quarta-feira, maio 16, 2007

Experimento I - Apague as luzes

Experimente fingir que estamos sem energia elétrica. Acenda uma vela e vá para o chuveiro. A princípio pode parecer escuro, mas com o passar do tempo você se acomoda à pouca luz. Aliás, a pouca luz é tão mais confortável...

Até que você percebe que enxerga perfeitamente tudo do que precisa com a chama de apenas uma vela. Estamos condicionados a termos tanto estímulo visual que nem notamos o quanto nossos olhos estão cansados.

Apague as luzes. Você vai notar que consegue ver as coisas muito mais claramente do que com todas as luzes acesas e em cima de você. Apague as luzes para ver melhor.
Apague as luzes do mundo para se ver melhor.

2 comentários:

Felipe Bellard disse...

Acho que o mundo atual anda muito saturado com toda a parafernália tecnológica que nos permite ter uma vida repleta de conforto, mas que, com isso, faz com que acabemos perdendo nossa noção de valores. É interessante o que você escreveu, pois de fato, muitas vezes nos vemos inseridos em um paradoxo, pois o que muitas vezes achamos que nos traz benefícios, apenas atrofia nossos sentidos. E infelizmente é algo de que não podemos nos livrar tão facilmente.

Uma coisa que eu gosto de fazer é tomar banho de olhos fechados. Parece que toda a noção espacial se perde apenas por conta da falta de visão.

Com a desconstrução de toda essa "facilidade", de fato, passamos a estar mais em contato com nosso eu interior e com os sentidos que nos fazem perceber o mundo exterior.

Bjs.

Natacha disse...

Esse me é um exercício natural desde pequena, mas não com a chama de uma vale.
Com a luz da noite lá de fora que entra tímida pelo vãozinho estreito da janela!

Realmente incrível, os olhos se adaptam.
Meu pai dizia, quando eu lia no quarto: vá ler na cozinha, a luz do quarto é fraca, vai fazer mal pra sua vista!

Eu obedecia a contra gosto, porque eu sabia que a luz forte refletia na página branca do livro e me fazia doer a vista.

Prefiro ler em um lugar com luz. Mas pouca luz.

Luz muita, gosto das de dentro.