Por que eu preciso estar hermeticamente sozinha para a escrita funcionar?
Há em mim uma caldeira borbulhante das coisas que acontecem no universo, interno e externo, que acabam sendo uma coisa só... Mas só consigo apreender as borbulhas, escutar as vozes, quando estou sozinha. Nenhum conhecimento que eu possa relatar nem nenhuma idéia que eu possa ter são minhas; estão todas dentro da caldeira. É que eu sei onde ela está e eu sei como acessá-la; transformar as coisas escutadas em outras coisas mais palpáveis aos outros, a mim...
Eu li num livro que a Beleza é um espírito; nenhum homem pode destruí-la. Qualquer criação em nome da Beleza pode ser criada e recriada, já que ela é um espírito; fica no ar até que outro seja capaz de pegar aquela mesma energia e recriar aquela mesma coisa. Então temos inúmeras pirâmides egípcias reconstruídas em outras formas, novos seres humanos transformados dos antigos, milhões de obras de arte com o mesmo espírito, de acordo com o canal pelo qual foi transformado. Qualquer idéia criativa que alguém possa ter já foi tida; é mais uma manifestação daquele espírito. Mas me custa dizer o óbvio. Não sei se tenho o dom de explicar. Explicar e ensinar são duas coisas diferentes. Ensinar ensina-se a quem quer ouvir, aprender, criar novas associações mentais, crescer. Explicar explica-se a pessoas que não querem ouvir, querem duvidar, provocar, desestabilizar. Me custa então explicar o óbvio. Não tenho paciência. Prefiro que essas pessoas permaneçam na ignorância, mas preciso começar a explicar bem a minha existência, para que não haja dúvidas. Me custa falar. Prefiro cantar. Me custa explicar, prefiro fazer sentir. Me custa fazer sentir com as palavras, face a face. E é justamente isso que preciso aprender.
Um comentário:
Só queria comentar sobre o espírito do blog: belo.
Se quiser expressá-lo um pouco mais pra mim: digofab@hotmail.com
Ainda bem q não elogiei e deixei comentário no texto sobre os fucks...rs
Até.
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