sexta-feira, novembro 09, 2007

Está morto

-- ouvindo "No sense", do Candlebox.

Está morto. Não vou ficar relendo seus emails; está morto. Separei por nome, apaguei tudo. Não tenho como pedir favores, está morto... Outro dia sonhei com você. Você está morto! Embora ainda muito perto, mais que os vivos. Está morto; não há porque revirar no lixo do passado, nas memórias do passado. Dói; por que lembrar? Apaguei tudo: queria que doesse menos. Convites, conversinhas, peças que vimos, lugares que fomos. Apagado. Atirar pedras do penhasco com os nomes escritos, para me livrar do peso, é subir toda uma montanha carregando pedras! Dias de calvário. Há zombaria; não ressucitará neste plano. Morto para a vida, peso extra para quem segue. O peso que você deixou de carregar foi redistribuído para as outras pessoas que também te amavam. E agora, estamos com essas cicatrizes que você deixou.

Mas há vários mortos hoje. Hoje é meu dia de finados. Volta e meia, revisito este meu relicário de corpos e tumbas. Fedem em decomposição, trancadas embaixo da terra. E não consigo escapar dessas visitas, pelas interferências naturais de terremotos e furacões que levantam a poeira, tapetes, telhados; arrepios no corpo. Em algummmomento na minha mente, mato tudo e todos.

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