Na segunda-feira, minha melhor amiga vai voltar pro "lar-doce-lar" dela, que fica em outro Estado. Ela veio passar férias durante um ano no Rio, quer dizer, em Niterói e agora, de ontem pra hoje, quando eu achei que ao menos fôssemos ainda ter uma semana juntas e que ela poderia partir logo após meu aniversário, soubemos da notícia súbita.
E embora eu saiba que ela vai ficar mais feliz lá do que aqui, me acostumei a tê-la por perto, coisa que nunca aconteceu antes. É como se eu tivesse recebido ontem uma sentença de ampulheta, na qual cada grãozinho de areia representasse nosso precioso tempo, escorrendo até a partida. A partir de segunda-feira, não vão ter mais telefonemas de hora em hora para casa de Vanessa. A partir de segunda-feira, passa a ser interurbano. A distância física volta a se instalar.
Eu não sei perder! E aí, todas as pessoas fazem aqueles comentários infelizes, de quem tenta consolar o inconsolável: "pense pelo lado positivo.../pense na felicidade dela...". Mas eu não consigo pensar, só consigo sentir falta.
A sensação é essa; não adianta me falar que ela não vai morrer. Eu sinto assim: perda. E não sei perder. Eu sofro. Eu choro. Dói. Eu me apego. Mesmo sabendo que eu ganhei meu playground de volta, porque eu adorava viajar pra casa dela.
Deve ser por isso que eu guardo e acumulo, porque não sei deixar ir embora. Eu tenho memórias infinitas, inclusive em papéis e milhões de coisas que eu guardo, porque são referências de quem eu sou em decorrência dos caminhos pelos quais passei. E desde que conheci a Van, ela é uma das minhas grandes referências em vida. Aprendi tantas coisas com ela que fizeram de mim uma pessoa tão melhor! Pelo menos por aceitar melhor a mim mesma.
Mas assim são os amigos, né? Nos amam incondicionalmente e com esse amor, nos curam.
E agora, não consigo pensar em coisas legais como o meu aniversário que está chegando e na festa que eu vou dar e em todos os meus outros amigos, nem nos reencontros.
Assim é a vida; cheia de despedidas.
Um comentário:
vc tem medo da definição de "namorado" mas não tem medo da definição de "melhor amiga"? A segunda sim, sempre achei difícil. Acho que só de se chamar alguém de amigo já é difícil. Não acredito que os "amigos" tenham esse amor incondicional q vc falou. Pelo menos nunca foi assim comigo comigo. Só tive "colegas". "Amigos" sempre foi só um modo de falar. E para um monte de gente que conheço tbém é assim.
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