Como pude dormir tantas noites sem ler antes?
Ontem acabei o "The Tale of the Body Thief", da Anne Rice, e confesso que estou meio apaixonada por ela. Confesso também que morrerei de saudades do Lestat. Fiquei triste durante umas duas semanas, tempo em que percebi que o livro de 435 páginas estava acabando, porque já sabia disso.
Estava na dúvida se continuava com ela, em inglÊs, com o "Interview with the Vampire" (que está na minha estante desde 1995 - vi o filme umas quinze vezes e o livro parece ser bem parecido, já que a escritora acompanhou de perto a produção), ou se alternava com um livro em português, que também está na minha estante há algum tempo, "A Insustentável leveza do Ser", do Milan Kundera.
Daí, o seguinte parágrafo da última opção me ganhou: "Seria melhor ficar com Tereza ou continuar sozinho? Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso o que faz com que a vida pareça sempre um esboço. No entanto, mesmo "esboço" não é a palavra certa, porque um esboço é sempre um projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é o esboço de nada, é um esboço sem quadro".
Mas já estou com saudades do Lestat e da Anne Rice... Eu me apego demais aos personagens. E quando acabar a tradução do livro? O que será de Alice Lindgren e Charlie Blackwell?? Será que é por isso que tenho ido devagar aqui no trabalho? Ou porque eu fico horas pensando na vida dos personagens, comparando com a minha, daydreaming? Vou escrever uma historinha. Ai-ai.
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