quinta-feira, agosto 20, 2009

Maconha e a goma astral (efeitos colaterais daquele "bom" beque)

Sou a favor da legalização por questões de ordem prática, embora eu não fume mais. A ilegalidade dá margem para muita sujeira, sem necessidade. Uma amiga da faculdade que morava na Rocinha uma vez me disse que acompanhava de perto a dor que o tráfico de drogas causava às famílias, o sofrimento e tudo mais envolvido, e isso me fez pensar. Então, se cada usuário tivesse a sua própria planta e pudesse fumar em casa, já seria um grande feito; sem preconceitos. O tráfico também transforma os policiais e os usuários em bandidos, o que é horrível. Eu tenho muita pena dos policiais. Acho que, de todas as profissões existentes, essa é uma das mais desgraçadas. Eles precisam de muita luz. E os usuários não são bandidos, mas por fazerem uso de uma coisa ilegal, se colocam à mercê de todos os tipos de situação. (E tome "dura"!)
Depois dessa pequena introdução política, queria falar um pouco do que eu aprendi, em experiências passadas, sobre a erva, em termos energéticos. A maconha é uma droga netuniana  (como todas sem geral são, embora umas mais que outras) que, depois de utilizada vira uma onda "líquida"; mas é um líquido denso e espesso, como se fosse uma gosma, depois de assimilada pelo organismo. Ainda não tive a oportunidade de perguntar por quê, mas os pajés xamãs do México e muitas tribos do norte do Brasil que trabalham com plantas medicinais nenhum deles usa a maconha. Eles têm uma visão preconceituosa sobre a erva que não sei se é política ou espiritual. O que eu sei é que ela nubla a visão de alguém sobre si mesmo e sobre o mundo incitando a Pathos e a ilusão.
Muitos amigos se sentem criativos e presos ao uso da maconha para criar, para se envolver com a arte, para sentir, mas arte é vida e vida é arte e, se precisam dessa bengalinha para mergulhar nas próprias emoções estão doentes, vivendo uma ilusão. Claro que a erva ativa a criatividade; é uma ponte imediata para o local  das ideias criativas! Mas só que o uso prolongado prende mais do que libera; escraviza mais do que liberta.  E os sonhos não são sempre bonitos; há sonhos de perseguição, paranóia, medos (os medos, especialmente, vêm muito à tona com a maconha, a ponto de travar os músculos e paralizar - e o coração também é um músculo; e a sensibilidade é uma prática). A goma/gosma astral  resulta em menosprezo quanto às próprias capacidades, vem em forma de insegurança pessoal, preguiça, esquecimentos e passamos a desacreditar na vida; ou achamos que somos mais ou menos do que o que realmente somos. A gosma astral (para quem pode ouvir) é uma voz que fica resmungando no fundo da cabeça, que se recusa a acordar, a sair, se recusa a conquistar, a vencer, a fazer, a se abrir, a mudar. A gosma astral leva à estagnação do ser, leva à inércia.
Eu estimulo uma experiência para os usuários constantes. A experiência é a seguinte: durante duas semanas, vocês vão escrever uma lista com os pensamentos positivos que sentem com a maconha e outra lista com os negativos. Depois, experimentem ficar três meses seguidos sem usar, fazendo as anotações apenas no terceiro mês (porque nos dois primeiros rola uma limpeza do organismo). Não pode substituir maconha por nenhuma outra droga. E depois comparem os resultados, e cheguem às suas próprias conclusões.

Um comentário:

Tina Müller disse...

Concordo plenamente!!
Sobretudo na desculpa de usar um aditivo químico p/ entrar em contato c/ as próprias emoções. Quem precisa disso é pq tá mal consigo mesmo!!
Vc bem sabe que nunca tive preconceitos c/ os usuários, mas sempre me senti desconfortável ao redor deles em suas viagens... patético, né? ;)

Tb sou a favor da liberação, mas do consumo dentro de casa! Melhor ficar doido em casa do que pagar mico na rua, né? Hahahahahahaha

Amo seus textos!!! :)

Beijos
Cris