quarta-feira, abril 18, 2007

A poética do cu

Estou fazendo uma oficina de poesia na faculdade da qual me arrependo um pouco. Entrei por curiosidade e porque o professor é o máximo, mas os alunos nem um pouco. Fico extremamente irritada com a apatia da turma: ninguém se comove, ninguém compartilha, ninguém nada!

Então, todas as poesias que escrevo têm o intuito de causar alguma reação. Até agora, foram tentativas frustradas. Quero que alguém tenha um ataque epilético e me diga que odeia tudo o que eu escrevo. Escrevi uma poesia que tinha um cu estrelado no fim e ninguém disse nada... Outro dia, coloquei em palavras um bacanal fantasioso entre a filha do diabo com transexuais e travestis, mas ninguém falou nada... Ninguém teve a humildade de dizer: "Nossa, que mal gosto!" Vou ter que pegar mais pesado? Todo mundo escreve poesia sobre as coisas bonitinhas, ainda não vi ninguém escrevendo sobre as coisas horrorosas! Não sei porque também essa minha mania pelas coisas horrorosas das pessoas e porque elas me parecem tão belas, tão atrativas. Eu detesto a poesia dessas pessoas apáticas. E detesto ficar com essa vontade de levantar no meio da aula e estapear cada uma delas na cara. Não me entenda errado; eu amo borboletas assim como os buracos negros da alma. Mas aquelas pessoas... Me irritam.

Outro dia escrevi no braço: "eu tenho alma". Podem achar o que quiserem, a verdade é esta mesma. Eu tenho alma! É só um recado para os amigos desalmados.

Ainda escreverei sobre a maior perversão que eles já ouviram. Não tipo Marquês de Sade, porque isso já foi muito bem feito. Deve chegar com atraso, mas chegará!
VINGANÇA!
CÓLERA! FÚRIA!

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