quarta-feira, novembro 01, 2006

Meu talho, quanto valho?

Quanto eu aprendi que eu valho?
A menina nunca ganhou presentes do seu papai... Que homens ela atrai? Tudo o que ela queria, a mãe dizia haver igualzinho em outra loja, só que muito mais barato. Pisaram no valor dela com as solas do sapato. Sapato vagabundo e que machuca os pés, mas que é igualzinho ao que ela quer, só que custa 1/3 do preço. Família teórica, não se prende a valores materiais. Mas só entendem o que é ar. Ela não é do mesmo elemento, infelizmente, ou teria sido mais feliz. Família teórica cria filha retórica.
Mordaças, silêncios, reticências inexplicáveis e muitos ruídos. Poeira acumulada de gerações. Tudo isso ela limpou de dentro de si. Abriu, olhou, chorou, entendeu, costurou. Cicatrizes bonitas, de coisas vividas, sentidas, experimentadas. Nenhuma confiança havia sido depositada nos seus sentidos, nas suas vontades, só os medos foram depositados nela. Mas ela arrumou tudinho como mais ninguém poderia ter arrumado. E entendeu o que era dela e o que apenas estava ali. Algumas coisas eram pesadas demais para ela jogar fora sozinha, mas ela sabe onde está cada coisinha dessas, até que chegue alguém disposto a ajudar.
Que herança é essa? Estaria tudo programado desde sempre para dar errado? É mais fácil justificar os erros do que explicar o sucesso. Trabalho contínuo, árduo. Sucesso não é por acaso. É quase um fardo para as pessoas normais. A família acredita que nada sério pode ser conseguido pelo poder da risada. Então eles sofrem; aprenderam a sofrer e nunca tentaram fazer diferente. Mas ela é diferente, ela olha além da janela, ela vê outras possibilidades. Ela vê e tenta, mesmo com todos dizendo que colocar o pé para fora da porta é muito perigoso. Chamar a atenção é perigoso; se destacar é perigoso. Então eles tentam apagar a chama de qualquer jeito. Mas não deu, ela não era do mesmo elemento... Essa chama teve mais do que oxigênio para continuar queimando. Teimando. A risada ao final.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hum, porque justificar os erros?

Nós erramos porque não sabíamos e/ou não entendíamos algo. Erramos, aprendemos e agora evoluímos pelo menos um pouco.

E assim vamos aprendendo sobre nós, nossas vontades, nossos desejos, sonhos e aprendemos anos aceitar e as pessoas a nossa volta também.

Poucas coisas me foram mais difíceis do q aprender a respeitar as diferenças de opinião das pessoas a minha volta mas, centenas de brigas estúpidas depois, aqui estou eu: melhor, mais ainda imperfeito.

Não é sempre assim com tudo?

Beijos.