quinta-feira, julho 05, 2007

Quanto de mim vou ter que perder para ganhar amor?

Fica a pergunta. Eu sou esférica, poliédrica. Teria que me planar, horizontalizar? De quanto é o tempo certo pras nossas órbitas se encontrarem? Quanto trabalho interno tenho que fazer, quantas perguntas responder, quantas decepções mais sofrer? Quantas flores do meu jardim precisam desabrochar e quantas estações vão passar? Será que o trabalho é para ser feito superficialmente e eu estou muito profunda, lenta e densa, quando teria que ficar achatadinha, quadrada, cheia de arestas e pontas? Com que forma uma esfera consegue se relacionar? Seria com buracos, a ausência da forma? Vou colocar um anúncio nas estrelas: "Procuro o buraco cilíndrio no qual minha esfera se encaixe." Uma estrela pode se encaixar noutra? Só podem se tocar pelas pontas? Existem formas de estrelas complementares? Duas órbitas podem conviver em comunhão de espaço? Não sei, me encontro cada vez mais, mas pareço estar tão longe de viver uma história com um outro eu que possa ser tão interessante quanto este! Existem vários universos que eu gosto de visitar... Mas nem sempre eles gostam de um organismo intruso. Só que às vezes eu não sou vírus, sou um embrião... Mas os organismos me expulsam de dentro. Como conseguem? No meu dna, na minha memória celular fica tudinho escrito... Minha caixa preta está acumulando muita história, solta no vácuo. A linha da continuidade está se desfazendo, não tenho controle. A florzinha morre, a lua mingua. Tudo começa, mas quase nada tem tempo para crescer antes de acabar. Sinto dor neste momento.

*sabe o que me deixa triste?*

saber que o prazer pode vir dos amigos, mas que o amor não consegue. a impossibilidade de demonstrar amor pelos irmãos e de trocar me deixa triste. porque existe uma coisa chamada corpo que emana hormônios e porque existe uma coisa que nos mantém vivos que se chama energia sexual, todo encontro é regado por esse tesão, que não é sexual, mas que é um tesão e é completamente mal interpretado pelas pessoas. Aí, as mulheres bonitas não tem amigas, porque viram concorrência para o namorado delas e não têm amigos, porque as namoradas deles são ciumentas. ficamos sós. A sós. S.O.S.

As minhas estrelinhas bonitas quero trocar com as estrelinhas mais bonitas das pessoas, em prol das estrelinhas mesmo e não rola, porque o povo desconfia. Menina com cara de mulher? Bonita? Falando em estrelinhas? Fora de ocasião. Mas a alma está no corpo, por isso não entendo.

Gosto mais de olhar o céu... Ficar com as estrelas... Elas nunca me desapontam. Olha, foi intenso ontem ver a estrela cadente. (O céu se conecta comigo sem nenhum problema. A Terra e a natureza se conectam comigo sem nenhum problema. Os bichos também gostam de mim. Já com as pessoas, não tenho tanta sorte.) Era uma puta senhora cadente! Não foi apenas um tracinho de risco fino que passou aos olhos não... Foi uma coisa gigantesca e linda, que quando meu cérebro deu resposta de reconhecimento, já tinha sumido... veio da esquerda para a direita, linda, forte.

relacionamento INTENSO comigo

não suporto calmarias

prefiro virar céu, uma nebulosa de poeira cósmica.

2 comentários:

Nóia disse...

Resposta para o título:

O quanto de você que terá de perder para ganhar amor é inversamente proporcional à quantidade de amor a ser ganha.

Anônimo disse...

Eu não gosto de calmarias, elas antecedem os sofrimentos.

Eu não gosto de sofrimentos, eles antecedem as calmarias.

Será que não gosto de nada ou não gosto de mim?

Sigo duvidando...assim.