domingo, fevereiro 10, 2008

Entendendo os fenômenos da natureza: a água em todas as suas formas.


E de repente, mudou a cor do céu. Um vento levantava cortinas e coisas do chão e as folhas das árvores ficaram muito inquietas. Todas as senhoras começaram fechar suas janelas enquanto ela olhava o céu, as nuvens cinzas e pesadas se movimentando contra um fundo azul ensolarado. E pensava sobre os estrondos que faziam as nuvens ao chocarem-se umas contra as outras. Tudo ficou escuro; ouviu uma sirene. Ficou com medo. Estado de emergência?
(...)
As nuvens ainda se revolvendo no céu, pareciam estar indo embora... Mas um vento contra ao que estava ocorrendo intercedeu, fez com que todas as nuvens cobrissem aquele pedaço de céu que podia enxergar da sua varanda. Num minuto, tudo ficou estático. Ela esperava conseguir ver a chuva cair, antes que tocasse o chão; queria ver o exato segundo no qual as gotas começariam a se proliferar e os relâmpagos a aparecer. Mas nada. Apenas os estrondos quebrando o silêncio. Agora o gato, antes no seu colo, roia a ração. Cadê a chuva prometida? Adoraria vê-la e senti-la nesse momento. Ficou pensando que sensação gostosa era aquela das pessoas de terem um teto sobre as cabeças nesse momento aparentemente extremado de expressão da natureza e pensou por que era a única na varanda, esperando pela chuva, enquanto os outros se protegiam. Mas sabia que prazeres estavam escondidos em não ter como fugir do aguaceiro de uma tempestade e das sensações de coragem e liberdade despertadas pela enxurrada de água fria na cabeça e no corpo. Sabia também que não há proteção contra a natureza e que não há ameaças numa tempestade de verão.

Voltou o vento. Agora a chuva. “Venha chuva! Venha!” – exclamou. E não é que a chuva veio? Uma enxurrada, diga-se de passagem. Uma enxurrada.

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