quinta-feira, fevereiro 14, 2008

O beijo de pálpebras azuis sob o esplendor de Nuit


Na ponta dos pés, a vontade vinha da alma. A força de um amor pausado e proibido é maior que tudo. O tempo de espera durou até o último segundo. Não antes disso. Nem um segundo antes disso. Todos os segundos antes foram gastos com o preparo daquele momento. Dois lábios se projetando na direção de outros que queriam e precisavam receber calor. E assim, delicado, suave, macio, molhado, quente e generosos dois segundo de pausa; um universo inteiro se desvela. Emoções não mais importam, pois não existem mais pensamentos e gostoso querer mais sem poder, sem poder demonstrar, sem poder pedir. E com todas as células do corpo desejando mais, muito mais.

As mãos completavam o beijo, pousadas sobre o peito dele. E ainda assim, nada aconteceu. E esse nada foi todo o universo.



"Por um beijo tu então estarás querendo dar tudo, mas aquele que der uma partícula de pó perderá tudo nessa hora." (Livro da Lei, capítulo I - ver. 61 )



Nuit, todo o trabalho é por você; estou à espera e "dividida por causa do amor, pela chance de união". Meu veículo é o amor. Eu sou uma sacerdotisa do tempo & espaço, sua irmã e sua filha. Todas as estrelas brilham por mim e para mim. E eu sou uma estrela. Eu também sou a lua. E foi você quem disse. E eu amo, Nuit; eu amo todos os segundos e espaços, e para sempre amarei. Você disse: "Em todos os meus encontros convosco deverá a sacerdotisa dizer — e seus olhos arderão de desejo enquanto ela se mantém nua e regozijante em meu templo secreto — A mim! A mim!- Chamando para fora a chama dos corações de todos em seu cântico de amor", e eu aceitei e obedeci.

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