Dentro do túnel, mais de uma luz. São várias à minha volta. Devo confessar que me embaralham a visão e destroem as barreiras da razão. Estou no comando de um carro, eu dirijo. As rédeas do controle são minhas e eu quero ir em frente, mas não que as retenções me incomodem muito, estou, geralmente, concentrada na distração. Meu carro não corre, ele desliza. As luzes desorientam.
Eu uso o túnel que liga os sentidos Zona Norte e Zona Sul, o mesmo que dizer as direções de Terra e Fogo, para me movimentar e, muitas vezes, eu grito dentro do carro. Grito de um jeito que nunca consegui fazer ao microfone. As pessoas gostam de adjetivar, não é? Louca. Pode dizer. Mas eu sou um tanto mais científica a respeito disso, vou destruir o adjetivo com argumentos. O aperto no peito, a angústia da barriga, tenho certeza de que você as conhece; todas são expelidas dentro do túnel, pelo meu grito. Estamos tentando estruturar o caos aqui. Uma loucura bem sedimentada, é do que precisamos.
Eu grito de janelas fechadas. Gosto de ter privacidade. Eu quero gritar e ninguém mais precisa escutar. Não deixarei de gritar para poupar os ouvidos dos outros, apenas fecho as janelas. Acho justo. Grito com o peito, com aquele buraco instaurado e oco. Grito seco. Quando a quantidade de energia está causando retenções na fluência da minha energia. Quero expressar algo, não assustar as pessoas. Há uma didática aqui, preste atenção: estamos aprendendo a nos livrar do estresse sem perturbar os irmãos. Retire o peso extra sendo fiel a si mesmo e também considerando os que estão à volta. Eu tenho uma teoria: quanto mais velhos e mais reprimidos, mais loucos. Então há mais necessidade de gritar as vozes que foram castradas há décadas, na época da ditadura familiar. Tenho vários exemplos, porém não citarei nomes. A loucura nos reprimidos precisa se sentir à vontade para se expressar e, dentro do carro, é uma excelente opção. Através do meu ponto de vista, gritar dentro do túnel não chega nem a ser uma loucura, é só mais uma prática. Garganta, esôfago. Fôlego. Você com você mesmo, dono da sua direção. Respire fundo primeiro. Agora dê o volume máximo das suas cordas vocais, por quanto tempo agüentar! Isso mesmo, dê aquele “AAAAAA”, longo e rasgado. E grite quantas vezes forem necessárias. Não há julgamentos aqui. Este é o seu plano. Você quem o comanda. Esqueça das luzes no fim do túnel, elas não orientam. Apenas grite sua dor ou seja lá o que for para fora de você. Atravesse o túnel da escuridão em agudo máximo para chegar ao outro lado mais livre de si mesmo e, o mais importante, em silêncio absoluto.
Eu uso o túnel que liga os sentidos Zona Norte e Zona Sul, o mesmo que dizer as direções de Terra e Fogo, para me movimentar e, muitas vezes, eu grito dentro do carro. Grito de um jeito que nunca consegui fazer ao microfone. As pessoas gostam de adjetivar, não é? Louca. Pode dizer. Mas eu sou um tanto mais científica a respeito disso, vou destruir o adjetivo com argumentos. O aperto no peito, a angústia da barriga, tenho certeza de que você as conhece; todas são expelidas dentro do túnel, pelo meu grito. Estamos tentando estruturar o caos aqui. Uma loucura bem sedimentada, é do que precisamos.
Eu grito de janelas fechadas. Gosto de ter privacidade. Eu quero gritar e ninguém mais precisa escutar. Não deixarei de gritar para poupar os ouvidos dos outros, apenas fecho as janelas. Acho justo. Grito com o peito, com aquele buraco instaurado e oco. Grito seco. Quando a quantidade de energia está causando retenções na fluência da minha energia. Quero expressar algo, não assustar as pessoas. Há uma didática aqui, preste atenção: estamos aprendendo a nos livrar do estresse sem perturbar os irmãos. Retire o peso extra sendo fiel a si mesmo e também considerando os que estão à volta. Eu tenho uma teoria: quanto mais velhos e mais reprimidos, mais loucos. Então há mais necessidade de gritar as vozes que foram castradas há décadas, na época da ditadura familiar. Tenho vários exemplos, porém não citarei nomes. A loucura nos reprimidos precisa se sentir à vontade para se expressar e, dentro do carro, é uma excelente opção. Através do meu ponto de vista, gritar dentro do túnel não chega nem a ser uma loucura, é só mais uma prática. Garganta, esôfago. Fôlego. Você com você mesmo, dono da sua direção. Respire fundo primeiro. Agora dê o volume máximo das suas cordas vocais, por quanto tempo agüentar! Isso mesmo, dê aquele “AAAAAA”, longo e rasgado. E grite quantas vezes forem necessárias. Não há julgamentos aqui. Este é o seu plano. Você quem o comanda. Esqueça das luzes no fim do túnel, elas não orientam. Apenas grite sua dor ou seja lá o que for para fora de você. Atravesse o túnel da escuridão em agudo máximo para chegar ao outro lado mais livre de si mesmo e, o mais importante, em silêncio absoluto.
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