sexta-feira, maio 25, 2007

Sens-ação

escrevendo sobre o nada
É um clima de lua, talvez uma noite passageira que tenha vindo durante o dia. É uma sensação inoculada de prazer retido e uma falta de ação para com o mundo. Apenas há um sentimento de que algo poderia e deveria acontecer, mas minha atenção, vaga e sem foco, se atém a uma imagem de desejo e de concretização do desejo, porém com desfecho em frustração. Percebi que minhas fantasias são tecidas no plano mental e é lá que ficam escaldando. Estou apaixonada pelas idéias, mas a única atitude que posso ter é tentar tirá-las da cabeça e colocá-las na carne. E entender que, depois disso, não tenho mais controle sobre a situação que vai acontecer. Fico torcendo: “toca, telefone, toca!”, mas percebo que é inútil. Percebo que o tempo que vou levar daqui até lá será uma tortura, até o dia do próximo encontro, que é incerto, pois tudo pode acontecer nesse meio tempo. Fica a sensação do sonho nutrido sem válvula de escape, de desejo contido que não se pode resolver sozinha, porque falta a energia do outro e fica um vazio no meio do dia que poderia ser perfeitamente preenchido por vinho.

2 comentários:

Natacha disse...

o vácuo que separa o real do imaginário precisa ser preenchido com alguma coisa.

quem sabe cilíndrica, de carne, experiente?

mas qual é a experiência?

digo, duas carnes que se tocam e são carne, são realidade.

duas carnes que se tocam, uma carne e outra alma, é frustração.

duas carnes que se tocam alma vira satisfação completa de dois seres completos.

hum? que eu dizia mesmo?

Natacha disse...

ah, uma vez, no meio das coisas da minha mãe, encontrei uma carta pro meu pai com o título
:

Toca, telefone, toca.