltar devido à minha própria natureza, embora nunca imune e para sempre diferente. E eu não quero beber deste rio enquanto é dia, porque ele nunca saciou a minha sede. O seu rio não me alimenta, então abandono você, à margem de si própria.

Um comentário:

Anônimo disse...

T-A-T-I-A-N-A...... 4 ever!!!!!