sexta-feira, fevereiro 01, 2008

E quem disse que vegetarianos comem pão integral?


Eu queria escrever sobre o amor. Mas as chuvas que caíram inflaram a água em mim e levaram tudo pela frente... Misturaram tudo, o que estava ao fundo veio à superfície, o que estava boiando afundou. Agora que o sol está saindo, meu fluxo baixou. De fora, da pedra, pode-se começar a ver o fundo das águas novamente. O fundo das águas não; o fundo do córrego por onde ela passa. Porque a água pode ser profunda, mas não tem fundo. Onde ela começa e onde ela termina? A água só preenche onde tiver espaço.
Um pequeno olho d'água, daqueles que brotam de levinho. Eu estou. A pressão fez a água subir e encontrar escoamento. Escorrendo, porque transbordou. A pressão era tamanha... Nós mulheres parecemos a água, mas escorremos por baixo.
Está acontecendo uma mudança de paradigma, na forma de me relacionar. Essa mudança é fatal para este ser que se encontra e crucial para o que está por vir. E sem bandeiras levantadas, sem quadrados pré-determinados. Sem afirmações que limitem meu crescimento. Vai ser difícil para os olhos que se encontram observando vidrados nas pedras compreender. Não vão saber distinguir o que vem trazido por essas novas águas. Mas será feliz para a alma, ser surpreendido por algo que ainda não existe. É feliz ver uma sereia ou uma estrela-cadente, ainda mais quando se está olhando apenas para o telhado.
Acho que esse post é dedicado às pessoas que fecham muito rapidamente os seus paradigmas em quadrados (ou seja, conceitos). Tipo, que vegetarianos comem só farinha integral, entre outros.

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